E o gigante chorou...

03/02/2009 16:19

Pela primeira vez no circuito profissional de tênis, Roger Federer, ex-número 1 do mundo, chorou. Não de alegria, como algumas vezes o fez (quando ganhou Wimbledon pela primeira vez, um dos exemplos). Chorou de tristeza. Seu sonho de igualar a marca do gênio Pete Sampras de 14 títulos de Grand Slam fora adiado mais uma vez. O outro personagem dessa história sem um final feliz para Federer continua sendo o "touro" Rafael Nadal, que, mais uma vez, adiou o feito de Federer por, pelo menos, até Roland Garros.

A decepção do suíço após mais uma derrota para Nadal (e, outra vez, em uma final)

A final do Australian Open foi um jogaço. Mais de quatro horas de partida. Ninguém esperava que Nadal teria fôlego para suportar outro longo jogo. Sua semifinal contra Fernando Verdasco foi o jogo mais longo da história do Australian Open. Uma batalha de 5 horas para, enfim, chegar à sua primeira final na Austrália. E quem seria seu adversário? Bem, como já há algum tempo, surpresas não tiveram vez na terra dos cangurus: Roger Federer vinha aí, atropelando seus adversários de um modo como ele não fazia há algum tempo. Porém, como um legítimo touro espanhol, Nadal tirou forças Deus sabe de onde, venceu outra disputa contra o tenista suíço e conquistou pela primeira vez o título do Australian Open. Um título para coroar sua excelente temporada do ano passado, onde conquistou Roland Garros, Wimbledon, medalha de ouro nas Olimpíadas... Nadal, com essa vitória, confirma a boa fase, regular e sem lesões, e se consolida no topo do ranking mundial.

Nadal e o troféu do Australian Open: o espanhol começa o ano arrasador

Para Federer, esse Australian Open poderá trazer-lhe alguns bons frutos. Se continuar a treinar e a jogar com a garra, a determinação, a vontade com que disputou esse primeiro Grand Slam de 2009, o ano poderá ser muito melhor do que foi o de 2008, onde conquistou o US Open e viu Nadal jogando muito tênis, ganhando a maioria dos torneios que disputou e tirar dele o título de melhor tenista do mundo. Qualidades essas que Federer adquiriu após essa, digamos, ultrapassagem de Nadal no ranking da ATP. Qualidades essas que Federer demonstrava quando começou a surgir no circuito profissional, naquele Wimbledon citado no começo do texto, onde ele bateu na final ninguém mais ninguém menos que Pete Sampras, o rei de Wimbledon. A manutenção de Nadal no posto de número 1 do mundo e a tentativa de recuperação de Federer darão muito mais emoção à essa temporada do tênis mundial.

É muito ruim perder, todos sabem disso. Tenta-se confortar os perdedores com a famosa frase: o que vale é a intenção, é a competição. Todavia, o baque de uma derrota, principalmente para um gênio do esporte como Federer, às vezes é muito forte. Mas aqui vai um conselho para o suíço: erga-se, levante a cabeça. Para o bem do tênis mundial. Para o bem dos fãs do esporte limpo, jogado com prazer, com elegância, com técnica, com habilidade. Esse suíço ainda vai muito longe. Melhor tenista de todos os tempos? Só depende dele. Potencial para isso ele já demostrou ter. Só resta a ele esquecer o passado recente e voltar a ficar assim:

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