Entre a cruz e a espada

12/08/2009 23:22

O mundo até agora está assustado com o acidente de Felipe Massa no treino classificatório do GP da Hungria. Ninguém poderia imaginar tamanho infortúnio com o brilhante piloto brasileiro. Ser acertado por uma mola no meio do circuito é uma chance em milhares, quem sabe milhões. Mas, todos torcemos para que Massa se recupere logo e continue seu trabalho na F1.

Mas não é sobre ele que venho falar neste artigo. É sobre a consequência do acidente de Massa. O alvoroço que passou pelo mundo nas últimas duas semanas. Um pequeno detalhe estrategicamente negociado pela Ferrari que atende por duas palavras: Michael Schumacher.

O mundo da F1 foi pego de surpresa ao saber do anúncio do retorno às pistas do lendário piloto alemão, sete vezes campeão mundial (2 vezes pela extinta Benneton e 5 vezes defendendo o vermelho de Maranello). Pilotos, ex-pilotos, pessoas ligadas à categoria, políticos, enfim: todos deram suas opiniões sobre a volta do alemão às pistas. Alguns rejeitaram de cara, achando que era apenas jogada de marketing da Ferrari. Mas algo era inevitável de se negar: Schumacher traria novamente a emoção que a F1 está precisando nesses tempos de crise.


Todavia, da mesma forma que fomos pegos de surpresa no retorno do alemão às pistas, essa semana a euforia teve um fim prematuro. Schumacher anunciou pelo seu site oficial que havia desistido de substituir Felipe Massa no cockpit da Ferrari. A notícia repercutiu novamente, e com mais intensidade do que a sua antecessora. Será que Shumacher não aguentaria a pressão? Será que era por causa da idade? A FIA agiu contra o seu retorno? Várias possibilidades, vários pontos de vista. Mas nenhum que realmente prove o verdadeiro motivo dessa desistência.

De algo não podemos negar: Schumacher é um gênio. E mais: ama o automobilismo. Ama o que faz. Para se ter ideia do quanto Schumacher se esforçou para tentar retomar a rotina de competições da F1, ele chegou a treinar oito (eu disse oito!) horas ininterruptas no simulador estático da Ferrari. Oito horas. Isso é sobrehumano. É algo que poucos conseguem fazer. E Schumacher fez.

Porém, outros fatores podem ter pesado em sua decisão. A pressão é um deles. O alemão nega, mas foi indiscutivelmente algo pesado na balança. Se Schumacher fosse muito bem no primeiro GP (o de Valencia, a ser disputado esse final de semana), pontuasse ou chegasse a subir no pódio, a euforia da torcida aumentaria e as apostas seriam a de que ele ainda teria chances de ser campeão. Se ele fosse muito mal, não pontuando ou desistindo do GP, a decepção da torcida seria algo monstruoso. Não é fácil lidar com um ídolo em decadência. O baque seria muito forte. E mancharia a vitoriosa e fantástica história de Michael Schumacher na F1. Quando se trata desse cidadão, não existe meio termo: ou é 8 ou é 80.

Portanto, considero correta a postura de Schumacher e apoio sua decisão de não substituir Massa na F1. Seu motivo alegado foi a falta de preparo físico ideal, que é algo muito plausível (imagine dirigir um carro a mais de 300 km/h por volta de 1h30 em um cockpit apertado e quente), e uma lesão no pescoço, proveniente de um acidente de moto no começo do ano. Contudo, tirando os fatos "oficiais", Schumacher, homem inteligente que o é, teve de tomar uma decisão muito difícil, ainda mais para alguém com tanto reconhecimento e identidade no esporte como ele.

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Comentários

Data 19/08/2009

De André Luigi

Assunto .

Responder

ai ai ai ai ai, que que esse cara quer ¬¬
vai la intaum ô vovô que vio o senna correr e faz um texto melhor.

Data 16/08/2009

De Alsan Matos

Assunto NÃO ENTENDI...

Responder

... quer dizer que a mola bateu no Massa porque antes bateu "Na Trave"? Ou o nome do site é um engodo pra que visitantes crédulos como eu o visitem pensando se tratar de um site de futebol, quando na verdade é um site pra repercurtir e propagandear gratuitamente a fálacia maldosa da dona Globo?

Outra coisa que não entendi: a F1 só tem emoção quando a Ferrari anda na frente? E aonde que a crise dos bastidores tem influenciado negativamente nas corridas? Ou será que só eu tenho visto corridas agradáveis, altamente técnicas e cheias de alternativas?

A Red Bull e a Brawn não tem condições, pra vcs, de fazer uma boa F1? Ou a FIAT, através da dindinha de vcs (dona Globo), prometeu patrocínio a esse blog ralé? Porque só isso explica vcs afirmarem categoricamente que a F1 sem Ferrari competindo é sem graça. Na época do Senna, a Ferrari não valia nada, e vcs aplaudiam...

Perdão! Vcs são adolescentes ainda, né? Não viram o Senna correr. Nem tem bagagem suficiente pra formar suas próprias opiniões. Tem que emular o papinho rançoso do patrão, né?

Ah, quer saber: voltem pro Winning 11 e desistam de brincar de jornalismo, seus "pirus-sem-pêlo".