A Venezuela já não assusta mais

04/03/2009 22:31

É incrível mas é verdade. Fazia 13 anos que um clube argentino não vencia em terras venezuelanas. Tabu que só foi ser quebrado aos 42 minutos da segunda etapa hoje com o gol do Lucho Figueroa. 1x0 magro, sortudo, talvez até não merecido, mas que traz uma tranquilidade que os times mais fortes de anos passados não tiveram.

Logo de início o Boca confirmou a máxima que o mistifica na Libertadores: joga fora de casa com a naturalidade que joga na Bombonera, sem mudar suas características. Só que nos dias de hoje isso não é uma qualidade. Ainda que mantenha seus adversários longe do gol, o toque de bola do Boca não é criativo. O resultado se vê ao perceber que Roman, Gaitan, Noir e Viatri pereceram diante da fraca marcação do Táchira no primeiro tempo.

Alguns diriam que o motivo disso é a religiosidade, pois o Boca não tem sido o mesmo sem Jesus (Dátolo). Uma verdade que piora quando também não estão em campo Ibarra e Morel Rodriguez. Palacio e Palermo também foram poupados. Pela continuidade, esperava-se que Mouche e Figueroa fossem os substitutos, ao invés do inconstante Noir e do sonhador Viatri, que parecia pensar mais nos milhões que não ganhou com a proposta do Lokomotiv Moscow do que com a partida da Libertadores.

A metade final trouxe consigo uma equipe xeneize que enfim percebeu a inferioridade técnica do adversário. Ainda assim não era suficiente para assustar a torcida da casa. O Boca só levou perigo num chute do Gaitan, que continua perdido na meia-esquerda, e numa cabeçada do Viatri.

Mas quem acompanha os jogos dos comandados de Ischia sabe bem o que acontece no segundo tempo. O técnico se arrepende dos erros de escalação e tenta corrigi-los no segundo tempo. Não por coincidencia, o gol sai do bom cruzamento de Mouche (saiu Noir) e da cabeçada do Lucho Figueroa (saiu Viatri). Uma vez mais os talentos individuais são responsáveis por uma vitória que jamais viria pelo jogo coletivo xeneize.

Uma vitória na Venezuela para argentinos é algo de se valorizar e comemorar. Resta a esperança de que Ibarra, Morel, Palacio e Palermo tragam de volta o bom futebol que ficou com eles em Buenos Aires. Claro que o Boca ainda é viúvo de um Dátolo que não podia ser vendido não importa quão grave tenha sido a crise financeira. Nessas horas, bem-vinda é a paciência, não só com o substituto Gaitan, mas com todos os outros pibes da base xeneize. Qualidade eles têm, só precisam de confiança, pois a tranquilidade eles conquistaram hoje.

Comentários

Voltar