Prevendo o desastre argentino (ou não)

01/09/2009 19:08

Quando entra em pauta o duelo épico entre Brasil e Argentina, o imaginário coletivo pensa em equilíbrio, situação inerente a qualquer rivalidade no mundo. No jargão popular: clássico é clássico, e vice-versa. Não que o senso comum esteja necessariamente errado, mas para o jogo no Gigante de Arroyito, em Rosário, o momento e as características das equipes tende a derrubar essa paridade a favor de Dunga.

Tentarei demonstrar isso numa análise tática, mesmo que os 11 iniciais de Maradona ainda estejam em aberto. E sabendo da imprevisibilidade dominante na mente do treinador, até o esquema pode ser diferente.

Argentina: Andujar; Zanetti, Burdisso (Pareja), Otamendi (Sebá Dominguez ou Coloccini) e Heinze (Papa); Mascherano, Verón (Bolatti), Maxi Rodríguez (Sálvio) e Dátolo (Maxi Rodriguez); Messi e Aguero (Tevez ou Licha Lopez).

Brasil: Júlio César; Maicon, Luisão (Juan), Lúcio e André Santos; Gilberto Silva, Felipe Melo, Elano (Ramires) e Kaká; Luis Fabiano e Robinho.

Pensando nessas escalações e nas possibilidades de variações, vamos a uma previsão de como pode ser esse Argentina x Brasil.

A alviceleste costuma jogar ofensivamente em seus domínios, e mesmo contra o Brasil isto não deve mudar. Suas armas para levar a bola para frente estarão nas subidas de Zanetti, Heinze, Maxi e Dátolo pelas alas, enquanto Mascherano e Verón apoiam pelo meio. Messi é titular mesmo que o céu venha abaixo, então a escolha entre Aguero (velocidade e habilidade) ou Lisandro Lopez (referência de área) definirão a postura do ataque.

Com a proteção de Gilberto Silva e Felipe Melo, dificilmente o meio pouco criativo da Argentina deve funcionar. Maxi também não inspira confiança quando o assunto é seleção, então a armação de jogadas deve ficar concentrada em Dátolo. Outra alternativa estaria em Messi, voltando para buscar a bola no meio. Ainda que seja um fora de série, é pouco para vencer uma das melhores zagas do mundo.

Falando em defesa, é o grande calcanhar de Aquiles argentino. Um ponto fraco piorado pela possibilidade de Burdisso e Otamendi ficarem no banco. As laterais também são pouco protegidas, principalmente a esquerda. Basta lembrar da força do jogo aéreo e do contra-ataque brasileiro, do talento de Kaká e do poder de decisão de Luis Fabiano para deduzir que o favoritismo esta do lado verde-amarelo.

Seria então um fato consumado? O Brasil vencerá a Argentina por ter uma defesa mais sólida? Não exatamente.

Há vários fatores que tornam essa previsão imprecisa. O rendimento genial ou não de Messi e Verón, homem que pode transformar o meio-campo alviceleste. Uma noite inspirada de Mascherano para impedir os contra-ataques ou uma não tão inspirada de Luis Fabiano. A pressão inegável da hinchada em Rosário. Resumindo em outro clichê do povo: futebol é uma caixinha de surpresas.

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