O Titan está de volta

18/02/2009 00:30

Nossos atentos e atenciosos blogueiros ao ler esse título certamente perguntarão. O Palermo já não tinha voltado no sábado pelo Clausura? E se ele ainda não foi titular, porque destacá-lo mais do que a vitória do Boca Juniors na estréia contra o Dep. Cuenca na Libertadores?

Sim, o Palermo voltou de corpo presente contra o Newell's, mas sua falta de ritmo de jogo me forçou a criticar a entrada desse imenso ídolo xeneize. E a vitória do Boca, apesar de magra, era previsível e necessária. Principalmente se pensarmos que o jogo da volta será "em alto nível".

Palermo entrou aos 15 do segundo tempo. Ficou 30 minutos no relvado, como diriam os portugueses. Mas foram os seus três primeiros toques na bola que me fizeram acreditar que enfim ele voltou.

Numa das raras aventuras ofensivas de Morel Rodriguez, ele cruzou para a área aonde a bola se encontrou com o pé esquerdo do El Loco. Depois do domínio, o chute tinha prometido a rede que a bola se chocaria com ela. Mas no meio do caminho tinha um zagueiro do time equatoriano, e tudo terminou num tiro de esquina.

Quanto ao terceiro toque de Palermo, foi de cabeça. Esse sim cumpriu a promessa desfeita antes. Mas o auxiliar brasileiro Roberto Braatz anulou o gol sem ter razão. Uma ducha de água fria nos planos do eterno 9 xeneize que enfim se isolaria como maior artilheiro da história auriazul.

As outras jogadas do Titan não resultaram em perigo porque não conseguiram furar a retranca do Cuenca. E a bola não o encontrou mais vezes porque o time estava visivelmente exausto. Mas ficou o sentimento de que Palermo estaria no rumo certo para logo voltar a titularidade e reencontrar seus gols, velhos companheiros dele em sua caminhada com a camisa do Boca Juniors.

Em relação ao triunfo, digo que a tranquilidade que o Ischia pediu chegou. Mas chegou cedo demais, logo no segundo tempo dessa mesma partida.

É bem verdade o que o hermano Lédio disse, no primeiro tempo o 3x0 na Bombonera era possível. E Palacio merece méritos pelo belo chute que veio a se tornar o gol único da partida. Mas ele próprio não conseguiu criar muitas jogadas de perigo. Claro que a retranca dos equatorianos dificultava muito a penetração na grande área, mas equipes com esquemas muito mais covardes já foram até goleadas no alçapão de La Boca.

Na minha visão, Palácio se prendeu demais às jogadas de lateral, funcionou como um ala direita. E quando ele prefere cruzar a se arriscar como segundo atacante, seu talento se limita. Mouche foi uma aposta equivocada como meia-esquerda. Sua função preferida é a mesma de Palácio, e jogadores como Krupoviesa e Gaitán são mais qualificados para ocupar a vaga deixada por Jesus Dátolo. Todos esses defeitos do ataque xeneize de hoje pioraram com o cansaço e o comodismo que chegou com o segundo tempo.

Mas não se pode criticar tanto, afinal os 3 pontos vieram para os comandados de Carlos Ischia. O volume de jogo e a posse de bola mantidos pelo Boca foram as armas para frear o perigo dos contra-ataques do Dep. Cuenca. Apesar das falhas ainda existirem, elas vem em um número muito menor quando comparadas as que eram cometidas pelo Boca-08. Morel e Ibarra podem não ter apoiado o ataque como de costume mas marcaram muito bem. O mesmo pode-se dizer de Vargas e Battaglia. E Pato parece mesmo ter dado tranquilidade ao gol xeneize.

Boca 1x0 Cuenca. Magro mais justo. Assim foi a estréia, que não assusta os adversários, mas tranquiliza o elenco e anima os fãs de Palermo. Os mesmo que vão dormir hoje com a sensação legítima de um 2x0.

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