Debaixo d'Agua e de Suspeitas, Hexacampeão

08/12/2008 16:37

Outra vez me encontro na "laje" do Bezerrao, só que dessa vez trabalhando por um jogo que valia algo: o título brasileiro de 2008. Um jogo que começou errado, não foi exatamente o mais bonito do ano, e ainda terminou com suspeitas. Ainda que nada disso tire os méritos e a alegria do São Paulo.

Esperei meia hora pra entrar no estádio e por conta disso esperava um jogo de luxo. Emoções a cada segundo pra ver quem seria o campeão. Afinal se tratava do favorito ao título jogando "em casa" (ja que queriam sentar do lado mandante e ainda tiveram torcida a favor, jeje) contra uma equipe que vendia caro suas derrotas, mesmo sem brigar por coisa alguma. Pena que o que se viu foi muita chuva, muito choro e pouco futebol.

Mas essa parte de pouco futebol é um dos grandes méritos desse time e seu técnico tricampeão brasileiro. Não entendeu? Eu explico...

Depois do gol era difícil ver alguem no Bezerrão que ainda acreditasse no título gremista. Não pelo Gremio, que alias fez sua parte, mas porque o São Paulo não deu chance alguma de reação aos esmeraldinos. E aliás estavam até mais próximos do gol que o Goiás. O próprio Muricy admitiu ontem na (bagunçada) coletiva que o tricolor encaixou bem seu jogo de modo que era dificil pro time de Hélio dos Anjos poder jogar bem.

Alguns chamam de futebol feio (eu também), mas eu aprendi a algum tempo que é esse o estilo de jogo inteligente, que ganha troféus. Estrutura muitos tem por ai, e não da pra dizer que ela não ajuda. Mas na hora do jogo no campo o que vence não é o Reffis. É a qualidade técnica e tática do time que quer ser campeão, coisa que sobrou pro São Paulo e pro Muricy.

Só que também não podemos esquecer que até bem pouco tempo atrás não se cogitava sequer Libertadores ao tricolor paulista. Nenhuma injustiça com isso na época, mas em perceber isso e mudar a atitude do time é que esteve outro dos méritos do hexacampeão. Depois do jogo pífio contra o Galo no Mineirão um outro São Paulo disputou o Brasileirão.

No time em que antes os gols eram quase todos do Hugo, passaram a ser também de Borges, Dagoberto, Jorge Wagner. Se antes só a zaga marcava bem, depois até o franzino Dagoberto voltava pra ajudar, e ajudava muito. Sem correr riscos desnecessários e aproveitando as chances que surgiam. Com isso, os pontos ganhos vieram por consequência.

É pena que o primeiro Tri seguido veio num jogo tão feio. Dentro e fora de campo.

Odeio falar de arbitragem, mas a de ontem estava indiscutivelmente fraca. Não só pelo gol não anulado, mas pela falta de critério na hora de apitar as faltas. Quanto a troca de árbitros, prefiro deixar CBF e MP investigarem.

Porém não mudo de opinião, nada disso tira o brilho da volta olímpica que presenciei. Felicidade pra uma torcida brasiliense que jamais pensava em ver seu time de tão longe ser campeão diante de seus olhos. Tanta euforia que nem os jornalistas tricolores presentes a meu lado se conteram em pular e gritar junto com a galera.

As marcas deixadas pela história do envelope e pelo torcedor baleado fora do estádio mancham. Precisam ser investigadas a fundo e com seriedade. Mas o que fica de bom e que sempre será lembrado é isso. O São Paulo não deu bola pra ninguém, e cumpriu com a responsabilidade citada por seu técnico. A de presentear a fé da torcida tricolor com mais uma volta olímpica.

 

Comentários

Voltar