O Superclásico tem dono

02/02/2009 15:33

No primeiro Super do verão, vitória heróica do Boca tendo um jogador a menos e com direito a show do agora napolitano Dátolo. No segundo, um time de "pibes" foi suficiente pra vencer por 2x0 um combalido River Plate. Não deu pra segurara tristeza millonaria, tampouco os gritos de "Olé!" por parte da hinchada xeneize. Somando a isso o fato de que o time ainda nao venceu sob comando do técnico Nestor Gorosito surge uma pergunta no ar: Será que o Boca está tão superior ao River? Sim.

Mas olhar apenas pros resultados dos Superclásicos seria pouco, e daria margem ao hermano blogueiro para pensar que essa é uma leitura boquense da história. Só que os próprios hinchas millonarios já não podem negar o que até os fatos recentes comprovam. Seja pelo viés econômico, futebolístico ou organizacional, o Boca está um abismo a frente de seu grande rival.

Verdade que o Boca teve a necessidade de vender Jesús Dátolo (8 milhões de Euros por 80% do passe ao Napoli-ITA) para equilibrar as finanças, mas de qualquer forma pode ter o luxo de contratar Carlos Bianchi por 1,7 milhões de pesos por temporada. Além de trazer de volta Pato Abbondanzieri, por quantias ainda não esclarecidas. Enquanto isso, na contramão, está o River que sequer teve dinheiro pra concretizar seu sonho de verão, Cristian Fabbiani, mesmo cedendo o passe de Santiago Salcedo em troca. A exemplo do time xeneize, o River teve que vender Leo Ponzio, mas por um valor baixo se comparado ao que ele vale, ou se compararmos com a venda de Dátolo (3,5 milhões de Euros ao Zaragoza).

Ambos sofrem com a crise econômica e com a queda na venda dos ingressos, mas pode-se dizer que o Boca sobrevive enquanto o River agoniza.

Além das diferenças de capital outros fatores pesam contra o time de Nuñez...

Enquanto o Boca conta com uma safra rica em grandes promessas, o River se lamenta pelo seu último filho ter sido o último carrasco na Libertadores (D'Alessandro pelo San Lorenzo)

Enquanto o Boca tem um plantel com bons jogadores em todas as posições, apesar da saída do Dátolo, no River somente Buonanotte, Falcão e Ferrari podem se salvar das críticas, e mesmo assim eles ainda não estão jogando tudo o que sabem.

Enquanto o Boca vive uma estabilidade política com dirigentes que seguem a mesma linha de raciocinio positivo para o clube, o River vê Jose Maria Aguilar se eternizar no cargo de presidente.

Alguns podem indagar que no Boca existem grupos divididos entre os seguidores de Riquelme e os de Palermo. Porém no River sequer existe a figura de um líder, como bem disse Ortega. E se existe mesmo essa divisão, em campo isso não se nota.

Outros fatores como atitude nas horas decisivas, apoio da torcida ou mesmo mística do estádio eu não considero como fatores de diferenciação lógica. Pois quando os resultados positivos chegam, o grito das arquibancadas aparece como consequencia. Daí vem a tranquilidade que traz o poder de decisão, e com o tempo sem perder se cria a famosa mística. Porem ao passo que o Boca já tem essa atitude, esse apoio e essa vantagem que lhe da a Bombonera, o River ainda vai ter que trabalhar muito pra trazer a confiança dos torcedores de volta.

A esperança vem com a contratação de Marcelo Gallardo (de novo). Pouco se sabe sobre sua forma física para que eu possa tecer qualquer comentário. Menos ainda se sabe sobre o futuro de Boca e River no Clausura que, para eles, começa nesse domingo. Mas pela alegria xeneize em dar duas voltas olímpicas de verão e pela tristeza millonaria em perder duas vezes pro rival, já da pra se imaginar. E o mais importante, planejar.

Comentários

Voltar