A marca de um herói

28/03/2009 22:34

E o Monumental de Nuñez explodiu como Dieguito pedia ao longo da semana. Enfim pudemos ver a seleção albiceleste arrancando gritos de olé da sua hinchada. A tranquilidade reinou absoluta na goleada de 4x0 da Argentina sobre uma Venezuela que segue sem sentir nem mesmo o gosto de um empate nesse confronto.

Mas percebam bem, eu disse tranquilidade, não genialidade. Messi foi brilhante hoje, é importante salientar essa verdade. Porém mais importante ainda é esclarecer que a Argentina não encanta. Não pode ainda sustentar o posto de favorita ao tri, mesmo que já esteja andando nos eixos em certos aspectos aonde falhava o time de Basile.

Do apito inicial ao final se viu uma equipe segura. Tocava a bola como se o placar já tivesse iniciado nos 4x0. O que de certa forma foi uma pena já que a solidez da zaga Zanetti-Angeleri-Heinze não pode ser testada ao máximo, mas nos momentos em que a Venezuela ameaçava se soltar, lá estavam eles pra cortar as asinhas da viñotinto, contando ainda com ajuda de Mascherano e Gago. Como essa força defensiva ja foi vista inclusive contra a França, já se pode contabilizar um ponto a favor do time de Maradona contra o do Coco Basile.

No setor de meio-campo as mesmas 4 peças vistas na última vitória. Ou seja, o mesmo lapso de criatividade. Não me entendam mal, El Jefecito, Gago, Maxi e Gutierrez são jogadores dignos de seleção sim. Mas ao passe que se ganha poder de marcação se perde as jogadas pelo centro que Roman fazia tão bem. Então a Argentina sentiu falta do seu 10 antigo? Não mesmo...

De certa forma a saída de Riquelme trouxe bons frutos, pois hoje dependemos de um craque muito mais constante: Lionel Messi. O melhor jogador argentino da atualidade faz com que todas as possíveis criticas ao resto da seleção se tornem insípidas. Afinal, se ninguém pode pará-lo, porque não contar sempre com ele? Com ele e com Tevez, que participou de forma determinante no gol da Pulga aos 26 do primeiro tempo.

As atenções estavam voltadas pra Maradona sim, mas Messi roubou um pouquinho dos holofotes com justiça. E destaco dois outros momentos desse gênio: o passe pro quase gol do Aguero no fim da primeira etapa e o gol no inicio da segunda, que pela grande jogada poderia ser creditado a ele, mas o ultimo toque foi do Apache. Enfim Carlitos marca nas eliminatórias ao invés de ser expulso.

Aliás o trio ofensivo também foi interessante de se acompanhar. Sempre se movimentando e, pelo fato de não ter uma figura de criação central, sempre criando as próprias jogadas ofensivas.

Mas afinal o adversário também não merece destaque? Complicado exaltar a Venezuela se só levou perigo a Carrizo em dois chutes, sendo que em um deles nasceu a jogada do 3°gol. Maxi Rodriguez puxou a jogada e recebeu de Aguero para botar seu nome nessa vitória sonora. E pra compensar um primeiro tempo apagado, o genro do Diez balançou as redes depois de bela jogada individual dele mesmo. Com tudo resolvido, os visitantes ainda puderam ter mais volume de jogo pra tentar um gol de honra, mas foi inútil. Nem parecia o mesmo time que era tão elogiado por sua evolução nos últimos anos.

Ver o Monumental feliz outra vez, o principal fato a favor de Maradona. Ainda há o que se corrigir, principalmente considerando que em La Paz a velocidade de Messi e Tevez não poderá ser uma arma por muito tempo. Só que motivação não falta mais, basta lembrar do olé gritado hoje pelos hinchas. E bem disse a faixa estendida nas arquibancadas: "Maradona + 11".

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