Equilíbrio total

10/05/2009 22:05

Incrivel! 8 jogos dessa 13ª rodada do Clausura 2009 terminaram empatados, sendo que em 6 deles o resultado foi 1x1. Com exceção do Colon, que luta pelo titulo, e do Godoy Cruz, que não quer ser rebaixado, todos permaneceram da maneira que vieram a campo hoje. Tanto os desesperados como Boca e River, quanto os imbatíveis Velez e Racing, que se enfrentaram.

Um confronto entre o líder do campeonato e um time que briga contra o rebaixamento costuma ser desigual em favor do melhor posicionado. Mas quando esse time "mais fraco" em questão é o Racing do técnico Caruso Lombardi, a situação muda de figura drásticamente. La Academia justificou bem sua invencibilidade de 7 jogos ao pressionar forte o Velez Sarsfield em pleno Jose Amalfitani. E por mais que os anfitriões tivessem a melhor defesa da Argentina na atualidade, a resistência só pôde durar até os 44 do primeiro tempo, quando Yacob marcou de cabeça.

Mesmo depois do intervalo a pressão blanquiceleste não cessou, fazendo com que o matador Rubem Ramirez conseguisse abrir 2x0 pro Racing. Um resultado incrível para aqueles que sabiam da força que o Velez vinha apresentando até aqui no Clausura.

Eis que chegou o momento em que os visitantes cansaram, a deixa perfeita para o líder mostrar sua verdadeira face. Sebá Dominguez (ex-Corinthians) diminuiu aos 31 da etapa final depois que a pressão ofensiva tinha mudado de dono, e Zapata de falta empatou tudo aos 42. Uma demonstração fantástica de garra, digna de um candidato ao título. Ainda que o empate favorecesse o Colon, que venceu o San Martin por 2x0, saiu com gosto de vitória para Gareca e seus comandados.

Longe da disputa pelo título, porém com a luz de todos os holofotes, o clássico Central x Newell's parou a cidade de Rosário. Não só pela expectativa de um dos maiores derbys argentinos, mas pela promessa de violência depois de várias confusões na semana anterior entre torcedores e dirigentes dos dois times.

Dentro de campo a desigualdade vista não era digna de um confronto Canalla-Lepra, mas não era surpresa pelo fato do Newell's atravessar o melhor momento. Até que Mauro Formica veio com um golaço de fora da área aos 25 minutos. Um gol que injetou ânimo no Central para tomar o domínio do jogo na base da raça, pois bom futebol não foi o forte dessa partida no Gigante de Arroyito.

A equipe de Miguel Angel Russo estava mais perto de sofrer o segundo tento do que chegar ao empate por se lançar ao ataque de forma desorganizada. Isso por estarem jogando com o coração, por não aceitarem perder para o maior rival. E essa insistência resultou no gol de Zelaya a 10 minutos do fim. Não que o empate fosse boa coisa já que o Central segue a 3 pontos de sair da zona de promoção, todavia a satisfação de não perder o clássico era o consolo dos hinchas canallas.

Uma pena que no final os incidentes desagradáveis que já eram esperados aconteceram. Vários desentendimentos dentro do próprio estádio que demostram que o futebol argentino ainda sofre e sofrerá muito com a violência.

Voltando ao futebol, faltou falar dos dois confrontos finais do domingo. Em Nuñez o Lanus buscaria a chance de ser líder e de tirar o River da disputa pela taça, enquanto Estudiantes x Huracan fariam mais um duelo da série "Futebol 'Moderno' x Futebol Bonito".

O River Plate jogou bem ao estilo que Fabbiani havia proposto ao longo da semana: tratar cada jogo como uma final de Copa do Mundo para sonhar com a volta olímpica nacional. E na base dessa raça conseguiram enfrentar o Lanus de igual pra igual, o que foi um feito incrível quando se analisa o ataque forte dos visitantes e a fraca defesa dos locais. Só que depois do primeiro gol de Falcão aos 8 minutos, os millonários se preocuparam tanto em parar Sand e Salvio que esqueceram de criar chances no ataque, fazendo com que o jogo ficasse pouco atraente.

A partida também foi marcada pelas inúmeras vaias direcionadas ao ex-River Jose Sand. O problema para a torcida é que elas funcionaram de uma maneira indesejada. Elas foram o combustível para que ele marcasse na volta do intervalo. Como os 45 minutos finais foram bem parecidos aos iniciais, tudo terminou em 1x1 mesmo.

Em La Plata o mesmo placar foi visto no jogo Estudiantes x Huracan, mas o desenho do jogo não foi igual ao de Nuñez.

Respeitando o costume das partidas de "Futebol 'Moderno' x Futebol Bonito", o time que jogou pra frente teve o domínio, mas não significa que os moderninhos não poderiam marcar. Tanto que Cellay fez de cabeça depois do cruzamento de Veron, porém devido ao respeito que tem ao seu ex-time, pediu desculpas a torcida do Globo.

A pressão contra os pinchas se intensificou depois do gol. Todavia Pastore e De Federico tinham a árdua missão de vazar o brilhante Andujar, goleiro de seleção que não ia buscar a pelota dentro das redes havia 8 jogos. De modo que o gol do Huracan teve que vir, curiosamente, de uma cabeçada após cruzamento na área, ao estilo dos modernos. Bolatti foi o responsável por manter os comandados de Angel Cappa na terceira posição, a 4 pontos do líder Velez.

É fato que empate ninguém gosta de ver, ainda mais quando paga ingresso para ir ao estádio. Mas vendo de uma maneira positiva, esse 8 serviram pra mostrar que temos um campeonato bastante aberto. A 6 rodadas do fim, quem tiver coragem que aponte seu favorito.

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