Introdução ao Clausura 09

23/03/2009 20:31

Tal qual uma aula acadêmica, o Clausura atual tem nos ensinado muito. E as lições, quer sejam lógicas ou não, são básicamente sobre o comportamento dos 20 times de elite e da própria tabela de classificação. Algumas já conhecidas de semestres passados, outras inéditas.

Quer ganhar de goleada? Troque de técnico...

Já havia sido assim nos dois primeiros jogos de Mostaza Merlo no comando do Central. O mesmo ocorreu com Sabella, ainda que seu Estudiantes tenha aplicado a chinelada na Libertadores. Só que agora bastou o simples anúncio de antemão feito pelo Pepe Santoro pra que o Independiente reagisse de maneira positiva.

4x1 em cima do Newell's Old Boys. Verdade que a goleada foi em cima de um adversário que desce a ladeira cada vez mais. Mas pro irregular Independiente, é motivo de sobra pra sorrir até o fim de semana que vem. E já que era uma queda por demais esperada, ao menos Santoro pode sair fechando os portões do estádio do Huracan com chaves douradas. O favorito pra assumir seu cargo é Américo Gallego, campeão mundial de 78 e responsável pela última volta olímpica nacional protagonizada pelos Rojos.

O Argentinos Juniors ainda sente falta do Pipo Gorosito

Se no River ele ainda não causou uma boa impressão definitiva, em La Paternal choram copiosamente sua perda até hoje. A base do time que surpreendeu a América ao chegar nas semis da Copa Sudamericana 2008 amarga hoje a tristeza de sequer ter vencido no torneo atual. E o adversário dos comandados de Claudio Vivas era igualmente modesto: o Gimnasia Jujuy.

Mas nem em casa teve jeito. Perderam por 1x0 e são os envergonhados donos da lanterna. Ainda que o DT aprendiz de Bielsa argumente que seu time não venceu graças ao goleiro da equipe de Jujuy, os resultados só fazem com que sua torcida fique contra sua permanência. Hauche e Pavlovich não podem ter esquecido como se faz gols. E se caso esqueceram, melhor que lembrem bem rápido.

Boca - 10 (Riquelme) - 3 (Morel) = 0 gols

Os xeneizes compartilhavam da mesma dor do Argentinos Juniors, e de quebra podiam acrescentar o calor e o fato de estarem jogando em Victoria para justificar um empate que quase virou triunfo. Mas só fizeram tanta pressão por causa da postura excessivamente defensiva do Tigre. Faltou aquela pitada de criatividade na hora do passe final para que Figueroa e Palermo (sim, a dupla de ataque mais lenta a disposição de Carlos Ischia) pudessem vazar o experiente Islas.

Dizer que o Boca Juniors sente falta de Roman e Morel Rodriguez seria lição velha. Mas podemos adaptá-la para os jogos "contemporâneos). O Boca sente falta do apoio do lateral paraguaio no ataque, já que o Krupo ainda não se achou nessa função, e do bom futebol do 10 renegado por Maradona, já que em apenas 3 atuações no ano podemos dizer sem medo que ele foi El Diez de la Gente.

River + Nuñez = Vitória heróica

Dessa vez não teve o mesmo brilho do jogo contra o Arsenal devido ao adversário se tratar do San Martin de Tucuman. Mas 3 pontos são 3 pontos. E quer acreditem no futebol do River ou não, eles são vice-líderes a apenas 1 ponto de distância do Lanus.

Barbosa falhou (denovo) no primeiro minuto, nem de longe lembra o goleiro que se viu na época de Villarreal. Gallardo voltou a jogar bem, mas foi suplente, de maneira que até o momento de sua entrada, o River não encantou. A diferença que ele fez foi tão absurda, que o vaiado Cabral marcou após assistência dele 4 minutos depois que El Muñeco entrou. E os minutos finais, velhos companheiros, salvaram os millonários após penalidade convertida por Falcão Garcia.

O San Lorenzo é time de pavio curto.

Um aprendizado que já começou pra quem viu o triangular final do Apertura passado, quando o desequilibrio emocional do Ciclon o tirou da disputa de um título altamente possível. E se a lição é de 2008, significa que o time de Almagro já devia ter resolvido o problema há tempos.

Os resultados das expulsões impensadas refletiram em vários jogos dessa temporada, chegando ontem ao seu cúmulo do ridículo. Santana, Botinelli (denovo) e Bergessio viram o vermelho. 3 expulsões, 3 gols do Colon, que divide a vice-liderança com o River Plate. Podem pensar que estou dizendo isso como torcedor de coração partido, mas isso é prova de que Miguel Russo não sabe controlar suas equipes emocionalmente. Pois problema com qualidade do elenco ele definitivamente não tem.

E por fim uma lição que todos aqueles despidos de preconceito com o Campeonato Argentino já conhecem: O equilíbrio na tabela é a lei.

Depois da derrota diante do Huracan, o Lanus tem apenas 6 pontos de vantagem pro 12° colocado Arsenal. Com certeza esse cenário não sera visto em meados de abril, mas como temos a folga devido as eliminatórias, essa é uma classificação que vai marcar e deixar na saudade todos os hinchas argentinos

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