Rodrigo

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Boca-River 2009

23/01/2009 19:21

Exatamente no dia de hoje completa 1 mês do dia em que o Boca saiu campeão do Apertura mais emocionante dos últimos anos. Uma alegria tremenda para a torcida que podia passar em paz as festas de fim de ano. Só que pro elenco xeneize essa volta olímpica teve seus reflexos indesejados pro começo de 2009. Quase uma ressaca.

 

Foram 9 dias a mais de trabalho, o que obrigou o clube a começar sua pré-temporada 5 dias a frente de seus descansados rivais. Não a toa que vemos um departamento médico mais lotado que hospital público.

No torneio de verão se lesionaram Noir e Roncaglia. Nos treinos, “el Negro” Ibarra e Álvaro Gonzalez. Todos estes se uniram aos já molestados Javier Garcia, Roman, Palacio, Palermo... Isso só pra citar os mais conhecidos.

Mesmo com toda essa gente de molho, o nível apresentado pelo “Boca B” no pentagonal vem sendo satisfatório. Empataram com um San Lorenzo completo, e venceram com autoridade o Independiente por 2x0.

Mas o foco de todos em Casa Amarilla esta longe dos jogos de verão. Estão mais concentrados mesmo na Libertadores. Apesar de que o maior reforço até agora sequer pensa em entrar em campo.


Carlos Bianchi voltou. Infelizmente não no cargo que o consagrou, mas como “manager” ele pode contribuir muito também. Seu projeto maior desde que chegou foi trazer um goleiro. Uma novela que se arrastou durante todo o mês, mas que parece ter chegado a um fim nessa quinta.

Tudo estava fechado com Pato Abbondanzieri, até que o presidente do Getafe, Angel Torres, resolveu exigir 100 mil euros a mais do que se tinha acordado antes. A negociação travou, farpas foram trocadas entre Pato e Torres, mas pela cena que se viu de abraços e beijos entre os dois nos treinamentos em Madri, a paz foi selada, e o Boca já tem seu novo arquero.

Quer dizer que o Boca vai pagar os 100 mil a mais? Tem gente que diz que esse dinheiro sairia do bolso do próprio Pato, mas o fato é que o jogo contra o Sporting Gijon deve mesmo ser o ultimo dele pelo time espanhol.


Falando de goleiros, impossível não lembrar da outra novela, a entre Caranta e Ischia.

Eles não se batem desde que Caranta não quis jogar contra o Estudiantes no Apertura alegando problemas pessoais. Ischia não gostou nada dessa atitude, e desde aquele dia já não considera Caranta como parte da equipe. E ninguém duvida de que ele já não joga mesmo pelo Boca, mas o ex-goleiro insiste em pelo menos treinar com os reservas. Nem isso o técnico xeneize permite. O jeito mesmo é esperar pelos próximos capítulos...

Quanto a mais contratações, Ischia prometeu 2 reforços além de Abbondanzieri. Se ele optar por suprir as necessidades da equipe, contrataria um lateral e um volante, pois Ibarra e Battaglia não têm grandes substitutos. O resto obedece ao velho ditado: “Em time campeão não se mexe”. Ainda mais em tempos de crise financeira...

 

Quem chega: Pato Abbondanzieri (Goleiro, Getafe-ESP); Pablo Guiñazu (Volante, Inter); Diego Castaño (Meia, Tigre), Nestor Ortigoza (Meia, Argentinos Juniors)

Quem sai: Néri Cardozo (Meia, Chiapas-MEX), Mauricio Caranta (Goleiro, sem clube); Dátolo (Meia, Zenit-RUS); Palácio (Atacante, Panathinaikos-GRE); Viatri (Atacante, Dínamo Kiev)

Time base: Pato; Ibarra, Cáceres, Roncaglia e Morel Rodriguez; Battaglia, Chavez, Dátolo e Riquelme; Palácio(Noir) e Palermo(Viatri)


Diferentemente do Boca Juniors, a última coisa em que o River Plate quer pensar é em manter as coisas como estão. Reformulação é a palavra pra um time que busca recuperar seu orgulho tanto a nível nacional quanto continental.

No Apertura passado, a vergonha da última posição. Na última Libertadores foram eliminados num jogo épico contra o San Lorenzo. Só que nessa edição os millonarios buscam entrar pra história da maneira mais prazerosa: levantando o troféu. E para tanto um novo comandante se fez necessário.

Nestor “Pipo” Gorosito, que veio de um bom trabalho no Argentinos Juniors, substitui Diego Simeone. Verdade que ele ainda não teve muito tempo pra consertar o enorme estrago que lhe entregaram, mas os primeiros resultados não agradaram. Empates contra Independiente e Racing em jogos de recuperação. Sempre começando mal, levando o primeiro gol, e depois corriam atrás do prejuízo.


Dispensas e contratações são rotineiras e necessárias na vida de quem busca a calmaria depois da tempestade. Quanto aos que saíram não se teve muito alarde, apesar de serem duas grandes figuras do River. O ex-capitão Tuzzio foi pro Independiente, e o artilheiro “Loco” Abreu, deixou o barco pra jogar pelo Real Sociedad.

A grande novela vêm sendo mesmo os reforços. Ou melhor dizendo, o reforço. Cristian Fabbiani já declarou que é um sonho jogar pelo time de Nuñez, mas até agora não se chegou a um acordo entre River Plate e Newell’s Old Boys. Uma proposta aceita pelos leprosos seria a de trazer de volta Santiago Salcedo, mas ele já disse que não aceita regresar a Rosario. Caso não consiga convencer o paraguaio, o River já pensa num plano B: 600 mil dólares. A conferir quando acabará a novela mais longa e tediosa dessa pré-temporada.

Só que mesmo que essa novela termine, a chegada de Fabbiani seria pouco. Ainda é preciso recuperar a defesa que deu muitas dores de cabeça ao hincha millonario. Um articulador que pudesse suprir a até hoje não sanada falta que o River sente do Ortega também não seria mal...

Quem chega: Nestor Gorosito (Técnico, Argentinos Juniors); Cristian Fabbiani (Atacante, Newell’s Old Boys); Nicolas Spolli (Zagueiro, Newell’s Old Boys); Andrés Scotti (Zagueiro, Argentinos Juniors); Juan Mercier (Meia, Argentinos Juniors); Pablo Guiñazu (Volante, Inter)

Quem sai: Eduardo Tuzzio (Zagueiro, Independiente); Sebastian Abreu (Atacante, Real Sociedad-ESP); Falcão Garcia (Atacante. Panathinaikos-GRE); Santiago Salcedo (Atacante, Newell’s Old Boys)

Time base: Veja; Ferrari, Cabral, Sanchez e Villagra; Augusto Fernandez, Ahumada, Abelairas e Buonanotte; Rosales e Falcão Garcia


Assim estão Boca e River pra 2009. Grandes rivais que já se enfrentam amanhã. Pra quem perder a revanche já será no dia 1° de fevereiro, pela Copa Mendoza. Depois disso, é sangue nos olhos em busca da Libertadores, frustração passada e sonho pro futuro dos maiores times da Argentina.

 

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Alguem quer ver o Candangão?

19/01/2009 17:30

Numa de minhas andanças pelo mundo blogueiro me vi discutindo com outro internauta. Apesar de ter se tratado apenas de um calhorda sem importância, ele tocou num ponto que por 5 segundos me indagou. Porque um blog de pessoas que moram em Brasília até hoje não falou de Gama e Brasiliense? A questão é realmente importante, mas só me tomou 5 segundos de atenção porque a resposta pode ser resumida numa pergunta símples: O futebol candango hoje merece destaque?

Sim, se percebermos nossa proximidade e pelo fato de que a capital federal com mais de 2 milhões de pessoas merece ter um futebol forte e valorizado.

E não, se voltarmos a meditar sobre o assunto. Afinal, como poderiamos valorizar o futebol distrital sendo que os próprios dirigentes não o levam a sério?

Antes do começo do Candangão 2009 tivemos um bom exemplo desse "amadorismo". O presidente do jacaré, Luiz Estevão, na tentativa de facilitar a ida do público ao Serejão, baixou o preço do ingresso mais barato, que custou R$ 1.

A idéia tem seu apelo comercial, mas considere a seguinte situação: Você, blogueiro brasiliense, se deslocaria até um Serejão caindo aos pedaços para ver Brasiliense x Luziania, mesmo que pelo ingresso pagasse apenas R$ 1? Pois é, apenas 2.445 pessoas se aventuraram nessa, rendendo aos cofres do clube míseros R$ 4.320.

Mesmo o Gama, que apostou no reformado Bezerrão para atrair o torcedor, não teve muito sucesso. Pouco mais de 6.000 pessoas viram a vitória do periquito sobre o Brazlândia por 1x0. Verdade que foi o maior público das últimas 5 edições, mas nao chegou nem perto dos 12 mil ingressos postos a venda pela diretoria.

Muitos podem até se lembrar dos grandes feitos dos dois grandes de Brasília. Os títulos de Gama e Brasiliense na segundona, em 99 e 2004 respectivamente. O vice do jacaré em 2002 pela Copa do Brasil. Só que nessas conquistas estão evidentes os maiores erros dos cartolas candangos. Não souberam aproveitar os resultados para chamar patrocínios fortes. Não aproveitaram para investir na estrutura dos clubes. Nem mesmo reforçaram com sabedoria seus elencos...

E o resultado disso se reflete hoje em 2009. Ambos estão muito longe de sequer pensar em voltar a elite do futebol brasileiro.

Até mesmo o elogiado Legião não conseguiu sequer passar da primeira fase da Série C. Teve uma sacada de marketing fantástica, mas apostou no elenco fraco que nem mesmo chegou perto do título local.

Quando questionei a alguns dirigentes daqui sobre a fraca qualidade e baixo apelo do Candangão, todos reclamaram da falta de patrocinadores. Mas aí eu te invoco outra vez, hermano blogueiro. Você investiria num clube sem ter certeza de que seu capital será bem aplicado no clube?

Por mais que a verba de hoje seja mesmo limitada, os clubes daqui precisam trabalhar com ela sabiamente. Investir na base, afinal só o Brasiliense pode disputar a Copa SP de Futebol Júnior, e não passou da primeira fase. Com uma base melhor, bons jogadores poderão surgir para dar qualidade aos fracos elencos candangos.

Com times de melhor qualidade, bons resultados nacionais voltarão a ser possíveis. E como já visto antes na final de 2004, o torcedor voltará aos estádios (público da final entre Gama x Brasiliense: 13.607 pessoas no Serejão).

E quando o interesse do público estiver em alta, os patrocinadores terão maior interesse. E aí sim, poderemos falar com destaque e orgulho do Campeonato Candango.

 

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Os Gigantes querem acordar

13/01/2009 20:25

Dois donos de 9 taças Libertadores da América não passaram de "Sparrings" no último Apertura. O Independiente terminou em 18°, enquanto o River amargou a lanterna, pior posição de sua história. Mas 2009 chegou com a promessa (e a obrigação) de que esses dois grandes possam se reerguer e ocupar seu lugar de merecido destaque no futebol local. E tudo isso começa com o Pentagonal de Verano 2009.

Para o Independiente, o jogo de hoje não é sua estréia no ano. Começaram com uma expressiva goleada, 4x0 sobre o Racing. Ótima primeira impressão deixada pelos rojos, que contam com dois experientes reforços para voltar a sonhar com títulos, há muito não conquistados. (O último foi o Clausura em 2002).

Krupoviesa, lateral de 29 anos, ex-Boca. E o último capitão do River Plate, Eduardo Tuzzio, zagueiro de 34 anos. Ambos foram cedidos por empréstimo.

Verdade que a necessidade maior do time do técnico Santoro não é o setor defensivo. Os reforços no ataque ainda precisam ser priorizados, já que o time marcou apenas 15 gols nos 19 jogos do Apertura 2008. Mas Tuzzio e Krupoviesa têm qualidade, e não estavam nos planos da dupla Boca-River pra 2009. De modo que se tornam boas apostas.

Reformulação é a palavra no River Plate, e sua maior novidade estará no banco de reservas. Nestor "Pipo" Gorosito estréia hoje como novo técnico millonario. Como pontos positivos em seu currículo as passagens pelo Nueva Chicago, San Lorenzo e Argentinos Juniors, seu último clube, aonde conseguiu chegar até as semi-finais da Copa Sulamericana. É uma aposta interessante, embora não seja de grande expressão.

Quanto a mudanças no plantel, a grande contratação que vem sendo especulada é a do "Ogro" Fabbiani, bom atacante do Newell's Old Boys. Ele demonstra interesse claro em jogar pelo time de Nuñez, e deve ser questão de tempo pra que a novela dele termine. Também se fala muito no uruguaio Scotti e até mesmo no colorado Pablo "Cholo" Guiñazu, que também interessa ao Boca.

Em tempos de crise, são mudanças de certa qualidade com a sabedoria de não gastar muito. E apesar da decepcionante lanterna do semestre passado, o elenco atual tem bons jogadores. A troca de técnico pode ser mesmo o grande remédio na esperança de dias melhores em Nuñez.

Esperemos então pelos jogos de verão. Costumam dizer muito sobre como serão as temporadas dos cinco maiores do futebol argentino. Ao menos no primeiro semestre, já que os atuais campeões do River e vice-campeões do Independiente no Apertura... O resto já se sabe...

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Em tempo: Independiente 1x1 River Plate

Um jogo sem grandes emoções, com muita cautela e desentrosamento dos dois lados.

Do lado rojo destaco a boa atuação de Gandin, quando nao tentava cavar faltas...

E no segundo tempo o Gorosito mexeu bem, fez o time melhorar, mas nao o suficiente pra empolgar ou mesmo vencer.

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Se disfrutan como pocos

06/01/2009 19:48

Esse texto traduzido foi retirado do blog "Solo Boca", do domínio "clarin.com". Foi postado 2 dias após o título argentino do Boca no triangular final do Apertura 2008. Clique aqui para ir até o blog

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A você -peregrino de tantos estádios com o coração ja calejado por tantas emoções- te conto que este é um dos títulos mais merecidos entre os 18 conquistados pelo Boca na última década.

Reveja os sobrenomes dos 10 que terminaram no campo. Pense que Ayala era o 4° goleiro faz cinco meses, Roncaglia tinha quatro zagueiros em sua frente pela títularidade, Viatri esperava sua vez atrás de dois "noves"... Lembre que no último ataque faltavam vértices do quadrado ofensivo: Riquelme, Dátolo, Palacio e Palermo. E observe, com discrição, que os adversários estão golpeados, atonitos: nem sequer festeja o San Lorenzo, que com este resultado escapa da sempre esquiva repescagem da Libertadores.

E a você -garoto de escola primária, jovem que parece alto de tanto agrandar-se por ser boquense- te dou, graças a uma tarefa de investigação jornalística, um furo. A volta de Bianchi? Não, isso todos já sabem. A volta de Palermo? Ainda falta tempo. A contratação de um goleiro? Depois falamos disso. A notícia é que, esta noite, vão te presentear com uma camisa do Boca.

Contente, né? Comemoraste como no gol de Chavez. Não diga que te contei pois vai me desmoralizar com minhas fontes, mas está confirmado: quando abrir esse pacote meio quadrado, ao pé da pequena árvore de natal, se encontrará com a Azul e Ouro, essa que usam seus ídolos, aqueles que vês pela televisão.

Não a original, essa custa 200 ou mais... Em alguns anos perceberá que os Papais Noeis daqui somos emergentes, em vías de desenvolvimento. Mesmo assim esta linda como todas as do Boca (até essa amarela que usaram contra o Tigre por superstição).

Use ela pra dormir se quiser e sonhe que morde como Battaglia, um leão no meio-campo; que sai da defesa como Ibarra ou Morel e que se impõe como Riquelme, nosso craque. E amanha, enquanto as mãos hábeis de sua mãe preparam o almoço natalino, cabeceie no seu quarto, se projete por um paso, finja que marcou um gol e comemore forte, beijando o escudinho, pois és campeão outra vez.

 

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Retrospectiva Xeneize

01/01/2009 17:57

Antes do texto queria aqui explicar aos leitores do Blog Na Trave que no mês de Dezembro tivemos dificuldades com nosso domínio, e por isso novos textos não puderam ser postados por aqui.

É possível que nos mudemos para outro endereço, mas por enquanto apenas voltaremos a programação normal.

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O ano está salvo para a maior torcida da Argentina. Apesar de todo o drama vivido durante o ano inteiro, o final feliz estava guardado para Ischia e seus comandados. O Boca Juniors termina o ano conquistando o 23° título da era profissional, e que valerá a 49° estrela em sua camisa, já que no escudo elas não cabem mais.

O ano xeneize começou com a alegria da volta de Roman, mas com a desconfiança pela contratação do controverso Carlos Ischia. Um técnico que tinha a seu favor o passado campeão ao lado de Bianchi, mas pesava contra ele o fraco desempenho a frente do Rosário Central, lanterna do Apertura 2007.

Todos ficaram empolgados após a vitória sobre o River no tradicional Torneio de Verão. Alegria que durou pouco. Tropeços e mais tropeços na primeira fase da Libertadores trouxeram a preocupação pra Casa Amarilla. Só que mesmo com o empate contra o fraco Maracaibo e com as derrotas para Colo Colo e Atlas, o desempenho 100% na Bombonera salvou o Boca.

Na segunda fase o time reencontrou a boa forma. Grandes vitórias em cima do Cruzeiro e novamente sobre o Atlas. Mas no lugar aonde não nasce grama surgiu a sepultura xeneize. Migliore falha no jogo contra o Flu no Cilindro. E no Maracanã a defesa não soube se segurar após o gol de Palermo.

No Clausura a campanha não foi ruim. O Boca não chegou a abandonar o grupo da frente, e apesar de ganhar o Super, foi vice no título que acabava com o jejum do maior rival. A insatisfação da hinchada ficou ainda maior.

Pra acalmar os ânimos, veio na hora certa a Recopa Sul-Americana. O Arsenal foi presa fácil pro time que voltava a ser “El Rey de Copas”. E quase que o Boca chega a ultrapassar o Milan no número de títulos internacionais, mas perdeu a Copa Joan Gamper para o Barça nos últimos 2 minutos de jogo. Como prêmio de consolação, os vários jovens que se destacaram em pleno Camp Nou.

“Los pibes de la Casa Amarilla” voltaram a aparecer na Copa Sul-Americana. Impressionaram ao golear a LDU, campeã da Libertadores, por 4×0 em La Bombonera. Mas os erros de Ischia somados a inexperiência dos jogadores pesaram contra o melhor time da competição. Perderam até nos próprios domínios e tiveram que ouvir a torcida colorada gritar mais alto.

Restava o Apertura. Depois dos 6 primeiros jogos, o drama começaria. Lesão do artilheiro maior, Martín “El Loco” Palermo. 3 derrotas seguidas, sendo duas em casa (2×3 Tigre, 1×4 Godoy Cruz, 1×2 Estudiantes). 8 pontos de desvantagem pro líder San Lorenzo de Almagro. Os desentendimentos criados antes do Superclásico…

Ah, o Superclásico. Sorte do Boca que o rival estava numa fria ainda mais gelada. E a vitória em Nuñez trouxe de volta o time a disputa pelo título.

Mas pra manter o drama, veio a morte do saudoso presidente Pedro Pompillo. Uma motivação a mais para honrar a memória dele. E para que o time vencesse o Ciclón em casa, resultando assim no primeiro tríplice empate do campeonato.

E quem diria que 6 rodadas depois o empate entre Boca, San Lorenzo e Tigre voltaria a acontecer. Novamente pra preocupar o hincha xeneize, os favoritos claramente vinham de Almagro. Favoritismo esse que só cresceu com a vitória azulgrana em Liniers por 2×1. Mas os comandados de Russo cansaram, e apesar de terem Javier Garcia a seu lado, caíram diante da qualidade ofensiva do Boca Juniors. Um 3×1 incontestável.

O Tigre já parecia um gatinho inofensivo por causa da vantagem obtida. Mas ai o tal do drama seguiu o time da Bombonera até o Cilindro de Avellaneda. Riquelme não estava em campo, e Javier Garcia falha outra vez. 25 minutos de tensão para a torcida apreensiva, e de choro para o inconsolável goleiro atrapalhado. 25 minutos que pareceram 25 horas inclusive pra mim. Mas até o tempo teve que se curvar para os homens de azul e ouro. E ninguém mais seguraria o grito de campeão dessa torcida que tanto sofreu.

E daquele momento em diante sé é possível ao torcedor boquense se lembrar da garra de Morel Rodriguez. Dos gols decisivos de Viatri. Dos últimos jogos geniais de Palácio. Da categoria imprescindível de Dátolo. E claro, da liderança de Juan Roman Riquelme.

Porém aos dirigentes e ao próprio técnico salvo pelo gongo, nenhum dos erros pode ser esquecido. O privilégio de cair num grupo mais tranqüilo do que seria, caso o título não viesse, não pode ser desperdiçado. Parece que a grande promessa que seria Noir acabará mesmo dando frutos ao Inter de Porto Alegre.  Outros pibes podem também ser negociados na temida janela, mas que a saída dele seja prontamente substituída pra que o Boca não sinta o desfalque. E que venha um novo goleiro, ou mesmo que volte Caranta.

Quanto a Ischia. Seu 2009 só será feliz se, ao lado de Bianchi, rever os erros que cometeu em 2008 pra que a Libertadores volte ao museu da paixão boquense.

Mas por agora todos merecem parabéns.

Todos merecem Feliz Navidad y Año Nuevo.

Inclusive o hermano blogueiro, que pode desfrutar dos últimos momentos emocionantes do futebol 2008 na Argentina.

Feliz 2009 e… ¡DALE BOCA CAMPEÓN!

 

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Pontos Corridos, 4 Finais

08/12/2008 18:41

No Brasileirão, 8 rodadas atrás, 4 times tinham chance de sair campeões nacionais. De fato o campeonato mais equilibrado e emocionante dos últimos tempos, porém no final ninguém segurou o São Paulo, e na última rodada o título já estava direcionado. Frustração do apaixonado por futebol que esperava mais. Frustração essa que passa longe dos hinchas argentinos.

Longe de mim querer comparar os dois campeonatos ou dizer que o Campeonato Argentino é melhor que o Brasileirão, antes que me entendam mal. Mas a emoção que esperavam no torneio brazuca transborda na última rodada do Apertura 2008. Quatro times tem chances de volta olímpica, e três deles estão empatados na liderança. E pra por mais lenha na fogueira, a famigerada regra que decidiu a edição de 2006: não existe critério de desempate pra definir o campeão. Se empatar, é jogo extra!

Só que se perguntarem pelas ruas de Buenos Aires se os torcedores estão felizes com esse equilibrio, 50% dos entrevistados mais um responderão que não. Isso porque o Boca tinha tudo pra já sair campeão nesse Domingo, só que no meio do caminho tinha uma pedra, ou melhor, um Lobo.

A equipe com a melhor defesa conseguiu segurar o empate em casa e com isso a diferença xeneize de dois pontos pros adversários se foi. Foi dificil pro Gimnasia, mesmo numa tarde pouco inspirada de Juan Roman Riquelme. Mas ficou facil quando foi expulso o guarani Morel Rodriguez, e pra terminar de ajudar o time da casa, Carlos Ischia insistia em Alvaro Gonzalez jogando pela esquerda no lugar de Dátolo, mesmo com uma avenida disponível do lado direito do ataque xeneize.

Pro próximo jogo do Boca, Riquelme inspirado agora é mais que necessário, é vital pra salvar o ano. O adversário será o Colón na Bombonera. Será também a chance de provar que os auriazuis podem vencer sem ajuda dos árbitros, como tanto reclamam os rivais (pra vocês verem que choro com juizes não é privilégio daqui).

Quem sabe bem como é perder a liderança num momento crucial é o San Lorenzo. Chegaram a ter 5 pontos de vantagem sobre o segundo colocado, e 8 de "gordura" pro rival de La Boca. Mas agora fizeram com que eles provassem de seu próprio remédio, voltando pra briga quando ninguem acreditava.

Golearam ontem o Independiente por 4x1. A destacar não só dessa linda vitória, mas também desse semestre do Ciclón eu exalto a fase maravilhosa do Barrientos, o jogo firme do Ledesma, e a boa volta de Solari ao futebol argentino. Retorno esse que teve direito a gol ontem contra os Rojos. Ótima chance do Russo se vingar do time que o despediu. Enfrentarão o Argentinos em La Paternal.

Dentre as 4 equipes na briga, de longe a mais feliz é a comandada pelo ex-ídolo xeneize, Diego Cagna. Mas apesar de não ser tradicional, não é de hoje que o Tigre vem buscando esse caneco. Em 2007 foi vice com o mesmo treinador. Só que dessa vez eles estão mais forte do que quando surpreenderam a Argentina. Se não têm mais Ferrero, contam com a solidez defensiva do também ex-Boca, Rodolfo Arruabarrena, e com os gols dos artilheiros Claudio Morel e Carlos Luna.

E pra que ninguem duvidasse de que "el Matador" segue vivo, ganharam fora de casa, e de virada, por 3x2. A vítima foi o Rosário Central, um dos lanternas desse Apertura. Já imaginaram o modesto Tigre na Libertadores? Torcida dos rivais de Boca e San Lorenzo pra isso não faltará e pra isso o Banfield precisa ser batido.

O 4° candidato encarava essa possibilidade como um sonho por causa da distância de pontos, mas hoje ainda existe a chance do Lanus conseguir o segundo título seguido do Apertura. Jose Sand, artilheiro do campeonato com 15 gols, está lá pra meter medo nos três líderes. E apesar de ter dois pontos a descontar, encara o rival mais fraco. San Martin, em casa.

Não só a nível nacional, mas no mundo inteiro não me lembro de ver tal situação. Confesso que me encaixo na metade +1 citada acima, mas como um simples apaixonado pelo esporte, nunca me senti tão feliz e ansioso pra saber: Quem será o campeão argentino? Será que tudo se decide na última rodada ou teremos jogos extras? Quem dera que Domingo já fosse amanhã...

E pra quem sentiu falta do River nessa briga, experimentem procurar na outra ponta da tabela que encontrarão os Millonarios.

 

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Debaixo d'Agua e de Suspeitas, Hexacampeão

08/12/2008 16:37

Outra vez me encontro na "laje" do Bezerrao, só que dessa vez trabalhando por um jogo que valia algo: o título brasileiro de 2008. Um jogo que começou errado, não foi exatamente o mais bonito do ano, e ainda terminou com suspeitas. Ainda que nada disso tire os méritos e a alegria do São Paulo.

Esperei meia hora pra entrar no estádio e por conta disso esperava um jogo de luxo. Emoções a cada segundo pra ver quem seria o campeão. Afinal se tratava do favorito ao título jogando "em casa" (ja que queriam sentar do lado mandante e ainda tiveram torcida a favor, jeje) contra uma equipe que vendia caro suas derrotas, mesmo sem brigar por coisa alguma. Pena que o que se viu foi muita chuva, muito choro e pouco futebol.

Mas essa parte de pouco futebol é um dos grandes méritos desse time e seu técnico tricampeão brasileiro. Não entendeu? Eu explico...

Depois do gol era difícil ver alguem no Bezerrão que ainda acreditasse no título gremista. Não pelo Gremio, que alias fez sua parte, mas porque o São Paulo não deu chance alguma de reação aos esmeraldinos. E aliás estavam até mais próximos do gol que o Goiás. O próprio Muricy admitiu ontem na (bagunçada) coletiva que o tricolor encaixou bem seu jogo de modo que era dificil pro time de Hélio dos Anjos poder jogar bem.

Alguns chamam de futebol feio (eu também), mas eu aprendi a algum tempo que é esse o estilo de jogo inteligente, que ganha troféus. Estrutura muitos tem por ai, e não da pra dizer que ela não ajuda. Mas na hora do jogo no campo o que vence não é o Reffis. É a qualidade técnica e tática do time que quer ser campeão, coisa que sobrou pro São Paulo e pro Muricy.

Só que também não podemos esquecer que até bem pouco tempo atrás não se cogitava sequer Libertadores ao tricolor paulista. Nenhuma injustiça com isso na época, mas em perceber isso e mudar a atitude do time é que esteve outro dos méritos do hexacampeão. Depois do jogo pífio contra o Galo no Mineirão um outro São Paulo disputou o Brasileirão.

No time em que antes os gols eram quase todos do Hugo, passaram a ser também de Borges, Dagoberto, Jorge Wagner. Se antes só a zaga marcava bem, depois até o franzino Dagoberto voltava pra ajudar, e ajudava muito. Sem correr riscos desnecessários e aproveitando as chances que surgiam. Com isso, os pontos ganhos vieram por consequência.

É pena que o primeiro Tri seguido veio num jogo tão feio. Dentro e fora de campo.

Odeio falar de arbitragem, mas a de ontem estava indiscutivelmente fraca. Não só pelo gol não anulado, mas pela falta de critério na hora de apitar as faltas. Quanto a troca de árbitros, prefiro deixar CBF e MP investigarem.

Porém não mudo de opinião, nada disso tira o brilho da volta olímpica que presenciei. Felicidade pra uma torcida brasiliense que jamais pensava em ver seu time de tão longe ser campeão diante de seus olhos. Tanta euforia que nem os jornalistas tricolores presentes a meu lado se conteram em pular e gritar junto com a galera.

As marcas deixadas pela história do envelope e pelo torcedor baleado fora do estádio mancham. Precisam ser investigadas a fundo e com seriedade. Mas o que fica de bom e que sempre será lembrado é isso. O São Paulo não deu bola pra ninguém, e cumpriu com a responsabilidade citada por seu técnico. A de presentear a fé da torcida tricolor com mais uma volta olímpica.

 

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A Nível de Libertadores II - Final

04/12/2008 02:01

Não foi o passeio que todos (colorados) esperavam, mais o título é enfim brasileiro. Título esse que, se não foi heróico, com certeza foi suado pro Inter de Porto Alegre, com direito a gol no finzinho do prorrogação. Pro Estudiantes resta o consolo de estar quase garantido na Libertadores do ano que vem, e a tristeza de perder jogando melhor na casa alheia.

O Beira-Rio lotado empurrou o time pra que pressionasse já nos primeiros minutos. Parecia até que eram os colorados a tentar descontar a desvantagem no placar agregado. Muitas boas jogadas de Nilmar e D'Alessandro, mas chances claras de gol foram poucas. Do lado Pincha, vários passes errados e chutões pra frente impediam as ações ofensivas. Boselli mal tocou na bola e Veron, apesar do esforço, não brilhava.

Reclamações com a arbitragem não podiam faltar, e elas vieram dos dois lados. A meu ver o Estudiantes foi "mais prejudicado" pelo Larrionda. Pênaltis não marcados acabaram indo pros dois lados, e no fim das contas é uma questão de interpretação, agora gol mal anulado, não. Mas como não gosto de comentar esse assunto "arbitragem", que cada um tire suas próprias conclusões.

No segundo tempo entrou em campo, pelo Inter, a "postura Tite" de jogar futebol. Os colorados se retraíram, não se lançavam mais ao ataque com a vontade da primeira etapa. Melhor pro time de Astrada, que fez muito bem ao colocar Perez em campo no lugar do lesionado Iberbia. Em poucos segundos ele fez boas jogadas na lateral e provocou a falta decisiva. Benitez cobrou e Alayes num belo voleio fez o gol do tempo normal.

Obrigatoriamente se espera uma reação imediata do time que leva o gol, ainda mais quando é o anfitrião. E de fato houve uma mudança de postura por parte dos colorados. O problema, outra vez, veio do banco. Tite tira Andrezinho e põe Gustavo Nery, pra felicidade de Angeleri, que teve o espaço que queria pra ajudar no ataque. Na alteração em que ele tira Alex pra colocar Taison eu não vi erro dele. O 10 do Inter não foi bem mesmo, e o jovem revelado nas categorias de base do clube entrou bem. Fato é que o 1x0 permaneceu.

Veio a prorrogação e pouco mudou. O Estudiantes seguiu melhor em campo, apesar de que o Inter não era tão inferior assim. A destacar no primeiro tempo só a saida de Veron, e o quase gol no chute de Angeleri. Já pro segundo tempo os donos da casa acordaram. Mas a tática foi pro espaço, deu lugar ao coração e ao sangue, que também são vermelhos. Depois de muito pressionar, num escanteio o gol vem. E num gol típico de final sofrida: bola alçada na area, cabeçada milagrosamente defendida por Andujar, bola chutada pra lá e pra cá até sobrar pra Nilmar. Uma das estrelas coloradas foi responsavel pela explosão de alegria no Beira-Rio. O torcedor podia soltar o grito que já vinha ensaiando desde a vitória em La Plata.

Do lado argentino, a certeza de uma campanha bem feita, e o gostinho de quase ter levado a decisão do título mais adiante. O Pincha foi vítima de ter perdido jogando melhor no último jogo, mas pagou por ter errado muito no primeiro jogo. Repetiu o equivoco Xeneize e insistiu no jogo aéreo quando jogou em casa, numa partida em que as estrelas Veron, Boselli e Angeleri pouco fizeram. Em Porto Alegre Astrada também errou ao apostar em Iberbia, e deu graças a Deus por Desabato não ter falhado denovo. Resta então o Apertura, aonde não há chances de título, mas a vaga pra Libertadores ainda não foi garantida.

Pro Inter essa mesma vaga também não é certa. Mas no momento isso é pouco importante pro torcedor, que comemora com justiça a taça inédita. Discordo fortemente daqueles que acharam que o Inter ganhou jogando bonito. Verdade que o trio Alex, Nilmar e Cabezón desequilibra pela tamanha qualidade, mas a maneira de jogar não é tão artística. Em muitos jogos eles se recolhem antes da hora, e por isso chegaram a perder muitos pontos no Brasileirão e quase perderam a Sulamericana hoje. Insisto que se a diretoria pensa em voos mais altos pro ano do centenário precisa pensar num técnico que melhor aproveite esse elenco estelar colorado.

De certa forma essa conquista pode mudar a maneira de pensar dos times brasileiros em respeito a essa competição. Principalmente se ela passar a levar pra Libertadores, o que pra mim não é justo nesse ano, mas pros próximos seria interessante. Agora certamente cai uma pressãozinha pros gremistas ganharem o Brasileiro, se não quiserem ouvir provocações dos rivais.

E quanto aos críticos da competição, que teve uma final tão boa quanto a da Libertadores. Perguntem aos colorados se acham que a Sulamericana não vale a pena.

 

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Mais do que só o Caneco...

25/11/2008 19:43

Não era muito necessário achar mais motivação para Boca e San Lorenzo buscarem o título do Apertura 2008. Mas depois do sorteio dos grupos da Libertadores 2009 que aconteceu hoje no Paraguai, o troféu significa agora uma vida mais fácil pro futuro. Quase um plano de previdência pra assegurar a tranquilidade na 1ª Fase.

Como River e Lanus já se garantiram, sobraram 3 vagas que hoje são ocupadas por Boca, San Lorenzo e Estudiantes. Dois grupos já contam diretamente com os times argentinos a definir e outro fica na expectativa da Pré-Libertadores.

Grupo 2: Argentina 3; Paraguai 2; Deportivo Táchira (VEN); vencedor do jogo 4 [Equador 3 x Anzoategui (VEN)]

Grupo 5: Brasil 3; Universitário de Sucre (BOL); Equador 2; Vencedor do jogo 2 [Argentina 5 x Vaga Aberta 3]

Grupo 8: Argentina 4; Libertad; Vaga Aberta 1; San Luis (MEX)

Pro Ciclon e pros Pinchas a vaga ainda não está assegurada, mas como o time do DT Miguel Angel Russo briga pelo título, poderia conseguir a vaga de Argentina 3. O Tigre, também buscando o título, só pode ir nessa condição.

Já pro Boca a vaga é matemáticamente certa. Resta mesmo que se mantenha no topo do Apertura pra que seu lugar no Grupo 2 seja garantido.

Mas porque essa preocupação toda? No jargão comum do futebol, time que quer ser campeão nao pode escolher adversário. Mas na prática é bem melhor fugir de um grupo com um mexicano e, possívelmente, Inter ou Fluminense pela vaga que era peruana.

Mais que um motivo de comemoração e orgulho, esse título é o que salva esse semestre e ajuda a acalmar o próximo.

 

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Mar de Platas

23/11/2008 16:15

"Somente se o David cansar e o Delpo desmunhecar que a gente perde dessa vez". Frase minha dita no programa de rádio de Sexta-Feira, no momento em que Nalbandian vencia o primeiro jogo da final. Eis que minha frase incrédula se torna profecia, e a Argentina perde sua maior oportunidade de sair campeã da Copa Davis.

Del Potro não "desmunhecou" como foi dito na frase, mas pela infelicidade guardada pelo destino, se machuca no momento decisivo, tal como Ginobili em Pequim. Foi durante o 2° jogo de simples, contra Feliciano Lopez. Justo o jogo considerado mais fácil, ja que o titular Nadal não pode ir a Mar del Plata.

Mesmo com a baixa, a fé da torcida no título ainda era firme por confiarem em Nalbandian. E o próprio exibia em seu semblante a confiança de quem queria vencer sozinho. Mas embora o tênis seja mesmo um esporte individualista, a Davis se vence em equipe.

O jogo de duplas não era de obrigação alviceste conseguir a vitória e o segundo ponto, mas se esperava ao menos um jogo digno da flamante torcida local. E houve momentos em que isso parecia possível, visto que David e Calleri ganharam o primeiro set por 7-5, e no terceiro set conseguiram sair de um 1-5 para o Tie Break. Por ironia, chegaram a liderar pelos mesmos 5-1, mas devolveram a virada, e os espanhois venceram. 3 sets a 1.

Depois da derrota, os rumores da discórdia. Chegaram até a divulgar que houve troca de socos entre "el Rey" e "el Gordo", mas ficou mesmo no desentendimento, explicitado pela ausência de David na coletiva de imprensa. O capitão Mancini tentou justificar, mas o histórico de Nalbandian o entregou.

Sem Delpo, sobrou pra Acasuso a missão de enfrentar Fernando Verdasco, reserva do também machucado Ferrer. El Chucho estava visivelmente abaixo do nível técnico e físico necessário e começou perdendo o primeiro set por 6-3. Empurrado pela torcida, ainda conseguiu vencer 2 sets, mas o cansaço foi implacavel para o guerreiro que também lutou em 2006, e a resistência se acabou junto com o sonho. 3 sets a 2 e título espanhol.

Do lado argentino, criticas somente a Nalbandian por seu individualismo. Defeito esse que já vinha mostrando desde que não escolheram Córdoba como sede da final. Quanto a Del Potro, sua lesão foi uma infelicidade, e de modo que o show dele contra a Rússia foi o que nos trouxe a essa final, impossível falar mal dele. Parabéns ao Acasuso que aguentou como pode o fardo de substituir Delpo, e jogou com bravura.

Os espanhois, que nada tem a ver com nossos tropeços, foram heróicos. Venceram o desfalque de Rafa Nadal. Venceram a desrespeitosa hinchada argentina, e acima de tudo, venceram grandes tenistas para conquistar o Tricampeonato da Fúria na Davis.

Muito difícil que nos venha outra chance de ouro como essa. Foi o terceiro vice albiceleste (81 contra os EUA, 2006 contra a Russia e 2008).

Mas o sonho não pode morrer agora. Que 2009 venha com mais sorte e sensatez para o tênis argentino.

 

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