Guerra de las estrellas

26/08/2009 16:17

Tal qual no capitulo IV da famosa trilogia antiga de George Lucas (o diretor, não o lateral), uma nova esperança surge num país muito distante. Ela atende pelo nome de Luke S'Kaka'ywalker, que se une ao bravo capitão Raul Solo e ao mestre Jedi Obiwan Ronaldo para tentar derrubar o império galáctico de Darth Messi. Essa analogia maluca faz sentido a partir do momento em que se percebe tantos astros no Campeonato Espanhol, fazendo com que tudo se transforme numa guerra das estrelas.

E para tornar esse confronto épico possível, os custos foram igualmente astronômicos. Somando os preços dos recrutamentos de todos os 'exércitos' da Primera División, a quantia total chega a impressionantes 447 milhões de euros. É a segunda liga que mais desembolsou dinheiro para se reforçar, perdendo apenas para a Premier League inglesa (465,3 milhões).

A bem da verdade, esse valor pode parecer enganoso quanto a fortalecer igualmente a todos, pois 77% dele foi movimentado apenas por Real Madrid e Barcelona. Todavia estas serão as forças que inevitavelmente irão atrair a atenção dos fãs, causando uma grande expectativa pelo duelo entre eles valendo o título e a galáxia.

Falando em galáxia, como não lembrar da nova era comandada por Florentino Pérez no Real Madrid? O extravagante, porém inteligente presidente madrilenho que já foi responsável pelo esquadrão de Zidane, Beckham, Ronaldo e companhia, agora tratou de se reforçar impondo respeito uma vez mais. Xabi Alonso, Benzema, Raul Albiol, Arbeloa, Granero e, claro, as novas esperanças de brilho com Kaká e Cristiano Ronaldo.

Todos eles capitaneados por um comandante também recém-contratado do Villarreal: Manuel Pellegrini. Nas mãos dele, um elenco invejado por muitos na Europa inteira. Afinal, não é fácil contar com a segurança de Casillas nas metas, de Garay, Albiol e, as vezes, Sérgio Ramos na zaga. Nem mesmo com o talento criativo de Alonso, Van der Vaart e Guti no meio. Muito menos com a arte ofensiva de Kaká, Ronaldo e Benzema.

Um ponto fraco tático pode estar nas laterais, que não contam com uma proteção tão firme, e os zagueiros reservas Pepe e Metzelder também não deixam o torcedor merengue tranquilo. No entanto, o maior problema é justamente o elenco vasto. O excesso de jogadores com qualidade e fama, principalmente no ataque, pode trazer problemas no grupo. Se eles estiverem unidos, aí sim será inquestionável a força do Madrid para tomar o controle não só da Espanha, mas da Europa inteira.

Controle esse que hoje pertence ao império do Barcelona. Mas, diferentemente dos déspotas no filme "Star Wars", eles não o conquistaram na força bruta, e sim com um futebol bonito, de toque de bola refinado e belas jogadas orquestradas em grande maioria por aquele que é considerado pela maioria como melhor do mundo na atualidade: Lionel Messi.

Uma equipe que já imprimiu na memória coletiva o seu esquema tático vitorioso. O fanfarrão Valdes no gol; o jovem Piqué e o flamante Puyol como zagueiros, tendo Touré (Keita) os protegendo; Dani Alves e Abidal cobrindo e atacando nas laterais; Xavi e Iniesta distribuindo e trabalhando com maestria a posse de bola; Messi, Henry e, agora, Ibrahimovic com o papel de estufar as redes.

Claro que, pelo fato de todos já o conhecerem, é possível que isso seja o ponto fraco, assim como também foi com a Estrela da Morte na trilogia famosa. E, além disso, o problema de relacionamento do 'imperador' Pep Guardiola com seus comandados, o que teria ajudado na transferência de Eto'o, pode atrapalhar demais. Dessa vez, portanto, o Barça não terá só seus rivais, mas também a si mesmo para se preocupar em manter suas conquistas.

Ainda existem outros rebeldes que também querem destronar o Barcelona ou, pelo menos, se firmar na zona de classificação para a Liga dos Campeões da Europa para lá tentarem melhor sorte. Um deles conseguiu nesta semana sua classificação para a fase de grupos deste ano: O Atlético de Madrid. Na carona do talento de Aguero e Forlan, eles também esperam ter participação ativa nesse duelo de estrelas da Espanha.

Entretanto, os colchoneros não dispoem da mesma força de elenco de Madrid e Barça. Nem mesmo tem uma equipe titular capaz de lutar no mesmo nível deles, tanto com respeito a qualidade, quanto com a regularidade. Verdade que tampouco se situa tão longe, mas dificilmente surpreenderá a ponto de levantar o caneco. Vaga na Champions League é o esperado.

Outros esquadrões sofrem do mesmo problema, e por isso igualmente lutarão pela vaga com qual sonha o Atlético. O Sevilla, do franco-atirador Luis Fabiano e do promissor Diego Capel. O Valencia, que perdeu Raul Albiol, mas conseguiu resistir as pressões de todos e manteve David Villa, um dos melhores atacantes do mundo. E o Villarreal, sem Manuel Pellegrini, porém com o talentoso Cazorla e os brasileiros Marcos Senna e Nilmar.

Equipes e jogadores de valor que engrandecem o futebol na Espanha, mas não deverão fugir de seus papeis secundários diante do duelo épico entre os rebeldes merengues e os catalães donos da Europa. Quem jogará o futebol mais bonito? Quem contará com o artilheiro da temporada? Perguntas das quais o torcedor será o maior beneficiado por saber depois das respostas. Então que a força e a emoção esteja com o Campeonato Espanhol.

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