Flávio

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Do Oiapoque ao Chuí - parte II

29/04/2009 18:37

Continuando o post de ontem sobre a semana decisiva, falarei sobre os estaduais que faltavam e também sobre as outras competições que seguirão até o fim deste primeiro semestre.

Rio de Janeiro

Pelo terceiro ano consecutivo, a final do Carioca é disputada entre flamenguistas e botafoguenses. Até agora, só deu Flamengo, batendo nos dois últimos anos o time que era comandado por Cuca, atual comandante rubro-negro. No primeiro jogo, o resultado que mais vem se repetindo entre os dois times: empate. Um 2x2 para elevar mais a tensão para o jogo de domingo. Sendo assim, quem vencer o segundo jogo levantará a taça de campeão carioca.

São Paulo

Na terra da garoa, final entre alvinegros. No entanto, no primeiro jogo entre Santos e Corinthians, a bola foi de uma pessoa só. Se é que se pode chamá-lo de humano: Ronaldo. Discreto durante todo a partida, foi frio e matador na hora em que se precisou dele. Melhor para o Timão, que agora pode perder por até dois gols de diferença que leva mais um Paulistão para o Parque São Jorge. Para o Santos, a má atuação de Kléber Pereira e de Fábio Costa contribuiu e muito para o revés no primeiro jogo da final. Para conseguir alcançar seu objetivo de fazer 3x0 no Corinthians, o Peixe vai precisar e muito do trabalho de motivação, sempre muito bem feito por Vagner Mancini.

Santa Catarina

Nem Figueirense, nem Criciúma. O Catarinense está sendo decidido entre Avaí e o surpreendente Chapecoense. E coloque surpreendente nisso. No primeiro jogo da final, o time da cidade de Chapecó venceu o time do ex-tenista Guga por 3x1 e saiu na frente na decisão do estadual. Para o Avaí, que fará o segundo jogo em casa, uma vitória por dois gols de diferença dá o caneco para o time azul e branco.

 

Libertadores

Hoje (quarta-feira) à noite, serão definidos os classificados de mais alguns grupos. E um deles em especial chama a atenção, pois é o mais equilibrado de todos. O grupo 1, onde estão Sport, Palmeiras, Colo-Colo e a já eliminada LDU, tem sua rodada final com um jogo eletrizante. Colo-Colo e Palmeiras disputam a segunda vaga do grupo, já que o Sport, que vai até Quito enfrentar a LDU, já está classificado para as oitavas-de-final. Para o Palmeiras, só a vitória interessa. Um adendo sobre brasileiros na Libertadores é a expressiva classificação do Grêmio com a melhor campanha entre todos os times. O grupo do Grêmio também não era assim tão assustador, mas isso mostra que o time já esqueceu a desclassificação no campeonato gaúcho. O tricolor chega às oitavas-de-final com 5 vitórias e 1 empate, o melhor ataque da competição (11 gols marcados) e a defesa menos vazada (apenas 1 gol sofrido).

Copa do Brasil

Começam hoje as partidas de ida das oitavas-de-final da competição mais democrática do Brasil. A noite está recheada: Americano x Ponte Preta, Vitória x Atlético-MG, Atlético-PR x Corinthians, Flamengo x Fortaleza, Náutico x Internacional e CSA-AL x Coritiba. Lembrando que agora não vale mais aquela regra da eliminação do segundo jogo caso o visitante vença por dois ou mais gols de diferença.

É isso. Uma boa semana a todos, com (muito) futebol de qualidade, e voltarei semana que vem com os campeões estaduais!

Do Oiapoque ao Chuí - parte I

27/04/2009 20:17

A semana que se segue será eletrizante nos 4 cantos do Brasil. Há duas semanas de se iniciar o Brasileirão em suas agora 4 divisões, o público conhecerá os campeões estaduais e, de quebra, acompanhar os outros clubes que não estão envolvidos em decisões nas disputas da Taça Libertadores e na Copa do Brasil.

Como este blog preza pela abordagem mais democrática possível, (tentarei) falar a respeito da maioria dos clubes em suas respectivas missões.

Vamos por ordem alfabética, para o leitor não se perder.

Bahia

Na terra de todos os santos, o clássico mais fervoroso do Nordeste decide o campeonato baiano. O último Ba-Vi em uma decisão havia sido há 3 anos atrás. E o Vitória saiu na frente na disputa com o Bahia. Neste domingo, uma vitória de 2x1 para cima dos tricolores, com direito a dois gols do veteranoi Ramon (é, aquele mesmo que passou pelo Vasco, Atlético-MG...). Agora, o rubro-negro comandado por Paulo Cesar Carpegiani precisa apenas de um empate para levantar o caneco mais uma vez. Para o Bahia, a missão é mais complicada. Precisa vencer o Leão por, no mínimo, dois gols de diferença e, assim, consolidar o começo de semestre e entrar embalado para a disputa da Série B.

Ceará

Como todo cearense é cabra macho, nada melhor do que um Fortaleza x Ceará para decidir o título estadual. No primeiro jogo, no entanto, o personagem principal não foi nenhuma das duas equipes, e sim o senhor Carlos Eugênio Simon e a sua desastrosa arbitragem no primeiro jogo da final. Errou feio pros dois lados. Validou o primeiro gol do Fortaleza, onde o atacante encontrava-se impedido. Todavia, o pior estava por vir. O árbitro brasileiro melhor rankeado no quadro da Fifa marcou um pênalti inexistente no atacante do Ceará. Porém, o leitor deve estar se perguntando: oras, mas isso acontece com qualquer árbitro. Porém, não fosse a tamanha inocência de Simon ao ver o atacante do Ceará tropeçar em suas próprias pernas e marcar a penalidade máxima, seria uma atitude cotidiana do futebol. Apesar disso, tivemos um jogo e o Fortaleza conseguiu marcar mais um gol, fechando o placar por 2x1. Agora, o Tricolor de Aço está a um empate do título estadual. Para o Ceará, uma vitória por 1x0 leva a decisão para os penaltis.

Distrito Federal

Aqui na capital federal, o enredo parece que não irá se mudar. Como há todo ano acontece, o Brasiliense está mais próximo do título. Na final contra o surpreendente Brasília, o Jacaré venceu por 2x1 fora de casa e agora precisa de um empate para se tornar, pelo 6º ano seguido, o campeão do DF. O Brasília, com vaga garantida na Série D deste ano, corre por fora para tentar confirmar o status de zebra do campeonato.

Goiás

Na terra do Periquito e do Tigre, quem parece estar mandando é o Dragão rubro-negro. No primeiro jogo da final do campeonato goiano, o Atlético venceu o Goiás por 2x1 e também está a um empate do título. Para o Goiás, uma simples vitória por 1x0 elimina as possibilidades de um tri-vice campeonato.

Minas Gerais

Parece brincadeira, mas não é. Novamente, como disse o colega Rodrigo em um de seus últimos posts, o Galo chegou fazendo barulho mas foi a Raposa quem continua cantando mais alto nas Minas Gerais. E, novamente, com uma sonora goleada de 5x0 no primeiro jogo da final. Há mais de 10 jogos que o Atlético não consegue vencer o Cruzeiro. Para tentar tirar o caneco do Cruzeiro, o Galo terá de vencer no mínimo pelo mesmo placar do primeiro jogo, pois tem a vantagem do empate em caso de dois resultados iguais.

Amanhã eu continuo contando a saga futebolística nos estados brasileiros.

Datas históricas

16/03/2009 14:38

10/12/1995.

Para quem não é santista, essa data não passa apenas de um 10 de dezembro comum do longínquo ano de 1995. Porém, para os amantes do bom futebol e, principalmente, para a torcida santista, essa data marca o dia em que surgiu, na opinião deste mero observador-filósofo do futebol, o maior ídolo do Santos Futebol Clube na era pós-Pelé.

Giovanni era o nome dele.

Como uma imagem vale mais do que mil palavras, deixo o próprio Giovanni contar-lhes a história do fatídico 10/12/1995:

Semifinal do Campeonato Brasileiro de 1995 - Santos x Fluminense

Atentem para o belíssimo texto do jornalista José Roberto Torero na parte ao qual seria destinada a descrição do vídeo.

Porém, não é só de nostalgia que vive o coração do torcedor.

15/03/2009.

O dia em que a magia dos Meninos da Vila retorna aos gramados.

Um moleque, 17 anos. Como outros tantos por esse Brasil afora, loucos para ter uma chance de brilhar. Neymar brilhou. A comemoração do seu primeiro gol como profissional lembra alguém? E a camisa 7, lembra outra pessoa que também fez história (e quem sabe ainda fará) no Santos?

O mundo dá voltas.

Como aconteceu com o próprio Giovanni que, na primeira vez que enfrentou o time que o consagrou, teve que encarar também um de seus prodígios. E ele não é Neymar. O nome dele é Paulo Henrique Lima. Um rapaz alto, franzino, com um jeito clássico de jogar futebol. Veio da distante Ananindeua, no Pará. Por indicação de quem? O Messias, como é carinhosamente chamado pelos santistas, viu que o garoto levava jeito pra coisa e logo o indicou para as categorias de base do Santos. E, no mesmo dia 15/03/2009, Giovanni viu algo raro no futebol: duas promessas, no mesmo jogo, na mesma noite, darem seus boas-vindas ao bom e velho futebol.

Com um adendo: Paulo Henrique Lima tem exatamente o mesmo estilo de jogo que Giovanni.

Giovanni, obrigado por tudo.

Posso agora dizer com muito orgulho: não vi Pelé, mas vi Giovanni, Diego, Robinho, Neymar, Paulo Henrique...

Porém, a vida continua. O ciclo natural das coisas se renova. E, como a própria imagem abaixo mostra, por trás de todo um futuro brilhante, vem um passado, às vezes ofucasdo, mas cheio de glórias e conquistas.

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Geração Coca-Cola

09/02/2009 15:52

"O Brasil é o país do futebol". "O Brasil é a pátria de chuteiras". Já cansamos de ouvir esses jargões na imprensa esportiva. O Brasil, e principalmente o brasileiro, é reconhecido no exterior, na maioria das vezes, por duas coisas: futebol e samba. É por causa dessa primeira impressão que milhares de crianças e adolescentes, ano após ano, batalham por uma oportunidade para mostrar seu talento no futebol e, quem sabe, mudar de vida. Essa é a situação de milhares de brasileiros aspirantes à craques da bola. Se espelham nos seus ídolos, que conseguiram chegar lá. Quem não quer ser um Kaká?! Um Ronaldinho Gaúcho?! Um Alexandre Pato?! Ricos, reconhecidos, badalados, idolatrados. Todos já sonharam um dia em ser jogador de futebol. Entretanto, alguns se aproveitam dessa obsessão pela fama e dinheiro a qualquer custo para transformar o sonho dessa geração em pesadelo.

Saiu nessa semana, mais precisamente hoje, 09/02, e na semana passada, no dia 02/02, duas matérias no Jornal Hoje falando a respeito de um golpista que dizia ser um empresário de futebol (na alcunha popular, um olheiro) e, com isso, aplicava o golpe da bola, tirando dinheiro das famílias dos futuros boleiros. Veja, na íntegra, as duas matérias:

Golpista engana jovens que sonham jogar futebol na Europa - 02/02

Falso empresário do futebol leva família até a Europa - 09/02

O falso empresário, Milton Felix Paulino, pedia dinheiro às famílias dos jovens jogadores, na maioria das vezes pobres, dizendo que o dinheiro seria para pagar despesas com viagens, documentação, etc. Em dois anos aplicando o golpe, Milton Felix Paulino já roubou mais de R$ 200 mil de várias famílias por todo o Brasil. Ele utiliza documentos e assinaturas falsos da CBF e de clubes de Portugal, principal destino de jogadores brasileiros na Europa.

A oportunidade espontânea de auxílio ou, quem sabe, de mudar de vida, às vezes cegam tanto o jovem quanto os familiares da vítima. Em sua maioria de classe média-baixa, pouco escolarizados, as pessoas se deixam levar pela tentação e não pela razão, e acabam caindo na armadilha do golpista. Nessas horas, é melhor lembrar do velho dito popular: quando a esmola é demais, o santo desconfia. Empresários sérios no ramo de divisões de base de clubes de futebol não pedem dinheiro para as famílias dos futuros craques, pois em vários clubes do Brasil e da Europa, os próprios clubes é quem investem no atleta a fim de que ele seja incorporado ao seu plantel das categorias de base.

Portanto, esse é o alerta aos futuros craques brasileiros. Devemos zelar pelo nosso patrimônio para que não deixemos apagar o tão famoso gingado brasileiro do futebol.

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E o gigante chorou...

03/02/2009 16:19

Pela primeira vez no circuito profissional de tênis, Roger Federer, ex-número 1 do mundo, chorou. Não de alegria, como algumas vezes o fez (quando ganhou Wimbledon pela primeira vez, um dos exemplos). Chorou de tristeza. Seu sonho de igualar a marca do gênio Pete Sampras de 14 títulos de Grand Slam fora adiado mais uma vez. O outro personagem dessa história sem um final feliz para Federer continua sendo o "touro" Rafael Nadal, que, mais uma vez, adiou o feito de Federer por, pelo menos, até Roland Garros.

A decepção do suíço após mais uma derrota para Nadal (e, outra vez, em uma final)

A final do Australian Open foi um jogaço. Mais de quatro horas de partida. Ninguém esperava que Nadal teria fôlego para suportar outro longo jogo. Sua semifinal contra Fernando Verdasco foi o jogo mais longo da história do Australian Open. Uma batalha de 5 horas para, enfim, chegar à sua primeira final na Austrália. E quem seria seu adversário? Bem, como já há algum tempo, surpresas não tiveram vez na terra dos cangurus: Roger Federer vinha aí, atropelando seus adversários de um modo como ele não fazia há algum tempo. Porém, como um legítimo touro espanhol, Nadal tirou forças Deus sabe de onde, venceu outra disputa contra o tenista suíço e conquistou pela primeira vez o título do Australian Open. Um título para coroar sua excelente temporada do ano passado, onde conquistou Roland Garros, Wimbledon, medalha de ouro nas Olimpíadas... Nadal, com essa vitória, confirma a boa fase, regular e sem lesões, e se consolida no topo do ranking mundial.

Nadal e o troféu do Australian Open: o espanhol começa o ano arrasador

Para Federer, esse Australian Open poderá trazer-lhe alguns bons frutos. Se continuar a treinar e a jogar com a garra, a determinação, a vontade com que disputou esse primeiro Grand Slam de 2009, o ano poderá ser muito melhor do que foi o de 2008, onde conquistou o US Open e viu Nadal jogando muito tênis, ganhando a maioria dos torneios que disputou e tirar dele o título de melhor tenista do mundo. Qualidades essas que Federer adquiriu após essa, digamos, ultrapassagem de Nadal no ranking da ATP. Qualidades essas que Federer demonstrava quando começou a surgir no circuito profissional, naquele Wimbledon citado no começo do texto, onde ele bateu na final ninguém mais ninguém menos que Pete Sampras, o rei de Wimbledon. A manutenção de Nadal no posto de número 1 do mundo e a tentativa de recuperação de Federer darão muito mais emoção à essa temporada do tênis mundial.

É muito ruim perder, todos sabem disso. Tenta-se confortar os perdedores com a famosa frase: o que vale é a intenção, é a competição. Todavia, o baque de uma derrota, principalmente para um gênio do esporte como Federer, às vezes é muito forte. Mas aqui vai um conselho para o suíço: erga-se, levante a cabeça. Para o bem do tênis mundial. Para o bem dos fãs do esporte limpo, jogado com prazer, com elegância, com técnica, com habilidade. Esse suíço ainda vai muito longe. Melhor tenista de todos os tempos? Só depende dele. Potencial para isso ele já demostrou ter. Só resta a ele esquecer o passado recente e voltar a ficar assim:

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¿Qué pasa, Celeste?

30/01/2009 15:47

Estava olhando ontem os resultados dos jogos da pré-Libertadores e me espantei com um deles. Não, não foi com a goleada do Palmeiras, mas sim com a incrível derrota de um dos clubes mais tradicionais da América do Sul. O Peñarol, do Uruguai, perdeu a primeira partida fora de casa por 4 a 0 para o Independiente Medellín, da Colômbia. Para avançar à fase de grupos, terá de ganhar por uma diferença de 5 gols ou mais, jogando em seu estádio, na cidade de Montevidéu.

Se pararmos para pensar, o futebol uruguaio vem em uma decrescente já há um bom tempo. A seleção uruguaia, nas Eliminatórias para a Copa do Mundo, nunca consegue obter bons e sucessivos resultados, quase nunca conseguindo chegar à zona de clasificação. Para se ter uma idéia, o Uruguai não conseguiu se classificar para a Copa de 2006, na Alemanha.

O futebol uruguaio possui um passado recheado de glórias, que o elevam a um status de uma das potências do futebol mundial. A celeste, como é conhecida pelos "hermanos" latinos, é bicampeã mundial, levantando o caneco em 1930 e 1950. Esse último título, como todos se lembram ou já ouviram falar, marcou muito a história do nosso futebol. A seleção uruguaia calou não apenas um Maracanã lotado, mas jogou um balde de água fria em toda uma nação, que tanto esperava e almejava por aquele título inédito. Foi o primeiro de alguns "Maracanazos" que marcaram o futebol brasileiro.

O gol que calou o maior templo do futebol mundial

Além do reconhecimento mundial pelos dois títulos conquistados, o futebol uruguaio também já foi muito aclamado por aqui, pelas bandas da América do Sul. O pequeno país entre a Argentina e o Brasil, maiores vendedores da Libertadores, possui nada mais do que oito títulos do maior torneio continental da América Latina. Todos conquistados pelos dois maiores clubes do Uruguai, uma rivalidade que faz lembrar a de Boca Juniors e River Plate, na Argentina. Nacional e Peñarol já tiraram muito o sono dos grandes clubes brasileiros.

O Nacional possui 3 títulos da Libertadores (1971, 1980 e 1988) e outros 3 vice-campeonatos (1964, 1967 e 1969). Já o Peñarol carrega o fardo de maior campeão uruguaio da Libertadores, sendo campeão por 5 vezes (1960, 1961, 1966, 1982 e 1987) e 4 vezes vice-campeão (1962, 1965, 1970 e 1983). Porém, como se vê pelos dados, o título da Libertadores não fica com os hermanos celestes há mais de 20 anos. E a tarefa para esse ano parece cada vez mais árdua. Com a derrota do Peñarol na pré-Libertadores, o Uruguai pode ter apenas dois representantes na atual edição da Libertadores, o Nacional e o Defensor Sporting, clube que vem crescendo com o passar dos anos e tentando se afirmar como mais um grande clube uruguaio. Para esfriar mais as pretensões celestes de conquistar o título da Libertadores de 2009, um exemplo de um passado mais do que recente nos faz perceber a diferença de nível entre os clubes. No último Torneio de Verão da cidade de Montevidéu, capital do Uruguai, os dois grandes clubes uruguaios perderam (e feio) para os mineiros (e também rivais) Cruzeiro e Atlético e não conseguiram alcançar a final de um torneio realizado em solo uruguaio. Duas sonoras goleadas de 4x1. Cruzeiro e Atlético passaram por, respectivamente, Nacional e Peñarol, e decidiram o título do Torneio, que acabou nas mãos da Raposa.

Como se vê, o futebol uruguaio precisa com urgência de sérias mudanças para tentar, assim, retornar ao status de temido e vitorioso novamente. Status esse alcançado na primeira metade do século passado, com o bicampeonato mundial e com poderosos times, que fizeram frente ao Santos de Pelé (Santos e Peñarol fizeram a final da Libertadores de 1962), ao Botafogo de Garrincha; e com poderosas seleções, que realizaram proesas jamais repetidas por outro conglomerado de esportistas. No bom e velho espanhol: ¡Avante, Celeste!

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O melhor estadual do Brasil

20/01/2009 17:03

21/01/2009. Palmeiras x Santo André. De um lado, o campeão da Série A1 de 2008. Do outro, o campeão da Série A2, do mesmo ano. Esse jogo marca o início de um dos melhores Campeonatos Paulistas que já foram realizados. Dono de uma hegemonia de 5 anos de títulos do Campeonato Brasileiro (Santos em 2004, Corinthians em 2005 e São Paulo em 2006, 2007 e 2008), o futebol paulista marca o início de uma de suas mais promissoras temporadas. São Paulo, Santos, Corinthians e Palmeiras movimentaram o mercado do futebol no começo do ano e agora terão a chance de confirmar as expectativas de seus torcedores. Porém, para aqueles que pensam que os 4 grandes terão vida fácil nesse Paulistão, estão muito enganados. O interior vem aí com sede ao pote, loucos para tirar uma casquinha e, quem sabe, surpreender os deuses do futebol com a conquista do título.

O atual campeão paulista já começou 2009 com alguns problemas. O time base campeão paulista de 2008 foi desmantelado, o que deixou o torcedor alviverde preocupado. Com isso, não sobraram críticas ao técnico Vanderlei Luxemburgo, que teve de aguentar um protesto da maior torcida organizada do Palmeiras no dia da reapresentação do time. Junto à insatisfação da torcida, vieram as não tão promissoras contratações (Cleiton Xavier, Armero, Willians, Danilo), que deixaram uma dúvida no ar: será que esse atual time do Palmeiras fará jus ao anterior, que conseguiu um título para o Palmeiras depois de 9 anos no vazio e, de quebra, classificou o time para a pré-Libertadores? O que deixou o palmeirense mais assustado ainda foram os resultados nos jogos-treinos realizados em Atibaia, no interior paulista: derrotas de 3x0 para o Rio Claro e de 2x0 para o União São João de Araras. Seria um mal presságio para o Palestra?

Porém, como diz o ditado: depois da tempestade, vem a calmaria. Ontem, com a chegada de Keirrison, o Palmeiras poderá suprir a necessidade no ataque, que tanto o fez sofrer na pré-temporada, com Lenny e Max. O time de Luxemburgo também conta com a recuperação de Marquinhos para montar um ataque mais forte. O Palmeiras ainda corre atrás de nomes conhecidos aqui no Brasil, mas que atuam no exterior: Edmílson, zagueiro-volante campeão do mundo em 2002, que está no Villareal; o volante chileno Maldonado, ex-Santos e ex-São Paulo, que está no Galatasaray; e o atacante Fred, ex-Cruzeiro e que disputou a Copa do Mundo de 2006, atualmente no Lyon. Com esses jogadores e mais alguns reforços, o Palmeiras tem totais condições de montar uma equipe forte e competitiva para 2009.

Em tempo: o Palmeiras aposentou a camisa verde limão e voltará a usar a camisa branca como 2º uniforme. E, lembrando àqueles que não tinham sido informados, o Palmeiras trocou de patrocinador. Sai a italiana Fiat, entra a sul-coreana Samsung. A diretoria palmeirense se diz satisfeita com o negócio.

Time-base para 2009: Marcos; Gustavo, Danilo e Maurício Ramos; Wendel, Pierre, Diego Souza, Cleiton Xavier e Armero; Marquinhos (Willians) e Keirrison. Luxemburgo gosta de jogar com 3 zagueiros, então torcedor palmeirense, aposte nas subidas de Wendel pela direita e do colombiano Armero pela esquerda. O roubador de bolas Pierre será o 1º volante do time, com Diego Souza atuando como 2º volante e tendo mais liberdade para subir ao ataque. Na armação das jogadas, Cleiton Xavier poderá contar com o auxílio de Marquinhos ou Willians, que provavelmente jogarão um pouco mais atrás da área, como pontas. Na área, Keirrison, o artilheiro do Brasil em 2008, terá a responsabilidade de fazer os gols.

O Corinthians quer fazer bonito no ano de seu retorno à elite do futebol brasileiro. Campeão da Série B do Brasileirão, o time renovou com o técnico Mano Menezes, manteve sua base que também foi finalista da Copa do Brasil e trouxe alguns reforços. Porém, nada se compara à jogada de marketing chamada Ronaldo. Com o Fenômeno no elenco, o Corinthians atrairá a atenção de torcedores de todo o Brasil, ansiosos para ver o maior artilheiro de Copas do Mundo atuando novamente em gramados canarinhos. Com isso, aumenta a responsabilidade de Mano Menezes em responder à altura às expectativas de toda uma nação, mas, principalmente, da fanática torcida corinthiana.

Com a manutenção da base campeã da Série B, Mano agora tem uma gama de opções para mesclar o time já entrosado com os novos reforços: Túlio, Jorge Henrique, Jean, Escudero, Souza e Ronaldo. O técnico alvinegro também não precisará se preocupar com o preparo físico de seus atletas: o Corinthians foi o primeiro dos 4 grandes a se reapresentar e está há duas semanas concentrado em Itu, no interior paulista.

No primeiro jogo do ano, o Timão deu uma mostra à sua torcida da atual capacidade técnica de sua equipe: fez 5x1 no Estudiantes, da Argentina, finalista da Sul-Americana 2008, e fez crescer a esperança do torcedor alvinegro pelo título regional que não vem desde 2003.

Em tempo: o Corinthians ainda permanece sem patrocinador. Desde que rompeu com a Medial Saúde, o Timão corre atrás de alguma empresa para estampar a marca em seus uniformes. A Caixa Econômica Federal era uma das especuladas, mas não passavam de boatos.

Time-base para 2009: Felipe; Alessandro, William, Chicão e André Santos; Túlio, Christian, Elias (Morais) e Douglas; Jorge Henrique (Dentinho) e Souza (Ronaldo). A defesa do Corinthians permanece a mesma do ano passado, com o intocáveis William e Chicão na zaga, e o laterais Alessandro e André Santos subindo bastante pelas alas do campo. Com a saída de Carlos Alberto, que foi para o Atlético-MG, Túlio ganha a vaga de titular como 1º volante, ao lado de Christian. Elias atua como 2º homem de meio-campo, auxiliando Douglas na armação das jogadas. No ataque mora a grande dúvida de Mano Menezes. Quando Dentinho retornar da seleção brasileira sub-20 e Ronaldo entrar(?) novamente em forma, o técnico corinthiano terá quatro bons nomes para ocupar as duas vagas no ataque. Resta saber qual será a opção do treinador no decorrer do ano.

Atual campeão brasileiro, o São Paulo disputa o Paulistão seguindo o ditado: um olho no peixe, outro no gato. Mais preocupado com a disputa da Libertadores, o tricolor já avisou que o título regional não será a prioridade nesse primeiro semestre. Porém, caso Muricy resolva mudar de idéia e buscar o título paulista, os adversários que se cuidem: o tricolor paulista vem a 4 anos seguidos ganhando títulos e, com o time reforçado, será difícil alguém parar o tricolor do Morumbi.

O São Paulo começou o ano acanhado, apenas tentando manter a base campeã brasileira de 2008. Porém, num piscar de olhos, apresentou seis reforços, sendo 3 vindos de seu carrasco no ano passado, o Fluminense. De lá vieram Washington, Arouca e Junior Cesar. Os demais contratados são Eduardo Costa, Wagner Diniz e Renato Silva.

Torcedor são-paulino, pode ir se preparando, pois o time esse ano vem com tudo. Muricy Ramalho tem à sua disposição praticamente dois times completos, com jogadores de alto nível técnico, de alta versatilidade tática, do jeito que ele gosta. O tricolor irá surpreender seus adversários com mudanças táticas durante os jogos, com um alto rodízio de jogadores, o que dificultará a marcação das equipes adversárias. Atualmente, o São Paulo, junto com o Internacional, possui um dos melhores elencos do futebol brasileiro.

Em tempo: com a não-confirmação da transferência de Kaká para o Manchester City, o São Paulo deixará de arrecadar para seus cofres R$ 16 milhões, que seriam pagos ao clube por ter sido o formador do brasileiro.

Time-base para 2009: Rogério Ceni; André Dias, Miranda e Renato Silva (Rodrigo); Wagner Diniz (Joílson), Jean (Eduardo Costa), Hernanes, Hugo (Arouca) e Jorge Wagner (Junior Cesar); Borges (Dagoberto) e Washington. Muricy deverá optar pela escalação com 3 zagueiros para já entrosar o time para a disputa da Libertadores. No meio de campo, Muricy tem uma gama de opções para montá-lo do jeito que ele gosta. Com vários jogadores polivalentes no elenco, o meio do São Paulo deverá sofrer mudanças constantes, porém ser perder o nível técnico. Pela direita, a aposta é Wagner Diniz, que sabe subir bem ao ataque. Como primeiro volante, Jean deverá jogar nos jogos mais tranquilos, deixando a vaga para Eduardo Costa nos jogos mais truncados. Hernanes atuará como segundo volante, porém poderá ser o meia de ligação, sacando Hugo de sua posição e deixando Arouca em seu lugar. Pela ala esquerda, Jorge Wagner agora conta com a concorrência de Junior Cesar. No ataque, Washington fará o papel de centroavante, fazendo com que Borges ou Dagoberto joguem um pouco mais recuados.

Bi-campeão paulista em 2006 e 2007, o Santos chega em 2009 disposto a apagar a péssima imagem que deixou no ano passado. Desempenhos pífios no Paulista e no Brasileirão, eliminado nas quartas-de-finais na Libertadores, três treinadores ao longo do ano. Coisas que nenhum outro santista quer mais ver. Com a manutenção de Márcio Fernandes como treinador e com a chegada de dez reforços, o Santos junta os cacos e tenta montar um time vencedor novamente.

Para a zaga, chegaram Paulo Henrique e Astorga. Para a lateral-direita, Luizinho. Na ala esquerda, sai Kléber, que, apesar das sucessivas convocações para a Seleção Brasileira, não vinha jogando um bom futebol há um bom tempo, e chegam dois nomes: Triguinho e Léo, o motorzinho do time bi-campeão brasileiro de 2002 e 2004. Para o meio de campo vem Germano, Madson, Lucio Flávio e Bolaños, a melhor contratação santista do ano. Para o ataque, Roni vem para ser o companheiro de ataque de Kléber Pereira.

Com essas novas peças, o Santos parece estar com as esperanças renovadas e confiante de que esse ano possa ser muito melhor do que o passado recente. A principal meta de Fernandes no comando do Peixe é acabar com a fama de caseiro do clube da Vila Belmiro, que no ano passado venceu apenas 2 dos 19 jogos que disputou como visitante no Brasileirão. Outro ponto importante, contudo, não cabe à Márcio Fernandes de resolvê-lo. A média de público do Santos no Brasileirão foi a segunda pior de todos os clubes, ficando apenas à frente da do rebaixado Ipatinga. Com isso, a diretoria já tratou de avisar que o Santos irá mandar mais jogos na capital, dando chance assim ao torcedor paulistano do Santos de acompanhar o time do coração mais perto de casa.

Time-base para 2009: Fábio Costa; Luizinho, Domingos, Adaílton e Léo; Roberto Brum (Germano), Rodrigo Souto, Madson e Lúcio Flávio; Bolaños (Roni) e Kléber Pereira. Esse foi o time que fez 2x0 na Portuguesa Santista no domingo passado. Porém, como torcedor santista, não é o meu preferido. A defesa seria mantida, apenas tomaria cuidado com os zagueiros, que ainda deixam uma pulga atrás da orelha de quem vê os jogos do Santos. No meio de campo, Roberto Brum ou Germano como primeiro volante, Rodrigo Souto como segundo, igual ao time de Fernandes. O que mudaria seria do meio ofensivo para a frente. Uma linha de 3: Madson solto pela esquerda, Lúcio Flávio centralizado e Bolaños pela direita, com o Kléber Pereira fixo na área. Dessa forma, o time seria mais ofensivo e teria mais opções de ataque do que apenas lançar a bola para o Kléber Pereira e seja o que Deus quiser.

Interior

Os tradicionais clubes do interior paulista apostam no Paulistão 2009 como uma boa chance de mostrar seus talentos e tentar tirar proveito disso. Prova disso é a quantidade de contratações, algumas delas renomadas, que os interioranos fizeram e que, agora, querem mais do que nunca tirar uma casquinha dos 4 grandes.

Santo André, Mogi Mirim, Mirassol, Ituano, Marília, São Caetano, Paulista, Nororeste, Oeste, Ponte Preta, Guarani, Portuguesa, Barueri, Botafogo-SP, Bragantino e Guaratinguetá. Dezesseis clubes e um sonho: chegar às semifinais do mais disputado campeonato regional brasileiro. Vários jogadores renomados (e rodados) do nosso futebol disputarão o Paulistão por essas equipes. Casos de Marcelinho Carioca (Santo André), Basílio (Barueri), Giovanni (Mogi Mirim), Tuta (São Caetano), Finazzi (Mirassol), Amoroso (Guarani), Christian (Portuguesa), Sérgio Manoel (Bragantino), dentre tantos outros. É bom os grandes se prepararem pois, como aconteceu ano passado, quando Guaratinguetá e Ponte Preta chegaram às semifinais, não seria surpresa se algum desses clubes aprontasse alguma para cima deles.

Bom, para o primeiro post de 2009, fico por aqui. Olho no Paulistão e um ótimo ano para todos nós!

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Post scriptum

24/10/2008 18:22

O título da matéria não é a toa. É a continuação de um post meu antigo aqui neste mesmo blog, entitulado "Esperança tricolor", onde escrevi sobre a contratação de René Simões para o lugar de Cuca no comando do Fluminense. Porém, não é especificamente sobre esse assunto que desejo abordar aqui, neste post. É sobre um comentário meu no mesmo post "Esperança tricolor", aonde falo o seguinte:

"Porém, o que ninguém sabe, pois não é veiculado pela mídia, é que a diretoria do Fluminense e nada é a mesma coisa. É uma diretoria prolixa e totalmente comandada pelo patrocinador do clube, a Unimed, que manda e desmanda nas Laranjeiras, tomando o papel que outrora fora da diretoria."

Eis um exemplo do que eu estava falando:

Evento do patrocinador tira Washington de dois treinos

A matéria do site globoesporte.com fala a respeito dessa total ineficiência e covardia da diretoria tricolor, que é totalmente controlada pela Unimed. A dita empresa realizou um evento em Gramado (RS), e exigiu que Washington, considerado o melhor jogador do elenco tricolor, participasse do dito evento, perdendo assim dois treinos.

O problema em si não é no fato de Washington ter ido ao evento. Ele apenas cumpriu a sua obrigação para com o clube que paga seus salários e que ele assinou um contrato trabalhista. A questão é o fato de que a diretoria tricolor, visto a situação do time na classificação do campeonato brasileiro, não ter tomado nenhuma atitude quanto ao fato de um dos líderes do seu elenco perder dois treinamentos de preparação para o próximo jogo do clube, contra o Palmeiras, um dos líderes do campeonato.

A cada dia que passa, a diretoria do Fluminense me envergonha cada vez mais. Uma diretoria que não sabe se postar diante da autoridade de um patrocinador, que não tenta nem ao menos abrandar as exigências de seu patrocinador de querer contar com um dos atletas do time patrocinado em um evento. Muitos virão falar que eu não posso falar isso, que o clube tem que obedecer ao que o patrocinador pede, pois é ele que injeta dinheiro no time, etc, etc. O problema então pode ser da Unimed em si que, talvez, não deva ter percebido o desespero do clube por boas atuações de seu artilheiro, como ele vem fazendo. Treinamentos são essenciais para todo e qualquer jogador. É trabalho dele participar de todos os treinos, para estar em perfeitas condições de cumprir com o seu contrato e fazer valer o salário que recebe.

Agora, o que quero ver é, caso Washington tenha uma má atuação no jogo contra o Palmeiras, o que a diretoria do Fluminense irá fazer. Será que, agora, irá enfrentar o monstro que tem criado dentro de seu próprio território? Posso até queimar a língua, com o Washington fazendo 3 gols na partida e a Unimed jogar na cara de todos que ela fez o correto para o time. Mas eu duvido que a Unimed continue com o Fluminense caso o time caia para a Série B.

Vai render.

Análise da 30ª rodada da Série A

20/10/2008 17:26

Findada mais uma rodada da Série A, podemos perceber que há dois grandes pólos na tabela de classificação: 5 times na parte de cima brigam pelo título, e 9 brigam na parte de baixo para não cair para a Segundona.

Classificação

Na parte de cima da tabela, o Grêmio continua líder, apesar da pixotada desse final de semana. O Cruzeiro se deu bem com a rodada e terminou na vice-liderança, um ponto atrás do tricolor gaúcho. Mesma situação do Palmeiras, que evitou um desastre dentro de casa e conseguiu um empate suado e está na 3ª posição, com a mesma pontuação do Cruzeiro. O São Paulo tem muito a lamentar da rodada: se tivesse ganho do Palmeiras, seria ele o 3º colocado. Pro Flamengo, uma vitória murcha sobre seu rival Vasco deixou os flamenguistas ainda perto do G4, porém é o que menos tem chances de ser campeão dos 5.

Já na parte de baixo da tabela, quem se deu bem foram o Santos e a Portuguesa. Do 12º pra baixo, o Alvinegro Praiano e a Lusa foram os únicos a vencer na rodada. O Santos e o Atlético-MG, este mesmo apesar da derrota, já praticamente se livraram do risco do rebgaixamento. Para os outros 7 clubes, sinal amarelo ligado. Já para alguns, é hora de chamar uma ambulância.

Figueirense 1x1 Ipatinga: o Figueira passou um vexame e apenas empatou em casa com o modesto Ipatinga. Em um duelo entre dois desesperados para escapar da degola, um empate nunca é uma boa. Resultado: o Figueirense ainda permanece na incômoda 14ª posição, porém agora separado apenas 3 pontos da zona de rebaixamento. Já o Ipatinga, apesar das boas atuações nas últimas rodadas, segue em 19º, com 28 pontos conquistados.

Internacional 2x1 Atlético-PR: o Inter foi o time que mais posições pulou na tabela de classificação. Saltou da 10ª para a 7ª posição. Porém, as suas chances de chegar à Libertadores continuam remotas, por isso, enfatizo novamente: se o Inter quiser conquistar essa vaga, tem de se livrar logo de Tite, pois ele não é um técnico capaz de engrenar uma sequência de vitórias. Para o Furacão, mais uma derrota em sua conta, e Geninho "Little Genious" deve estar pensando: por que diabos fui aceitar comandar esse time pífio? Furacão(?) na zona de rebaixamento, em 18º. Como diz a velha piada, o Furacão tá mais pra brisa.

Botafogo 0x1 Santos: em noite de Garrincha, time que tem o camisa 10 leva a melhor. O Botafogo não jogou nada na noite em que Garrincha, maior ídolo da história do clube alvinegro faria 75 anos, e quem se deu bem foi o Santos, com um belo gol de falta do colombiano Molina. Apenas a 2ª vitória fora de casa do Peixe. Para o time praiano, um excelente resultado, que fez os seus torcedores respirarem aliviados e sonhar com a Copa Sul-Americana. Para o Botafogo, a mesma situação, porém no sentido oposto: nada de Libertadores. Hora de se contentar com a Sul-Americana. O Santos que não perde para o Botafogo em Brasileiros desde o ano passado.

Vitória 2x2 Fluminense: o Flu visitou o Vitória em Salvador e saiu de lá com um empate sem graça. Empate esse muito reclamado pelos jogadores tricolores, e com razão, devido a não-marcação de um pênalti no final do jogo em favor do Fluminense. Pênalti esse que daria a vitória ao time das Laranjeiras, e tiraria o Flu do sufoco. Porém, como não adianta chorar o leite derramado, o tricolor novamente volta a ser assombrado pela zona de rebaixamento. Já o Vitória continua sua descendente no segundo turno do Brasileirão, não almejando nem mais vaga na Libertadores.

Palmeiras 2x2 São Paulo: empate com sabor de vitória para o Palmeiras; empate com sabor de derrota para o São Paulo. Os dois times fizeram um clássico muito movimentado, com um pouco de confusão. O tricolor jogou muito bem no 1º tempo, abrindo 2x0 na casa do adversário. Tudo indicava que o São Paulo sairia do Palestra Itália com uma excelente vitória e uma boa posição na tabela. Em dois minutos, isso tudo mudou. Luxemburgo, enfim percebeu que deveria colocar em campo Pierre e Denílson, e, com isso, o time começou a funcionar. Em dois minutos, o Palmeiras empatou um jogo praticamente perdido. Os dois times ainda contaram com a sorte, devido à derrota do Grêmio. Senão, estariam amargando muito mais esse empate do que agora.

Coritiba 1x1 Goiás: dois times de mesmo nível técnico, o equilíbrio acabou sendo a tônica do jogo. Um empate justo no Couto Pereira, porém ruim para ambos os times, que viram o Internacional os ultrapassar na classificação e, agora, fazem contas para tentar conquistar uma das vagas para a Libertadores.

Atletico-MG 0x2 Cruzeiro: quinto clássico no ano. Quarta vitória do Cruzeiro. A superioridade do time celeste em relação ao rival alvinegro é absurda. O Cruzeiro, novamente, mandou no jogo, e com os resultados da rodada, terminou na vice-liderança, e vendo suas chances de título aumentarem muito. Já o Galo padece principalmente fora de campo. Se dentro a imagem que o time passa é de uma equipe totalmente desorganizada e sem constância, pense do lado de fora, onde o time está sem presidente e com salários atrasados. O Galo tem de agradecer por permanecer na posição em que está, na 12ª colocação.

Sport 2x2 Náutico: no clássico pernambucano, mais um empate. Empate esse conquistado na raça pelo Sport, que via seu rival vencendo dentro de seus domínios. Ruim para os dois times. O Sport permanece na mesma, pensando em 2009. O Náutico segue beirando a zona de rebaixamento.

Portuguesa 2x0 Grêmio: resultado mais surpreendente(?) da rodada. A Lusa jogou com autoridade, sem impôs em campo, e não deu chance alguma ao todo poderoso Grêmio, líder do campeonato. A Lusa está gostando de aprontar nesse Brasileirão. O Grêmio que não tinha percebido isso antes. A Portuguesa, com o resultado, saiu da zona de rebaixamento, porém permanece em situação muito delicada. Já o Grêmio vê seus rivais chegarem muito perto de si, o que promete render uma reta final de campeonato brasileiro jamais vista na era dos pontos corridos.

Vasco 0x1 Flamengo: segue o calvário do Vasco nesse ano. Continua na lanterna. Continua sem vencer um clássico regional no ano. Porém, o Vasco merecia mais a vitória que o Flamengo. O jogo em si não foi lá uma grande partida, mas, clássico é clássico, e vice-versa. O Flamengo, com sorte no único gol marcado, segue próximo ao G4, e seus torcedores ainda sonham com o título. Já o Vasco, como dito lá em cima, está na UTI, e só um milagre salva o time cruz-maltino de disputar a Série B ano que vem.

O grande clássico

14/10/2008 22:07

Estou muito ansioso para assistir ao clássico entre Cruzeiro e Atlético neste final de semana. O clássico em si chama muito a minha atenção, mesmo torcendo para o Santos. E não é a situação atual dos dois clubes que me empolga a assistir ao jogo. Mas pela aura que existe nesse clássico.

Sou de família mineira (por parte de mãe), logo, a maioria dos meus parentes de lá ou é cruzeirense, ou atleticano (tirando minha tia, que foi inventar de torcer pro Ameriquinha). Convivo muito com o pessoal mineiro, mais introspectivo, de boa prosa. Vivencio essa rivalidade toda vez que vou para as Minas Gerais. Para mim, é a maior rivalidade entre dois clubes que existe no país, maior até do que o Gre-Nal.

Hoje, navegando pela internet, me deparei com um belo texto do jornalista Roberto Amaral, da Rede Minas (lá da maravilhosa Belo Horizonte) no blog do Juca Kfouri. Me emocionei tanto com o texto que resolvi postá-lo aqui também. É a síntese do sentimento de um homem às vésperas de um Cruzeiro x Atlético. Boa leitura a todos.

Galo e Cruzeiro e um jazz no coração

por Roberto Amaral

Quando jogam Atlético e Cruzeiro, como acontecerá no domingo que vem, eu me lembro do meu pai.

Eu tinha 11 anos quando vi meu pai ser levado pela Polícia Política.

A gente morava ali na rua do Ouro, no bairro da Serra, perto da Volla Rizza.

Era domingo, eu acabara de acordar quando os homens da polícia apareceram na minha casa.

Eles chegaram numa Rural cor de café com leite e ficaram parados na porta, e na outra esquina, mais adiante, um Jeep do exército com dois homens dentro observavam tudo.

Foi a dona Bela, uma italiana de peitos grandes, que morava defronte a nossa casa, quem avisou a minha mãe de que a polícia rondava o nosso portão.

Minha mãe desligou o telefone, abraçou o meu pai (que comia pão com manteiga) e começou a chorar.

Meu pai adorava comer pão molhado no café.

Eu fiquei ali, olhando para o chão com o cadarço do sapato desamarrado enquanto a minha mãe chorava abraçada com o meu pai.

Meu pai foi preso vestido com a camisa do Atlético.

Era a de número 9, do artilheiro Dario Peito de Aço.

Aquele domingo era dia de clássico no Mineirão e, pela primeira vez na vida, meu pai ia me levar para ver uma de suas paixões: o futebol.

Naquela época algumas reuniões do Partidão eram feitas em dias de grandes jogos no Maracanã, Morumbi, Fonte Nova, Beira Rio e nos Aflitos.

Era uma tática para despistar os caçadores de aparelho.

O meu pai foi preso ao ser denunciado por um "cachorro".

Cachorro era o nome que a polícia dava ao espião infiltrado no partido a serviço do exército brasileiro.

Acompanhei o jogo deitado na cama da minha mãe, ouvindo o mesmo radinho de cabeceira em que meu pai acompanhava a Voz do Brasil e o repórter Esso.

Enquanto ouvia o jogo, a minha mãe ficava ao telefone tentando mobilizar amigos influentes para saber notícias de meu pai.

O Atlético derrotou o Cruzeiro por três a dois e Dario Peito de Aço foi quem marcou o gol da vitória.

O genial Vilibaldo Alves parecia querer prestar uma homenagem ao meu pai narrando o terceiro gol do Galo: Adivinhe! Goooooooool Daaaarioooo! Daaaaaariooooo! Daaaaaariooo! Daaaaariooo! Peito de Aço!!!

Quando o jogo terminou, eu corri para a janela na esperança de ver o meu pai, que nunca mais voltou.

Agora, todas as vezes em que jogam Atlético e Cruzeiro eu me lembro dele, dentro do carro da Polícia Política, vestido com a camisa do Atlético.

Era a de número 9.

Todas as vezes que jogam Atlético e Cruzeiro, um jazz toca no meu coração.

 

P.S.: Me falaram uma vez que sou um brasiliense de alma paulistana e coração mineiro. Talvez isso explique alguma coisa.

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