Palmas para eles

23/07/2009 22:14

Para o Botafogo, empatar em 2-2 com o Náutico fora de casa foi um ótimo resultado. Explico. Para começar, o Estádio dos Aflitos é um lugar complicado de se atuar como visitante. Todos lembram da última passagem do Botafogo por lá, quando o zagueiro André Luís, hoje no Barueri, saiu preso. Recuperar-se de uma virada na pressão de lá, como foi o caso do alvinegro, é um mérito. Some-se a isso o fato de que Fogão e Timbu são times que brigarão na mesma parte da tabela, pois é positivo tirar pontos de adversários diretos na casa deles.

Sim, isso mesmo que eu disse: o Botafogo pertence à porção inferior da tábua de classificação em 2009. E não, isso é necessariamente ruim. O que tem que ser destacado o ano todo é que, em General Severiano, os tempos são de cintos apertados. A folha de pagamento mensal foi reduzida a pouco mais de R$ 1 milhão e o elenco é limitado devido aos gastos freados. É hora de reesruturação.

O Botafogo está, efetivamente, dando um passo para trás para poder, no futuro, dar dois para a frente. Os membros da atual diretoria fazem o certo. Pagam pelos erros de administrações anteriores, pelo bem da instituição Botafogo de Futebol e Regatas. Discretamente, sem “cartoladas”, com a consciência de que um decrescimento momentâneo é necessário para recolocar de pé um gigante. Prova disso é que Ney Franco, ótimo técnico, continua no cargo. Os resultados oscilantes, esperados e compreendidos, não sobem à cabeça.

Isso não quer dizer que o time é uma porcaria. Reinaldo recém voltou e já fez gol. André Lima está participativo. Renato mostra evolução. Juninho é o principal jogador, inquestionavelmente. Há expectativa em relação às estreias de Michael e Jônatas. A turma de Marechal Hermes é olhada com carinho. Tudo isso contribui para formar uma equipe que, se não produz muitos brilharecos, pelo menos tem capacidade de realizar uma campanha respeitável para os padrões atuais.

O importante é que Maurício Assumpção e companhia têm coragem de encarar de peito aberto os problemas do clube e enfrentá-los, sem se acovardar frente aos custos. Um exemplo a ser seguido pelos medievais dirigentes do futebol brasileiro. E a ser admirado pelo torcedor.

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