¿Qué pasa, Celeste?

30/01/2009 15:47

Estava olhando ontem os resultados dos jogos da pré-Libertadores e me espantei com um deles. Não, não foi com a goleada do Palmeiras, mas sim com a incrível derrota de um dos clubes mais tradicionais da América do Sul. O Peñarol, do Uruguai, perdeu a primeira partida fora de casa por 4 a 0 para o Independiente Medellín, da Colômbia. Para avançar à fase de grupos, terá de ganhar por uma diferença de 5 gols ou mais, jogando em seu estádio, na cidade de Montevidéu.

Se pararmos para pensar, o futebol uruguaio vem em uma decrescente já há um bom tempo. A seleção uruguaia, nas Eliminatórias para a Copa do Mundo, nunca consegue obter bons e sucessivos resultados, quase nunca conseguindo chegar à zona de clasificação. Para se ter uma idéia, o Uruguai não conseguiu se classificar para a Copa de 2006, na Alemanha.

O futebol uruguaio possui um passado recheado de glórias, que o elevam a um status de uma das potências do futebol mundial. A celeste, como é conhecida pelos "hermanos" latinos, é bicampeã mundial, levantando o caneco em 1930 e 1950. Esse último título, como todos se lembram ou já ouviram falar, marcou muito a história do nosso futebol. A seleção uruguaia calou não apenas um Maracanã lotado, mas jogou um balde de água fria em toda uma nação, que tanto esperava e almejava por aquele título inédito. Foi o primeiro de alguns "Maracanazos" que marcaram o futebol brasileiro.

O gol que calou o maior templo do futebol mundial

Além do reconhecimento mundial pelos dois títulos conquistados, o futebol uruguaio também já foi muito aclamado por aqui, pelas bandas da América do Sul. O pequeno país entre a Argentina e o Brasil, maiores vendedores da Libertadores, possui nada mais do que oito títulos do maior torneio continental da América Latina. Todos conquistados pelos dois maiores clubes do Uruguai, uma rivalidade que faz lembrar a de Boca Juniors e River Plate, na Argentina. Nacional e Peñarol já tiraram muito o sono dos grandes clubes brasileiros.

O Nacional possui 3 títulos da Libertadores (1971, 1980 e 1988) e outros 3 vice-campeonatos (1964, 1967 e 1969). Já o Peñarol carrega o fardo de maior campeão uruguaio da Libertadores, sendo campeão por 5 vezes (1960, 1961, 1966, 1982 e 1987) e 4 vezes vice-campeão (1962, 1965, 1970 e 1983). Porém, como se vê pelos dados, o título da Libertadores não fica com os hermanos celestes há mais de 20 anos. E a tarefa para esse ano parece cada vez mais árdua. Com a derrota do Peñarol na pré-Libertadores, o Uruguai pode ter apenas dois representantes na atual edição da Libertadores, o Nacional e o Defensor Sporting, clube que vem crescendo com o passar dos anos e tentando se afirmar como mais um grande clube uruguaio. Para esfriar mais as pretensões celestes de conquistar o título da Libertadores de 2009, um exemplo de um passado mais do que recente nos faz perceber a diferença de nível entre os clubes. No último Torneio de Verão da cidade de Montevidéu, capital do Uruguai, os dois grandes clubes uruguaios perderam (e feio) para os mineiros (e também rivais) Cruzeiro e Atlético e não conseguiram alcançar a final de um torneio realizado em solo uruguaio. Duas sonoras goleadas de 4x1. Cruzeiro e Atlético passaram por, respectivamente, Nacional e Peñarol, e decidiram o título do Torneio, que acabou nas mãos da Raposa.

Como se vê, o futebol uruguaio precisa com urgência de sérias mudanças para tentar, assim, retornar ao status de temido e vitorioso novamente. Status esse alcançado na primeira metade do século passado, com o bicampeonato mundial e com poderosos times, que fizeram frente ao Santos de Pelé (Santos e Peñarol fizeram a final da Libertadores de 1962), ao Botafogo de Garrincha; e com poderosas seleções, que realizaram proesas jamais repetidas por outro conglomerado de esportistas. No bom e velho espanhol: ¡Avante, Celeste!

Comentários

Voltar