A realidade argentina pesa

01/03/2009 22:07

Quatro times dividiam a liderança no começo da 4° rodada do Clausura 2009, mas ao fim dela todos eles perderam o gostinho de olhar os outros de cima. Natural que isso aconteça nas primeiras rodadas de um campeonato equilibrado por natureza, mas isso nao significa consolo para River, Colon, Newell's e Godoy Cruz. De maneira que a alegria momentanea (ou não) fica com Arsenal, Lanus e Gimnasia y Esgrima de La Plata. E destaque pra uma marca histórica em La Bombonera.

O primeiro líder surgiu na sexta. Ainda que estivesse embalado pela vitória no derby, o Independiente não foi adversário para o Gimnasia. 2x0 tranquilo para os lobos, que comemoram não só a liderança, mas também a saída momentânea da zona de rebaixamento. Maldonado e Romero foram os heróis platenses.

Quem entra na famosa "zona de promoção" é o Racing. Mesmo de técnico novo (saiu Llop, entrou Caruso Lombardi) La Academia não pode vencer o Argentinos Jrs. em casa. Até que os blanquicelestes tinham os 3 pontos na mão com o gol de Lucero, mas Pavlovich se encarregou de calar o Cilindro de Avellaneda com um gol aos 47 da etapa final.

Outro destaque do sábado foi a sonora goleada do Velez sobre o ex-co-líder Godoy Cruz. Enfim uma grande atuaçao do principal reforço, Maxi Moralez, autor de 2 gols no 4x0 em Liniers.

Chegava o domingo, e com ele o esperado clássico da rodada. De um lado, um San Lorenzo cabisbaixo pelas 3 derrotas seguidas, sendo uma na Libertadores. Do outro, um River confiante pelas 3 vitórias seguidas. Só que pesaram a favor do Ciclón o estádio Nuevo Gasometro e o fato de terem um elenco muito mais forte que o do rival.

Não a toa que aos 17 minutos o placar ja marcava 3x0 para os anfitriões (Santana, Adrian Gonzalez e Botinelli). Após a saída de Solari contundido, o ritmo avassalador da equipe de Boedo diminuiu, dando espaço para os millonarios reagirem após o gol de Buonanotte. Pura ilusão, que foi desmanchada por um contra-ataque rápido, culminando no gol de Bergessio. Silveira ainda daria números finais a uma histórica lição de futebol dada pelos comandados de Miguel Angel Russo: 5x1.

Se é possível enxergar um lado positivo para o River Plate nessa derrota acachapante é que, enfim, eles não foram enganados pelo placar. Contra um adversário forte e tradicional os erros que vinham sendo repetidamente cometidos pela equipe de Gorosito vieram a tona, e agora podem ser mais facilmente corrigidos. E tirando pela lesão de Solari, só alegria para o San Lorenzo, que finalmente terminou uma partida com 11 em campo.

No mesmo horário do clássico, surgiu o outro líder do Campeonato Argentino. Depois de vencer o Estudiantes por 3x1, o Arsenal (foto) pode voltar a posição que havia perdido na rodada passada. Olho no time de Sarandi.

Vários passes errados. Poucas finalizações que resultaram num jogo truncado em La Boca. Nada disso, porém, entrará na história dessa partida quando, no futuro, olharmos esse 1° de março de 2009. Essa data será lembrada pelo 195° gol de Palermo na vitória de 3x1 sobre o Huracán, time que também figurava na ponta da tabela.

Com Titan entrando de titular, todos esperavam que hoje fosse mesmo o grande dia. E os primeiros 10 minutos de jogo realmente empolgaram a torcida xeneize graças a boa movimentação de Pablo Mouche nos cruzamentos que quase chegavam no artilheiro máximo. Mas depois o que se viu foi a boa marcação do "Globo" imperar sobre qualquer jogada ofensiva que o Boca tentou. Seja pela falta de apoio dos meias xeneizes Vargas e Diaz ou pelo fato do time da casa tentar sempre a previsível jogada da bola alçada na área, fato foi que o Huracan soube se segurar e ainda causava apreensão em seus contra-ataques.

Como de costume, a situação só foi mudar quando Ischia percebeu o erro tático que tinha cometido, pois graças a ineficiencia da criação auriazul, os adversários chegavam ao ataque com mais frequencia. Saiu Damian Diaz pra entrada de um jogador que seria chave para que a história fosse feita hoje: Nicolas Gaitan. Verdade que a jogada maravilhosa pela esquerda foi do Mouche, mas graças ao corta-luz de Gaitan que Palermo se viu debaixo das traves para fazer um gol contraditório, pois ao mesmo tempo que foi fácil, foi também marcante. Era o tento que lhe consagraria isoladamente como maior artilheiro da história do Boca Juniors.

Após a glória, Palermo saiu de campo, permitindo que os holofotes se voltassem para um Lucho Figueroa que também construiu um caso interessante hoje. Em sua primeira jogada ofensiva no ano atual, ele fez o gol após passe brilhante de Riquelme. Eduardo Dominguez ainda descontaria minutos depois, mas antes que o Globo pudesse se empolgar, Morel Rodriguez arranca num contra-ataque, passa para Krupoviesa que de carrinho facilita a vida do carequinha matador. Para um delantero que estava cotado para deixar o clube por emprestimo, uma chance de mostrar que ainda é necessário.

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