Boca-River 2009

23/01/2009 19:21

Exatamente no dia de hoje completa 1 mês do dia em que o Boca saiu campeão do Apertura mais emocionante dos últimos anos. Uma alegria tremenda para a torcida que podia passar em paz as festas de fim de ano. Só que pro elenco xeneize essa volta olímpica teve seus reflexos indesejados pro começo de 2009. Quase uma ressaca.

 

Foram 9 dias a mais de trabalho, o que obrigou o clube a começar sua pré-temporada 5 dias a frente de seus descansados rivais. Não a toa que vemos um departamento médico mais lotado que hospital público.

No torneio de verão se lesionaram Noir e Roncaglia. Nos treinos, “el Negro” Ibarra e Álvaro Gonzalez. Todos estes se uniram aos já molestados Javier Garcia, Roman, Palacio, Palermo... Isso só pra citar os mais conhecidos.

Mesmo com toda essa gente de molho, o nível apresentado pelo “Boca B” no pentagonal vem sendo satisfatório. Empataram com um San Lorenzo completo, e venceram com autoridade o Independiente por 2x0.

Mas o foco de todos em Casa Amarilla esta longe dos jogos de verão. Estão mais concentrados mesmo na Libertadores. Apesar de que o maior reforço até agora sequer pensa em entrar em campo.


Carlos Bianchi voltou. Infelizmente não no cargo que o consagrou, mas como “manager” ele pode contribuir muito também. Seu projeto maior desde que chegou foi trazer um goleiro. Uma novela que se arrastou durante todo o mês, mas que parece ter chegado a um fim nessa quinta.

Tudo estava fechado com Pato Abbondanzieri, até que o presidente do Getafe, Angel Torres, resolveu exigir 100 mil euros a mais do que se tinha acordado antes. A negociação travou, farpas foram trocadas entre Pato e Torres, mas pela cena que se viu de abraços e beijos entre os dois nos treinamentos em Madri, a paz foi selada, e o Boca já tem seu novo arquero.

Quer dizer que o Boca vai pagar os 100 mil a mais? Tem gente que diz que esse dinheiro sairia do bolso do próprio Pato, mas o fato é que o jogo contra o Sporting Gijon deve mesmo ser o ultimo dele pelo time espanhol.


Falando de goleiros, impossível não lembrar da outra novela, a entre Caranta e Ischia.

Eles não se batem desde que Caranta não quis jogar contra o Estudiantes no Apertura alegando problemas pessoais. Ischia não gostou nada dessa atitude, e desde aquele dia já não considera Caranta como parte da equipe. E ninguém duvida de que ele já não joga mesmo pelo Boca, mas o ex-goleiro insiste em pelo menos treinar com os reservas. Nem isso o técnico xeneize permite. O jeito mesmo é esperar pelos próximos capítulos...

Quanto a mais contratações, Ischia prometeu 2 reforços além de Abbondanzieri. Se ele optar por suprir as necessidades da equipe, contrataria um lateral e um volante, pois Ibarra e Battaglia não têm grandes substitutos. O resto obedece ao velho ditado: “Em time campeão não se mexe”. Ainda mais em tempos de crise financeira...

 

Quem chega: Pato Abbondanzieri (Goleiro, Getafe-ESP); Pablo Guiñazu (Volante, Inter); Diego Castaño (Meia, Tigre), Nestor Ortigoza (Meia, Argentinos Juniors)

Quem sai: Néri Cardozo (Meia, Chiapas-MEX), Mauricio Caranta (Goleiro, sem clube); Dátolo (Meia, Zenit-RUS); Palácio (Atacante, Panathinaikos-GRE); Viatri (Atacante, Dínamo Kiev)

Time base: Pato; Ibarra, Cáceres, Roncaglia e Morel Rodriguez; Battaglia, Chavez, Dátolo e Riquelme; Palácio(Noir) e Palermo(Viatri)


Diferentemente do Boca Juniors, a última coisa em que o River Plate quer pensar é em manter as coisas como estão. Reformulação é a palavra pra um time que busca recuperar seu orgulho tanto a nível nacional quanto continental.

No Apertura passado, a vergonha da última posição. Na última Libertadores foram eliminados num jogo épico contra o San Lorenzo. Só que nessa edição os millonarios buscam entrar pra história da maneira mais prazerosa: levantando o troféu. E para tanto um novo comandante se fez necessário.

Nestor “Pipo” Gorosito, que veio de um bom trabalho no Argentinos Juniors, substitui Diego Simeone. Verdade que ele ainda não teve muito tempo pra consertar o enorme estrago que lhe entregaram, mas os primeiros resultados não agradaram. Empates contra Independiente e Racing em jogos de recuperação. Sempre começando mal, levando o primeiro gol, e depois corriam atrás do prejuízo.


Dispensas e contratações são rotineiras e necessárias na vida de quem busca a calmaria depois da tempestade. Quanto aos que saíram não se teve muito alarde, apesar de serem duas grandes figuras do River. O ex-capitão Tuzzio foi pro Independiente, e o artilheiro “Loco” Abreu, deixou o barco pra jogar pelo Real Sociedad.

A grande novela vêm sendo mesmo os reforços. Ou melhor dizendo, o reforço. Cristian Fabbiani já declarou que é um sonho jogar pelo time de Nuñez, mas até agora não se chegou a um acordo entre River Plate e Newell’s Old Boys. Uma proposta aceita pelos leprosos seria a de trazer de volta Santiago Salcedo, mas ele já disse que não aceita regresar a Rosario. Caso não consiga convencer o paraguaio, o River já pensa num plano B: 600 mil dólares. A conferir quando acabará a novela mais longa e tediosa dessa pré-temporada.

Só que mesmo que essa novela termine, a chegada de Fabbiani seria pouco. Ainda é preciso recuperar a defesa que deu muitas dores de cabeça ao hincha millonario. Um articulador que pudesse suprir a até hoje não sanada falta que o River sente do Ortega também não seria mal...

Quem chega: Nestor Gorosito (Técnico, Argentinos Juniors); Cristian Fabbiani (Atacante, Newell’s Old Boys); Nicolas Spolli (Zagueiro, Newell’s Old Boys); Andrés Scotti (Zagueiro, Argentinos Juniors); Juan Mercier (Meia, Argentinos Juniors); Pablo Guiñazu (Volante, Inter)

Quem sai: Eduardo Tuzzio (Zagueiro, Independiente); Sebastian Abreu (Atacante, Real Sociedad-ESP); Falcão Garcia (Atacante. Panathinaikos-GRE); Santiago Salcedo (Atacante, Newell’s Old Boys)

Time base: Veja; Ferrari, Cabral, Sanchez e Villagra; Augusto Fernandez, Ahumada, Abelairas e Buonanotte; Rosales e Falcão Garcia


Assim estão Boca e River pra 2009. Grandes rivais que já se enfrentam amanhã. Pra quem perder a revanche já será no dia 1° de fevereiro, pela Copa Mendoza. Depois disso, é sangue nos olhos em busca da Libertadores, frustração passada e sonho pro futuro dos maiores times da Argentina.

 

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