Erros e acertos de um quase campeão

28/06/2009 15:37

Trocou-se a qualidade pelo nervosismo. A defesa perfeita perdeu espaço para as faltas e a violência. Os contra-ataques se mudaram para o lado adversário e assim, o Universo não conseguiu dar a volta olímpica na Arena Multiuso, no Rio de Janeiro. Mais uma vez, o Flamengo foi o algoz, graças a Marcelinho, Duda, Jefferson, Helio e companhia.

Aos sons de "Bicampeão", os rubronegros levantaram o troféu na vitória por 76 x 68, enquanto o time de Brasília voltou para a capital federal de mãos vazias, e aturando gritos de "Vice de novo".

E os suporta por não ter esfriado os nervos desde o início, quando a primeira confusão da partida estremeceu tudo. Estevam, Alex e Marcelinho se desentendem, iniciando o empurra-empurra. O árbitro Carlos Renato decide pela expulsão de Cipriano e Baby na tentativa de acalmar os ânimos, mas acabou por não agradar ninguém. Foram mais de 20 minutos perdidos até que os jogadores excluídos saíssem e partida pudesse recomeçar.

No primeiro quarto foram vários erros de ataque do Universo. Levou mais de 4 minutos de partida até a chegada dos primeiros ponto. Momentos como esse são perfeitos para craques mostrarem seu valor, e o homem da vez foi Valtinho. Infiltrando, arremessando e dando assistências, ele conseguiu equilibrar a partida, apesar de não ter impedido a vantagem flamenguista: 19 x 17.

Infelizmente, o segundo quarto começou da mesma forma, pois o Universo sentiu a falta de Alex, substituido com três faltas. A vantagem chegou a atingir a marca de dois digitos, e só não permaneceu assim até o fim do primeiro tempo pois o sexto homem Diego amenizou o estrago com bolas de três pontos.

Lula Ferreira conseguiu fazer sua equipe se lembrar da importância da partida após a volta dos vestiários. Nesta hora, já não era só Diego que jogava bem, mas Arthur e Alex também demonstraram qualidade e raça. Uma pena que o ala-armador cometeu sua quarta falta, permitindo uma maior liberdade para Marcelinho e, por tabela, todos os outros que recebiam seus passes. Destaque para Duda, responsável por fazer a vantagem rubronegra voltar a ser de 6 pontos no final do terceiro quarto.

E eis que chegaram os 10 minutos finais. Aqueles em que um rebote, uma roubada de bola, um passe errado, uma assistência, um toco ou mesmo um simples lance livre pode fazer a diferença. Dado o equilibrio de forças de Fla e Universo, era impossível arriscar um vencedor, mesmo com 6 pontos e 15 mil gritos a favor dos anfitriões.

Mas e quando um dos times não joga da forma que se espera? O Universo era caracterizado por sua defesa sólida, contra-ataque letal e elenco forte, atributos estes esquecidos no período final do NBB. Os rebotes não existiam, os contra-ataques não vinham, as bolas de três não entravam, o garrafão estava indefeso, e quando se deu conta, a vantagem era irreversível. O sonho de se tornar o primeiro campeão do NBB, vingando a derrota no nacional em formato antigo de 2008, acabava alí.

Ainda assim, não é motivo para execrar o bom trabalho de Lula e seus comandados. Valtinho, Alex, Arthur, Estevam, David, Diego, Mineiro, Ratto e até o expulso Cipriano trouxeram orgulho para o basquete candango. Tinham perfeitas condições de se sagrarem campeões neste domingo, só não o fizeram por erros que acontecem neste esporte.

E não se esquecendo, ajudaram a dar o primeiro passo para a reconstrução de um basquete brasileiro forte. Foram protagonistas de jogos finais magníficos com direito a casa cheia tanto no Nilson Nelson quanto na Arena da Barra. O NBB fez com que a bola laranja se tornasse o centro das atenções do fã de esportes no Brasil outra vez.

No entanto, tudo isso se tornará inútil se não for aproveitado de forma correta. As categorias de base precisam do maior carinho possível, agora que serão bastante requisitadas pelos jovens empolgados com o que viram nas quadras e nas telas da televisão. O próprio Flamengo precisa valorizar mais seus profissionais campeões brasileiros. E o canal detentor dos direitos de transmissão do NBB precisa abrir os jogos ao público da TV aberta, baseando-se no sucesso da edição deste ano.

Mas agora, só posso desejar meus parabéns ao Flamengo, e minha torcida ao Universo no sentido de não deixar a peteca cair. Rumo a 2010 com o belo trabalho de 2009, na esperança de ganhar o título maior que quase foi conquistado.

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