Uma lição de como não aprender nada

10/06/2009 21:09

Errar é humano, já dizia o velho dito popular. E quanto a insistir no erro?

Maradona teve nas mãos uma oportunidade de ouro para transformar uma tragédia em lição para que a Argentina consertasse os erros crônicos do time. Não o fez. Preferiu acreditar na mesma estratégia de La Paz. O resultado disso foi lógico, outra derrota na altitude. Dessa vez em Quito, no revés de 2x0 contra o Equador.

Alguns tentarão defender a albiceleste. Irão falar das chances claras de gol de Messi, Gago e, principalmente, Carlitos Tevez, num penal desperdiçado. Verdade que o goleiro Elizaga se adiantou demais, mas não exime o Apache de culpa, pois bateu mal demais.

Com relação ao ataque, a Argentina se saiu melhor do que na altitude de La Paz no sentido de volume de jogo. Mas quando se tem a disposição o melhor jogador do mundo, não se aceita com naturalidade o fato de não terem marcado gols.

Mas o ponto não é esse. O problema esteve em ver a seleção repetir o mesmo estilo de jogo que fracassou contra a Bolívia.

Apostar em jogadas de velocidade causou um desgaste grande e rápido. Os dois cabeças-de-área e Maxi Rodriguez engessaram, pela enésima vez, a criatividade do meio-campo, com o problema de Battaglia no lugar de Mascherano, piorando a situação. Zanetti não tem mais costume de jogar na lateral-direita, menos ainda a 2800 metros acima do nível do mar. Não a toa, foi dele o erro grotesco que resultou no primeiro gol equatoriano de Ayovi. Um chutaço de esquerda, diga-se de passagem.

Claro que nem todos os erros foram repetidos. Alguns eram novos, tais como a aposta em Demichelis, espectador de luxo do segundo gol, marcado por Palacios. O resultado não teve a mesma elasticidade, mas seguramente traz uma decepção proporcional ao 6x1.

Na tabela, somente dois pontos nos separam dos algozes desta noite, que estariam hoje presentes na repescagem contra um representante da Concacaf. Pela frente, a dificuldade dos confrontos contra Brasil, em Nuñez, Paraguai e Uruguai, fora de casa. Só que a preocupação não se limita a classificação para viajar à África do Sul...

De que adiantaria ir a Copa sem um nível de futebol aceitável? Não seria inteligente, nem mesmo possível, demitir Maradona hoje, mas ele provou em Quito sua incapacidade de visão para fazer a Argentina crescer. Desta forma, mesmo que eu torça muito contra este desastre, melhor deixar a vaga para outro sul-americano, pois continuando o ritmo atual, não dá para imaginar de forma alguma a albiceleste sendo Tri em solo africano.

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