Rodrigo

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Argentina na Libertadores = Boca Juniors?

20/03/2009 18:48

Já não se teme mais os argentinos na Libertadores como antes...

Lanus, San Lorenzo e River Plate vivem situações dramáticas já na primeira fase. O Estudiantes ainda pode dizer que está com a cabeça fora d'agua, mas o único a honrar a tradição alviceleste nessa Copa vem sendo o Boca. O mesmo time detentor de todos os títulos argentinos dessa competição nos últimos 14 anos. Será possível que os xeneizes serão os únicos na próxima fase, ainda por cima "beneficiados" pelo fato de estarem num grupo fácil?

Se serve de consolo, enfim o time de Ischia fez uma sequencia de exibições convincentes. Depois do Argentinos Juniors foi a vez do Guarani (PAR) provar de um dia inspirado de Riquelme. Além disso, os laterais, Vargas e até Battaglia subiam ao ataque com firmeza. Verdade que começaram perdendo, mas a pressão que exerceram sobre o anfritião adversário foi sufocante. Ainda que reclamem do gol de empate ter saído de um penal de fato duvidoso, a vitória era consequência do jogo vistoso e do excelente toque de bola, que não foi visto nas primeiras partidas do time auriazul. Os gols da virada foram marcados pela dupla reserva Pa-Pa, mas o titular Mouche também merece destaque por suas jogadas ousadas.

Tanto contra os "bichos" quanto diante dos paraguaios a subida de nível do Boca aconteceu graças a volta do bom futebol de seu 10, que melhorou após abandonar a seleção nacional. Coincidência? Decida você, hermano blogueiro.

Assim como pode refletir sobre outro caso curioso. Porque o Estudiantes resolve brilhar só agora que têm técnico novo?

"Não descobri a pólvora, o mérito maior foi dos jogadores", disse o novo técnico (e enfatizo novo pois é seu primeiro clube como DT) Alejandro Sabella. Mas era clara a diferença, tanto tática quanto psicológica, para o trabalho feito antes por Leo Astrada. Os pinchas estavam mais compactos, pressionavam com firmeza e tinham a garra que Veron tanto pedia publicamente. O 4x0 diante do Dep. Quito veio como mera consquencia.

O futebol já anima, todavia a situação futura ainda não. Jogos dificeis contra o Universitário de Sucre na altitude e contra o poderoso Cruzeiro em La Plata deixam nebuloso o caminho da classificação do Estudiantes. Mas quem sabe o Sabella pode ser o farol de neblina deles? Já é melhor que o escuro total na estrada dos outros 3...

São poucos os que enxergam alguma luz num revés de 3x0. E a vontade foi mesmo de fechar os olhos quando se viu a falha de Barbosa no segundo gol do Nacional uruguaio no estádio centenário. Alguns podem utilizar o fato como muleta para justificar a não-reação do River, que de fato estava num bom momento até a hora da falha. Ainda sim não é desculpa. Pois time que quer reagir não pode jogar longe de sua dupla de ataque, como foi o caso dos isolados Fabbiani e Falcão Garcia.

Mas Gallardo não entrou de titular? Isso é o que mais assusta, pois a fagulha de esperança millonária obtida com o ótimo desempenho dele contra o Arsenal na semana retrasada se apagou em Montevideo. A classificação ainda é palpavel, pois estão por vir 2 jogos em Nuñez e fora de casa os rivais são do Nacional literalmente paraguaio. Só que Gallardo terá de se espelhar no ressurgimento do 10 inimigo Riquelme, pois o River depende muito de um enganche.

Porém ataque não faltou ao Lanús, líder isolado e tranquilo do Clausura. Foi o único time derrotado que não mereceu críticas, afinal teve sua vitória interrompida pelo excelente goleiro argentino do Everton (CHI), Gustavo Dalsasso. Nem com os velozes Biglieri e Blanco, nem com os passes diretos de Valeri e menos ainda com o artilheiro Sand, com ninguém o segundo gol quis sair.

Mas o modesto time do sul caiu na ingenuidade de se descuidar na defesa apenas por estar pressionando mais a frente. Foi o ouro que buscavam os chilenos, que pela primeira vez na história da competição venceram em solo argentino. Aos olhos de quem ve a beleza do jogo Granate na liga local, a classificação é um sonho real. Mas enfrentando o Chivas no Jalisco... Talvez fique pro ano que vem, caso mantenham a ponta da tabela argentina.

Por último porém não menos triste vem o San Lorenzo. Perdeu em casa assim como o Lanus, mas com muito menos honra, pois foram os paraguaios quem ditaram o ritmo de jogo no Nuevo Gasometro. Prova disso foi a atuação destacada do Hilário Navarro.

E se não bastasse a derrota ter vindo de um gol contra ou o fato de que somam apenas 3 pontos em 4 jogos, o Ciclon ainda lamenta os vários desfalques que não querem parar. Aureliano e Juan Manuel Torres aumentaram a lista do DM que já contava com Orion, Tula, Solari, Romeo, Silvera e o importantissimo 10, Barrientos.

Salvo a classificação garantida do Boca, é cedo para prever o pior para o país na maior competição das Américas. Mas por ser recorrente o fato de que os xeneizes estão brilhando mais forte em solo americano, será que esse ano serão os únicos sobreviventes da até agora trágica primeira fase? Para o bem da nossa tradição continental, espero que não.

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Futebol engravatado - Extra

19/03/2009 21:00

O Na Trave promete e sempre cumpre. Voltamos a falar hoje do Soccerex e as entrevistas que fizemos com dois craques da bola que viraram cartolas: Paulo Rink, ex-seleção alemã, e Oswaldo Ardiles, campeão do mundial de 78 com a Argentina.

Mas antes, a pedidos, especificarei mais sobre a palestra dos dirigentes que representaram dois grandes clubes europeus de sucesso. Jeff Slack pela Internazionale e Esteve Calzada pelo Barcelona.

Dois dos grandes orgulhos recentes do maior time da Catalunha foram o grande ressurgimento do time em 2003 e seu crescimento no sentido de time global, principalmente após o titulo da Champions em 2006. Exatamente sobre isso foi a palestra do Calzada: como o Barcelona foi capaz de gerir as os dois fatos.

Após o último caneco levantado do Espanhol em 99, nenhuma peça nova decorou a sala de troféus do time espanhol. Isso em si já causa mal-estar do clube para com seus aficionados. Só que conseguia ser pior, pois a cada ano que passava novos jogadores ainda mais caros eram chamados sem que resolvessem o problema mas levando uma grana alta. E perder dinheiro não era um luxo que um time comprometido a não levar o nome de ninguem na camisa podia ter. Mas patrocínios em outros lugares eram altamente bem-víndos, de maneira que esse foi o primeiro passo dado: sair do escritório para apresentar a marca Barcelona ao mundo. Afinal apostar que vão querer te patrocinar só pela sua história (como muitos clubes brasileiros pensam também) não basta.

Mudanças dentro do relvado também eram necessárias, e para tanto duas opções foram apresentadas. Ou o Barça buscaria a evolução por meio de medidas graduais, ou iria pela revolução total. A escolha ficou evidente, até pelo nome do projeto que citei acima. Eles venderam todos os "medalhões" e buscaram jogadores mais jovens porém com futuro promissor, caso de Ronaldinho Gaucho. Basicamente o que Abramovich pensa em fazer com seu Chelsea ao final dessa temporada, mas com um algo a mais decisivo, já que a mudança tambem se estendeu ao staff do clube. Dirigentes com mentalidades "industriais" foram chamados, pois a situação exigia que o conhecimento da diretoria fosse além do futebol nu e cru.

Os resultados foram os melhores possíveis. Afinal, quem não quer um clube mais forte pagando exponencialmente menos? Só que um "momentum" de um time campeão de tudo (menos o mundial) não podia ser desperdiçado, seria contra as leis da indústria boleira. Com a matéria-prima perfeita, lá se foi o Barça buscar a globalização de sua marca, que já era global em tradição mas não tanto mercadologicamente falando. Graças ao futebol em campo, o Barcelona tinha a imagem para ser aproveitada pela mídia. Como consequência vieram as fontes monetárias mais generosas, tais como a venda das camisas, direitos de transmissão (cujos números não foram divulgados), aproveitamento com sócios e frequentadores do Camp Nou, direito de imagem além, claro, da expansão para o mercado asiático. Outro fator que ajudou muito apesar de não render nada diretamente foi o inédito patrocínio da camisa azul e grená. A Unicef oferece ao clube a chance de mostrar que se importa com o aspecto social, o que além de ser moralmente correto traz boa fama, e a fama traz tudo o que já mencionei e que deixou o Barça tão bem nos dias de hoje.

Quanto ao ex-CEO da Inter, apresentou menos que seu antecessor porém mostrou tópicos importantes que fizeram pensar os dirigentes presentes ao auditório. A mais importante delas foi em relação aos direitos televisivos dos jogos. É melhor vendê-los ou o clube mesmo deve cuidar disso? E exatamente por serem "independentes" que os grandes italianos faturam tão alto como os ingleses, mesmo não tendo a mesma média espetacular de público nos estádios.

Aliás esse será um ponto importante a ser explorado no futuro, pois em 2010 a TV italiana pretende pagar coletivamente. Será um choque no começo, pois clubes como a própria Inter que chegavam a receber mais de 100 milhões de euros em 2004 passarão a "míseros" 70 milhões. Porém com esse dinheiro indo pra times menores, a liga tende a se fortalecer, aumentando o interesse do público pelos jogos. Somando isso a um investimento maior no conforto do torcedor nos estádios (essa menção foi um claro cutucão nos brasileiros para aproveitarem as melhoras da Copa 2014), a média tende a subir levando com ela a renda dos times na velha bota.

Essa busca de melhorias na liga nacional já era algo que funcionava bem para a NBA e a NFL. Será que esse não seria mais um bom exemplo a ser trazido para terras verde-amarelas?

Um aprendizado valioso. Sobre isso conversamos com Paulo Rink, afinal a fama dos cartolas daqui não é das melhores, então seria a Soccerex um primeiro passo rumo a melhoras?

"Acho que o país está mudando nesse aspecto que você citou de não ter organização. Em 2009 pra Copa 2014 estamos nos organizando pra, da melhor maneira possível, apresentar o cartão de visita do Brasil, que vai ser a Copa do Mundo. Com todos os benefícios que vem atrás, ou seja, infra-estrutura melhor. Esperamos que a mudança aconteça em todas as cidades do Brasil, principalmente as sedes. Que elas se movimentem em prol da melhor organização e dos benefícios para o país. Na Alemanha foi assim, já que com a estrutura deixada pela Copa 2006 eles puderão deixar o futebol alemão ainda mais forte. Tenho certeza que o Brasil já tem o talento. Aprendendo agora na organização estaremos no caminho certo." disse o diretor de assuntos internacionais do Atlético-PR e ex-craque da seleção alemã na Euro 2000.

Mas afinal todo esse fórum falava de futebol, não? Então sobre isso indagamos Oswaldo Ardiles. Com sua experiência na seleção, ele poderia nos orientar muito bem sobre um assunto polêmico: Maradona na seleção. Apesar da experiencia desastrosa que teve no Racing na década passada, poderia ele conduzir a alviceleste ao título em 2010?

"Creio que temos o melhor plantel do mundo junto com Brasil e Espanha. Isso sem dúvida nos credencia pra ganhar o mundial. Mas com Basile de técnico a equipe não encantava. Não perdia, mas tampouco ganhava. Foi um momento, digamos de irrelevância na Argentina. Por isso te digo, Maradona pode ser a inspiração que necessitávamos pra não só nos classificarmos mas também ganhar a Copa do Mundo."

Fecho nossa experiência engomada com o Soccerex com outra frase valiosa. Essa de um arquiteto inglês que foi questionado sobre como resolveram a questão dos hooligans na terra da rainha. Uma fala que marca, pois o Brasil precisa se portar da mesma forma em 2014.

"Se tratarmos os torcedores como animais, com cercados, fossos e truculência policial, eles se comportarão como animais. Agora se dermos conforto a eles, dentro e fora do estádio, eles se comportarão bem, e no caso de jogos dos clubes, irão sempre querer voltar."

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Futebol engravatado

18/03/2009 19:47

Enquanto a atenção dos torcedores está na Libertadores, Copa do Brasil e Estaduais, os dirigentes se reuniam noutro encontro igualmente importante. Um forum de força mundial que esteve pela primeira vez em solo tupiniquim. O Soccerex foi a oportunidade perfeita para gestores de futebol do mundo todo apresentarem seus projetos, fecharem novos acordos e ampliar seus conhecimentos. Ou no caso dos cartolas daqui, aprenderem como de fato se administra um clube de futebol.

O que se viu no primeiro dia foi mera formalidade. Craques do passado num discurso que, literalmente, foi para ingles ver. Claro que o respeito é sempre indispensavel no que diz respeito as histórias de grandes heróis como Eusebio, Carlos Alberto Torres, Oswaldo Ardiles e o furacão Jairzinho, mas de certa forma era contramão daquilo que se esperava de um fórum de cartolas.

Veio então o segundo dia para tratar dos assuntos que interessava a todos. Exposições com projetos de algumas cidades-sedes da Copa 2010, de algumas candidatas a de 2014 e de empresas dispostas a partilhar o segredo do sucesso no futebol moderno.

Graças as palestras e as conversas informais pude aprender valiosas coisas novas, alem de confirmar algumas verdades. Algumas positivas e outras não.

Pela manhã, arquitetos e especialistas em estádios mostraram o sucesso de estádios construídos na Europa para eventos do tamanho que será a Copa no Brasil em 2014. Entre outras coisas, o que mais se enfatizou foi o legado deixado pelas construções às sedes, um dos atos falhos no Pan do Rio.

Pouco depois veio a palestra que mais valeu a pena: a dos representantes de Internazionale e Barcelona. O ex-CEO do time interista, Jeff Slack, apresentou números que impressionavam, além de dicas relevantes do seu método de trabalho que podem vir a ajudar os dirigentes brasileiros.  Ainda que seja dificil de imaginar uma união das equipes brasileiras no intuito de fazer crescer o campeonato nacional como no exemplo citado da NBA. Já o ex-dirigente do time catalão lembrou a grande revolução de 2003 que reergueu um clube que estava a 4 anos sem ganhar nem par ou impar. Corte de gastos desnecessários, contratação de dirigentes mais profissionais e de jogadores baratos porém promissores, como foi Ronaldinho Gaucho. Busca de resultados positivos dentro de campo que trouxeram a atenção da mídia, que por sua vez trouxe mais adeptos, clientes e frequentadores do Camp Nou. Uma fórmula tão simples quanto brilhante.

Mas então porque o Brasil não tem o mesmo sucesso dos clubes europeus sendo que tem um mercado ainda maior a ser explorado? Foi na hora do almoço que pude lembrar o porquê. Vi diante de meus olhos o presidente do Guarulhos oferecendo seu melhor jogador ao meu amigo Martin, filho do embaixador búlgaro. Era uma conversa informal com um cartola da quarta divisão paulista, não tem relevância pro futebol de elite. Mas era ali o espelho da mentalidade dos empresários brasileiros quanto ao futebol: ganhar dinheiro sem se importar com o resto.

Completando a cobertura do Na Trave sobre o Soccerex, amanhã teremos as entrevistas que fiz com Paulo Rink e El Maestro Ardiles. Por enquanto fiquem com a frase genial dita por Eusébio ontem, quando foi indagado sobre a copa de 66 e o gol da final que "nunca existiu".

"A Inglaterra organizou tão bem aquela copa do mundo que sequer deixou que ela saísse de lá"

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Argentinos (ainda) com saudade de casa

12/03/2009 20:13

Uma vitória, um empate e seis derrotas. Quem olha de relance pensa que é o desempenho de um time pequeno ou mesmo de um técnico recém-demitido. Só que essas são as estatísticas dos times argentinos nos jogos fora de casa pela Libertadores 2009. Uma situação de tamanha alarmância, tanto que se a fase de grupos terminasse do jeito que está, só o Boca Juniors conseguiria a classificação.

Seria errado dizer uma razão só pra esses fracassos somente por serem equipes que são limitadas pelas mesmas fronteiras nacionais. Então vamos analisar cada clube para tentar entender: por que os argentinos estão jogando mal longe de casa?

A situação mais surpreendente talvez seja a do San Lorenzo. Estreiou goleando os mexicanos do San Luis por um 4x1 bastante contundente, com show do atacante Silvera. Mas em Lima o Ciclon que se via era totalmente outro. Os jogadores após a partida culparam a altitude num ato de companheirismo, pois foi visível que o time piorou após a expulsão infantil de Bottinelli que resultou no penalti decisivo da partida.

No jogo mais recente, em Assunção, os Cuervos foram mais valente enfrentando o Libertad. Não era um futebol de se encher os olhos, mas certamente batia a exibição feita no Peru. Uma vez mais o culpado foi um homem só: o goleiro Centeno ao falhar nos dois gols do adversário paraguaio.

Então o que falta? Controle emocional aos jogadores, principalmente aos de defesa. E um pouco de sorte, já que o elenco está sendo muito desfalcado por seguidas lesões.

Outro time que causa estranheza ao torcedor é o Lanus. Tem um elenco de tal qualidade que quase chegou as finais do Apertura passado numa arrancada espetacular e hoje está na ponta isolada do Clausura 2009, ainda que seja cedo pra se vangloriar disso. Contam com os promissores Salvio e Blanco além da experiencia de Sand e da volta do armador Valeri. Pois nada disso está se refletindo em resultados a nível continental.

Em casa veio a primeira decepção ao ter que se contentar com um empate no finzinho do jogo contra o Chivas (MEX). Na Venezuela a então retrancada equipe de Luis Zubeldia caiu diante do Caracas e por sorte levou um pontinho de Viña del Mar depois de resistir aos constantes ataques do Everton (CHI).

Então o que falta? Nota-se que a falta de experiência internacional atrapalha, mas isso não se ganha da noite pro dia. De maneira que o melhor remédio para o time sulista é sair mais pro ataque, aonde está todo o talento na equipe argentina.

No Estudiantes os fracassos já causaram uma vítima: o DT Leo Astrada. Ainda que demonstre falta de fé no planejamento, demitir Astrada parecia mesmo ser o melhor para os Pinchas, já que o rendimento em campo era o mais baixo visto nos últimos anos. No nacional conseguiram míseros 4 pontos em 5 partidas, e na Libertadores apenas uma vitória magra contra o fraco Universitário de Sucre (BOL) no Ciudad de La Plata.

Quanto aos outros jogos? Vergonha. Foram arrasados em BH contra o Cruzeiro e no Equador contra o Dep. Quito.

Então o que falta? Segundo declarações do capitão Veron, falta raça, atitude. Eu concordo e adiciono a falta de concentração de uma equipe que perde vários passes e se perde constantemente na defesa. A esperança é que de técnico novo (os favoritos são Gamboa e Pumpido) todos possam se empenhar mais, inclusive a própria Brujita.

O que menos surpreendia pelo mal-desempenho era o River Plate. Afinal se nem mesmo em casa os millonários eram absolutos, por que isso mudaria nos outros campos sul-americanos?

Na estréia contra o Nacional paraguaio o triunfo só veio graças ao gol mal-validado de Falcão Garcia, que recebe a bola de Buonanotte em posição irregular. Por não se dar conta disso, o River foi com a mesma mentalidade enfrentar o San Martin (PER), e pelo segundo ano consecutivo perderam por 2x1 lá em Lima.

Então o que falta? Faltava criatividade no meio-campo e consistência na defesa. Porém na vitória épica do domingo passado contra o Arsenal a equipe mostrou uma melhora significativa graças ao Muñeco Gallardo. Com ele e Fabbiani 100% e de títulares, é muito possível que o time de Gorosito se recupere.

A única vitória argentina fora de casa nessa edição da Libertadores foi do Boca Juniors. Então por que criticá-lo junto com os outros? Por não terem convencido ninguém de que os 3 pontos foram merecidos.

Passes errados que pareciam nao acabar mais, falta de apoio ofensivo nas laterais, poucas finalizações. Tudo isso rendeu um péssimo jogo dos xeneizes na Venezuela contra o Deportivo Táchira. Graças a Figueroa que o time do DT Ischia descansa agora na liderança do fraco grupo 2.

Então o que falta? Pra conseguir a classificação nada, pois os adversários não ameaçam. Mas para manter a pose de favorito a evolução precisa acontecer agora. O principal ingrediente que falta ao bolo xeneize é Riquelme. Ele está em campo, mas seu futebol não condiz com sua história e nem mesmo com a polêmica que criou sobre nunca mais ir a seleção argentina. Outra coisa da qual carece o Boca Juniors é continuidade. Ischia precisa logo achar seu time titular, pois suas constantes mudanças seguidas por arrependimento no segundo tempo atrapalham muito a equipe de achar seu estilo de jogo.

A única coisa em comum entre todas as equipes que representam a Argentina na Libertadores? Precisam se organizar com urgência. Afinal, não só de vitórias em solo nacional vive um time classificado, menos ainda um campeão.

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Muñeco asesino

09/03/2009 12:41

Normalmente o Na Trave tem feito análises todo fim de semana sobre as rodadas do Clausura de uma maneira geral e mais detalhado sobre os jogos principais. Mas uma partida das 16h de ontem se tornou fenomenal de tal maneira que merece uma atenção especial. (Se você pensou em Palmeiras x Corinthians, errou feio)

Antes uma rápida passada pelo clássico da rodada: Independiente 2x0 Boca Juniors.

Na história, 13 títulos de Libertadores de duas equipes que têm o mesmo número de conquistas de um Brasil inteiro. No presente, a vergonha de ver que em se somando a pontuação dos dois grandes não chegava no líder único Lanús (12 pts.). Já que o passado não costuma entrar em campo, venceu a atualidade no duelo para saber como seria a partida.

Numa primeira etapa com poucas chances de gol um personagem se destaca, mesmo sendo contra o ideal de sua profissão. Sergio Pezzotta expulsou a arma de velocidade do Boca em dois lances questionaveis. No primeiro o amarelo foi justo, porém antes houve uma cotovelada de Pusineri em Gaitan ignorada pelo árbitro. Minutos depois, Mouche esbarra na marcação de Tuzzio e cai dentro da área. Sem penalidades a marcar, só que Pezzotta foi além e decidiu expulsar o pibe por simulação. Golpe duro pros xeneizes que só teriam Roman no segundo tempo.

Ultimamente o Boca vinha dependendo apenas do talento de seus valores individuais para sair vitorioso. Hoje provou desse veneno. El Rolfi Montenegro lembrou a Argentina inteira porque usa a 10, e depois de bela jogada fez o primeiro. Um golaço que inflamou a alma dos Rojos e deixou o jogo em outra contradição: era a melhor atuação do Independiente e a pior do Boca no ano.

Ofuscado pelo bom segundo tempo, Pezzotta resolveu aparecer denovo. Marcou penalti no encontrão de Abbondanzieri e Mancuello. Mais um gol a conta do Montenegro, mais uma bronca pros xeneizes que precisam reagir logo, senão só lhes restará a Libertadores.

Não teve jeito. O coração bateu mais forte no jogo em Nuñez. Nunca na história um triunfo contra o Arsenal tinha causado tantas emoções ao torcedor millonário. E se nesse ano o River carregava a vergonha de jogar sem convencer, hoje foi tão brilhante quanto heróico.

Um heroísmo que começou pela quebra de paradigmas. Se esperava um Arsenal superior graças ao artilheiro do campeonato Leguizamon e as suas ultimas atuações que lhe concediam até então o título de "co-líder". Mas como já disse anteriormente, passado, ainda que recente, não adentra à cancha.

O River estava diferente. Estava ofensivo e perigoso com os chutes de Buonanotte e com as cabeçadas de Falcão Garcia. Estavam jogando como todos pediam em suas orações. O gol parecia questão de tempo. Mas justamente quando o tempo da primeira metade estava próximo do fim veio o grande choque. Nico Sanchez derruba Mauro Matos na área como último homem e é expulso. Junto com o 5° gol de Leguizamon vem o medo de mais uma tragédia em Nuñez. Os torcedores sabiam que uma expulsão de um defensor somada a um gol traz abaixo o emocional de todos.

Uma tristeza que perduraria o sempre demorado intervalo argentino, e só. No primeiro minuto, Villagra faz boa jogada e cruza na cabeça calejada de Falcão. Dadas as circunstâncias um empate não seria nada mal. Mas o River estava determinado. Nem mesmo o gordinho Fabbiani poupou folego na busca de uma virada inacreditável.

Mas todas as histórias épicas precisam de um herói. Um bravo guerreiro que chegue no momento de necessidade e salve a todos. Esse foi El Muñeco Gallardo, que honrou a 10 que veste e só estava no banco pois seu físico ainda o traía. Pois bastaram um arranque e 3 toques na bola para encobrir o goleiro Campestrini. Era a virada que todos queriam mas ninguém podia crer que viria.

Não é o bastante pra essa partida ser épica? Que tal mais um gol de Gallardo aos 32 da etapa final para cravar o 3x1 no placar? Ou então tres expulsões (Archubi pelo River, Sergio Sena e Matellan pelo Arsenal)?

Em teoria eram 3 a menos pro River, já que Danilo Gerlo mancava sobre a grama. Na prática o que se viu foi mais um guerreiro, que não foi impedido por sua lesão de continuar ajudando na defesa com a raça que tanto caracteriza seu país. Mas ele foi coadjuvante perto do brilho de Marcelo Gallardo, o herói da tarde.

Talvez não dê para prever que o River Plate vá brigar por títulos. Mas hoje achou o caminho certo. E nada melhor que um triunfo épico para marcar a o despertar de um gigante.

Classificação do Clausura 2009

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A Venezuela já não assusta mais

04/03/2009 22:31

É incrível mas é verdade. Fazia 13 anos que um clube argentino não vencia em terras venezuelanas. Tabu que só foi ser quebrado aos 42 minutos da segunda etapa hoje com o gol do Lucho Figueroa. 1x0 magro, sortudo, talvez até não merecido, mas que traz uma tranquilidade que os times mais fortes de anos passados não tiveram.

Logo de início o Boca confirmou a máxima que o mistifica na Libertadores: joga fora de casa com a naturalidade que joga na Bombonera, sem mudar suas características. Só que nos dias de hoje isso não é uma qualidade. Ainda que mantenha seus adversários longe do gol, o toque de bola do Boca não é criativo. O resultado se vê ao perceber que Roman, Gaitan, Noir e Viatri pereceram diante da fraca marcação do Táchira no primeiro tempo.

Alguns diriam que o motivo disso é a religiosidade, pois o Boca não tem sido o mesmo sem Jesus (Dátolo). Uma verdade que piora quando também não estão em campo Ibarra e Morel Rodriguez. Palacio e Palermo também foram poupados. Pela continuidade, esperava-se que Mouche e Figueroa fossem os substitutos, ao invés do inconstante Noir e do sonhador Viatri, que parecia pensar mais nos milhões que não ganhou com a proposta do Lokomotiv Moscow do que com a partida da Libertadores.

A metade final trouxe consigo uma equipe xeneize que enfim percebeu a inferioridade técnica do adversário. Ainda assim não era suficiente para assustar a torcida da casa. O Boca só levou perigo num chute do Gaitan, que continua perdido na meia-esquerda, e numa cabeçada do Viatri.

Mas quem acompanha os jogos dos comandados de Ischia sabe bem o que acontece no segundo tempo. O técnico se arrepende dos erros de escalação e tenta corrigi-los no segundo tempo. Não por coincidencia, o gol sai do bom cruzamento de Mouche (saiu Noir) e da cabeçada do Lucho Figueroa (saiu Viatri). Uma vez mais os talentos individuais são responsáveis por uma vitória que jamais viria pelo jogo coletivo xeneize.

Uma vitória na Venezuela para argentinos é algo de se valorizar e comemorar. Resta a esperança de que Ibarra, Morel, Palacio e Palermo tragam de volta o bom futebol que ficou com eles em Buenos Aires. Claro que o Boca ainda é viúvo de um Dátolo que não podia ser vendido não importa quão grave tenha sido a crise financeira. Nessas horas, bem-vinda é a paciência, não só com o substituto Gaitan, mas com todos os outros pibes da base xeneize. Qualidade eles têm, só precisam de confiança, pois a tranquilidade eles conquistaram hoje.

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A realidade argentina pesa

01/03/2009 22:07

Quatro times dividiam a liderança no começo da 4° rodada do Clausura 2009, mas ao fim dela todos eles perderam o gostinho de olhar os outros de cima. Natural que isso aconteça nas primeiras rodadas de um campeonato equilibrado por natureza, mas isso nao significa consolo para River, Colon, Newell's e Godoy Cruz. De maneira que a alegria momentanea (ou não) fica com Arsenal, Lanus e Gimnasia y Esgrima de La Plata. E destaque pra uma marca histórica em La Bombonera.

O primeiro líder surgiu na sexta. Ainda que estivesse embalado pela vitória no derby, o Independiente não foi adversário para o Gimnasia. 2x0 tranquilo para os lobos, que comemoram não só a liderança, mas também a saída momentânea da zona de rebaixamento. Maldonado e Romero foram os heróis platenses.

Quem entra na famosa "zona de promoção" é o Racing. Mesmo de técnico novo (saiu Llop, entrou Caruso Lombardi) La Academia não pode vencer o Argentinos Jrs. em casa. Até que os blanquicelestes tinham os 3 pontos na mão com o gol de Lucero, mas Pavlovich se encarregou de calar o Cilindro de Avellaneda com um gol aos 47 da etapa final.

Outro destaque do sábado foi a sonora goleada do Velez sobre o ex-co-líder Godoy Cruz. Enfim uma grande atuaçao do principal reforço, Maxi Moralez, autor de 2 gols no 4x0 em Liniers.

Chegava o domingo, e com ele o esperado clássico da rodada. De um lado, um San Lorenzo cabisbaixo pelas 3 derrotas seguidas, sendo uma na Libertadores. Do outro, um River confiante pelas 3 vitórias seguidas. Só que pesaram a favor do Ciclón o estádio Nuevo Gasometro e o fato de terem um elenco muito mais forte que o do rival.

Não a toa que aos 17 minutos o placar ja marcava 3x0 para os anfitriões (Santana, Adrian Gonzalez e Botinelli). Após a saída de Solari contundido, o ritmo avassalador da equipe de Boedo diminuiu, dando espaço para os millonarios reagirem após o gol de Buonanotte. Pura ilusão, que foi desmanchada por um contra-ataque rápido, culminando no gol de Bergessio. Silveira ainda daria números finais a uma histórica lição de futebol dada pelos comandados de Miguel Angel Russo: 5x1.

Se é possível enxergar um lado positivo para o River Plate nessa derrota acachapante é que, enfim, eles não foram enganados pelo placar. Contra um adversário forte e tradicional os erros que vinham sendo repetidamente cometidos pela equipe de Gorosito vieram a tona, e agora podem ser mais facilmente corrigidos. E tirando pela lesão de Solari, só alegria para o San Lorenzo, que finalmente terminou uma partida com 11 em campo.

No mesmo horário do clássico, surgiu o outro líder do Campeonato Argentino. Depois de vencer o Estudiantes por 3x1, o Arsenal (foto) pode voltar a posição que havia perdido na rodada passada. Olho no time de Sarandi.

Vários passes errados. Poucas finalizações que resultaram num jogo truncado em La Boca. Nada disso, porém, entrará na história dessa partida quando, no futuro, olharmos esse 1° de março de 2009. Essa data será lembrada pelo 195° gol de Palermo na vitória de 3x1 sobre o Huracán, time que também figurava na ponta da tabela.

Com Titan entrando de titular, todos esperavam que hoje fosse mesmo o grande dia. E os primeiros 10 minutos de jogo realmente empolgaram a torcida xeneize graças a boa movimentação de Pablo Mouche nos cruzamentos que quase chegavam no artilheiro máximo. Mas depois o que se viu foi a boa marcação do "Globo" imperar sobre qualquer jogada ofensiva que o Boca tentou. Seja pela falta de apoio dos meias xeneizes Vargas e Diaz ou pelo fato do time da casa tentar sempre a previsível jogada da bola alçada na área, fato foi que o Huracan soube se segurar e ainda causava apreensão em seus contra-ataques.

Como de costume, a situação só foi mudar quando Ischia percebeu o erro tático que tinha cometido, pois graças a ineficiencia da criação auriazul, os adversários chegavam ao ataque com mais frequencia. Saiu Damian Diaz pra entrada de um jogador que seria chave para que a história fosse feita hoje: Nicolas Gaitan. Verdade que a jogada maravilhosa pela esquerda foi do Mouche, mas graças ao corta-luz de Gaitan que Palermo se viu debaixo das traves para fazer um gol contraditório, pois ao mesmo tempo que foi fácil, foi também marcante. Era o tento que lhe consagraria isoladamente como maior artilheiro da história do Boca Juniors.

Após a glória, Palermo saiu de campo, permitindo que os holofotes se voltassem para um Lucho Figueroa que também construiu um caso interessante hoje. Em sua primeira jogada ofensiva no ano atual, ele fez o gol após passe brilhante de Riquelme. Eduardo Dominguez ainda descontaria minutos depois, mas antes que o Globo pudesse se empolgar, Morel Rodriguez arranca num contra-ataque, passa para Krupoviesa que de carrinho facilita a vida do carequinha matador. Para um delantero que estava cotado para deixar o clube por emprestimo, uma chance de mostrar que ainda é necessário.

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Mentalidade mineira e moderna no Rio

26/02/2009 22:04

Assim como na final da Taça Rio do ano passado, o Botafogo vence o rival Fluminense pela contagem mínima. Mas tanto em relação ao time de 2008 quanto ao time de 2007, pode-se dizer que hoje a equipe da estrela solitária é completamente outra. Não me refiro só ao técnico e ao elenco. Digo que hoje a essência do jogo botafoguense mudou.

Foi uma semifinal de boa qualidade. Um jogo com emoções, como mereciam os torcedores cariocas numa Quarta de Cinzas. Por mais que se insista no jargão "Clássico não tem favorito", as campanhas de ambos os times claramente apontavam vantagem para o Botafogo. E de fato foram os alvinegros que ditaram o ritmo do primeiro tempo. O gol de cabeça de Fahel, ex-Goias, veio por méritos de uma equipe que muito tentou mas sempre parava nas boas defesas de Fernando Henrique.

Mas no segundo tempo a postura dos comandados de Ney Franco era outra. Preferiram a arriscada marcação na própria zona de defesa a buscar mais um gol que pudesse dar mais garantia à classificação. Uma estratégia que não é vista com bons olhos pelos críticos e pelos fãs do bom futebol, mas foi inegável a qualidade da defesa do Botafogo. Ainda que o Flu conseguisse chegar com perigo em algumas ocasiões, em várias outras o forte ataque tricolor (ao menos no papel) foi anulado pelo sistema defensivo botafoguense.

Ney Franco após o jogo explicou que era necessária a precaução com os muitos talentos do Flu, tais como Thiago Neves, Conca e Leandro. Mas não pude deixar de notar que o Botafogo que vi ontem tinha uma mentalidade diferente dos times que fracassaram sob o comando de Cuca.

2007 foi o auge de um Botafogo que tinha se recuperado completamente da queda para a série B. Era uma equipe com bons valores individuais tais como Zé Roberto, Jorge Henrique, Lucio Flávio, Juninho, Joilson e o próprio Diguinho, que ontem defendia as cores do rival no clássico vovô. E encantava tanto a torcida quanto a crítica com seu jogo ofensivo. Sempre buscando mais gols, que aliás eram belos quando saiam dos pés de Dodô. Sem contar que o toque de bola era diferenciado sobre o comando do camisa 10, Lúcio Flávio.

Porém esse "carrossel alvinegro", como era apelidado pelos torcedores, não foi capaz de trazer títulos para General Severiano. Perdeu, ainda que com um erro de arbitragem no final, para o Fla na final do Carioca. Foi eliminado, denovo com erros, para o Figueirense na semifinal da Copa do Brasil. No brasileiro começou muito bem mas nao soube se manter na zona de classificação para a Libertadores. E o maior vexame: a derrota em Nuñez para o River Plate sendo que, em determinado momento do jogo, tinha 3 gols e 1 jogador de vantagem para o adversário.

Em 2008 a filosofia era a mesma, porém com um elenco enfraquecido. De maneira que os resultados de Cuca não mudaram: mais fracassos na final do Carioca e na semifinal da Copa do Brasil, porém sem direito a reclamar do arbitro no final. E antes que o resultado pudesse se repetir no Brasileirão, Cuca foi demitido.

Não digo que prefiro o Botafogo de ontem ao do futebol bonito de 2007. Ao contrário, pois como um quase botafoguense, ontem foi a primeira vez que torci pro meu time de simpatia perder a partida. Só que da mesma forma que disse no post de parabéns ao Hexa são-paulino, repito que é esse futebol "moderno" que tem mais chance de resultar em volta olímpica no final. Não que eu ache que os jogos contra o Resende já estejam ganhos, mas dessa vez posso enxergar um Botafogo muito mais humilde e consciente do que é mais importante dentro de campo.

E mesmo não tendo os valores de 2007, confio que "o Glorioso" possa enfim ter os resultados que sua torcida tanto anseia com os esforços de Maicosuel, Leandro Guerreiro, Reinaldo e Vitor Simões. Tanto a nível estadual quanto nacional.

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Resumão do domingo

22/02/2009 21:32

Com exceção da vitória dos pinchas sobre o Ciclón em La Plata depois de duas rodadas sem sequer ter marcado gols, nenhuma surpresa no domingo esportivo da Argentina. Mais uma vez as táticas mirabolantes de Ischia levaram o Boca a derrota. Mais uma vez o River vence um adversário mais fraco mesmo sem ter feito uma partida brilhante. E mais uma vez um espanhol entristece a torcida argentina numa final de Tênis.

O jogo principal das 17 horas (horário local de verão) envolvia duas das equipes mais fortes atualmente no país. Não a toa, as duas estão também na disputa da Libertadores. E ambas chegavam ao estádio de La Fortaleza com o mesmo retrospecto: vitória na estréia e derrota no segundo jogo. Igualdade de condições que no placar acabou rapidinho com o gol do pibe Sálvio aos 3 minutos do primeiro tempo. Esse gol significaria o fim do comportamento ofensivo do Lanus, mesmo em casa.

Coube ao Boca então se impor como a grande equipe que é. Mas o 3-5-2 que Ischia implantou não colaborava. Cáceres, Forlin e principalmentr Roncaglia não estavam acostumados com essa tática, e sem a proteção de Ibarra e Krupoviesa, que jogaram como alas, foram presas fáceis no primeiro e único gol do jogo. O meio-campo era um vazio de criação sem Riquelme, pois Gracián só sabe chutar, não sabe armar. E na frente não havia o "9" de ofício. Pouco se viu de um Palacio que, quando aparecia, cruzava na esperança de um Palermo que ainda estava no banco.

Na segunda etapa Ischia percebeu o lapso de criatividade de sua equipe. Permitiu que Palermo e Gaitán entrassem em campo, porém como seus companheiros já estavam esgotados por tantas tentativas de furar a retranca "Granate", pouco puderam fazer. A melhor chance do empate foi De Viatri, que entrou aos 30 no lugar de Palacio, mas "El Chiquito" Bossio defendeu à queima-roupa.

Vitória para os anfitriões se encherem de confiança em busca da primeira vitória na Libertadores. O adversário é o Caracas, que joga em casa na quarta. Pro Boca, uma semana de cabeça inchada e de reza para que Morel e Roman voltem o mais rápido possível, pois faz falta.

Em Nuñez cresce a esperança de dias melhores. Verdade que o River Plate continua vencendo sem convencer, mas pra um time que não sabia o que eram 3 vitórias seguidas faz tempo, é justo que se alegrem.

Mas nem tudo é críticas ao desempenho millonário. A defesa se mostrou bem com Gerlo de titular, que soube segurar o ímpetuo do time sulista. Ainda que o Banfield tenha se mostrado mais forte, sentiu falta do meia Nasuti, que por clausula de seu contrato de empréstimo não pode jogar contra o River, e de Santiago Silva, artilheiro uruguaio suspenso pelo 5° amarelo. As jogadas eram sempre pela esquerda, aonde Bertólo ficou sobrecarregado, embora tenha sido o melhor em campo.

No entanto, o futebol não da a vitória aos que mais tentam, e sim aos que se aproveitam das melhores chances. De maneira que o River venceu graças aos gols de Abelairas, numa cobrança de falta polêmica por originalmente ser de dois lances, e de Falcão Garcia, depois de passe do ídolo Fabbiani. Pra quem terminou o ano passado amargando a lanterna, uma liderança mesmo que seja dividida com Newell's, Colon e Godoy Cruz vale muito.

No outro jogo das 19h, Estudiantes 2x1 San Lorenzo. Cellay e Boselli quebraram o jejum de gols dos anfitriões, enquanto Bergessio descontou para o time de Russo que amarga sua terceira derrota seguida.

E no Tênis, vitória de Tommy Robredo sobre Juan Monaco por 2 sets a 1, com parciais de 7-5, 2-6 e 7-6 (7-5 no Tiebreak). Numa partida que foi interrompida devido a chuva, é justo que se enalteça a partida valente que do Pico Monaco, que infelizmente não conseguiu o bicampeonato (havia sido campeão em 2007). Tristeza pela lembrança que inevitavelmente volta sobre a derrota da Argentina em casa para a Espanha sem Rafael Nadal, mas só o fato do Monaco ter chegado a final passando pelo desafeto Nalbandian já significa muito. Ojala que o novo capitão saiba lidar com as individualidades da equipe argentina e possa convocar Juan Monaco de novo.

Em tempo: O capitão do time argentino na Copa Davis, Modesto Vasquez, chamou denovo Juan Monaco para a equipe. Como Del Potro, Calleri e Acasuso pediram para não serem chamados, Lucas Arnold e Juan Ignacio Chela acompanham Monaco e Nalbandian nessa convocação.

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El carnaval de Avellaneda es Rojo

21/02/2009 20:07

Policiais protegendo o treino do Independiente. Intrigas cercando o técnico do Racing. Some isso com as campanhas fracas dos maiores times da cidade de Avellaneda e o que terá? O clássico dos desesperados, que hoje conheceu o time a se safar momentaneamente da crise. Os Rojos bateram La Acadêmia por 2x0 e podem curtir o feriado com mais alegria que seus rivais, que só não estão na zona de descenso graças a vitória do Colón sobre o Rosário Central.

Ambos vinham de derrotas acachapantes. O Independiente perdeu para o San Martin de Tucuman por 3x0. Pro Racing foi pior, 4x1 em casa e de virada pro Huracán. Por ironia do destino e pelas obras no estádio Libertadores de la América serem eternas, o jogo foi na casa do último algoz blanquiceleste.

A necessidade da vitória dos rivais fez com que a partida fosse aberta e franca, já que esse clássico ia além dos 3 pontos. O perdedor já poderia sair do estádio e ir direto pra fila do desemprego. Mas levou pouco tempo para que o placar fosse inagurado. Pusineri, aos 3 minutos da primeira etapa fez de cabeça após cruzamento de Montenegro.

O autor do gol aliás foi a figura do derby. Incansável na marcação e prestativo no ataque, foi responsável pelo equilíbrio dos Rojos. O Racing até tinha suas chances, embora não fossem tão perigosas quanto as do Independiente. Foi aí que os nervos de um clássico, tenso desde antes de seu início, começaram a aflorar. E no segundo tempo as coisas só pioraram.

Não chegou a se ver violência, mas futebol menos ainda. Vários passes errados e chutões que só favoreciam ao lado que já estava na frente do placar. Até que aos 18 minutos do segundo tempo, Hector Baldassi marca pênalti no agarrão de Mercado em Sosa. Foram necessárias duas cobranças, mas Montenegro fez 2x0. O gesto dele beijando sua chuteira foi o marco do sepultamento das esperanças blanquicelestes.

Fora uma chance de Perez de descontar e outra de Higuaín para golear, nada mais se viu em Ducó. Além, é claro da alegria de Miguel Santoro, que graças a primeira vitória no Clausura 2009 podia contar com, ao menos, uma rodada a mais para trabalhar. Infelizmente, quanto a Llop, isso já não é tão certo.

Em tempo: Llop e a direção do Racing entraram em acordo, e o contrato dele como treinador foi rescindido.

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