Ao vencedor, as batatas

28/03/2009 14:25

Como está todo mundo dando opinião sobre o dossiê feito por Palmeiras, Santos, Fluminense, Botafogo, Bahia e Cruzeiro para transformar as conquistas do Robertão e da Taça Brasil em títulos brasileiros oficiais, resolvi entrar na dança.

A meu ver, tanto fez como tanto faz. Se a CBF acatar o pedido, direi que o Palmeiras é octacampeão nacional, por exemplo. Se não acatar, direi que o Palmeiras é tetra nacional, bi do Robertão e bi da Taça Brasil. Faz alguma diferença? Evidente que não. O Palmeiras, por oito vezes, ganhou o título mais importante do país. É isso que importa.

Parece até que os clubes manifestantes só consideram Robertão e Taça Brasil importantes se forem equiparados ao Campeonato Brasileiro atual. Neste caso, eles é que estão menosprezando seus feitos, e não o resto do país. Eles é que estão relegando seus heróis históricos a vencedores de pelejas de segunda categoria, e querendo agora transformar essas pelejas em façanhas. E são façanhas. Sempre foram. Não é um detalhe técnico que vai mudar isso.

A bem da verdade, considero que a CBF errou desde o início ao desconsiderar os torneios que vieram antes de 1971. Sim, penso que deveria ter havido uma unificação lá atrás, quando do início do Campeonato Brasileiro como o conhecemos (ou quase isso). Não houve, ficaram coisas separadas, então paciência. Não é papel de ninguém reescrever a história.

Ademais, mudar o nome de um título de décadas atrás vai colocar o Bahia de volta na primeira divisão, com a grandeza e a relevância que sua fantástica torcida merece? Vai fazer o Palmeiras conseguir se virar sem uma parceria obscena, que transforma o clube em quiosque de compra e venda de jogadores? Vai livrar o Santos da oligarquia do ensandecido Marcelo Teixeira? Vai pagar as dívidas do Botafogo?

Mas claro, está tudo em céu de brigadeiro no país do futebol. Ninguém tem problemas para resolver, então vamos cuidar dessas questões lúdicas, todos sentados em roda à sombra de uma frondosa macieira.

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