Retrospectiva Xeneize

01/01/2009 17:57

Antes do texto queria aqui explicar aos leitores do Blog Na Trave que no mês de Dezembro tivemos dificuldades com nosso domínio, e por isso novos textos não puderam ser postados por aqui.

É possível que nos mudemos para outro endereço, mas por enquanto apenas voltaremos a programação normal.

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O ano está salvo para a maior torcida da Argentina. Apesar de todo o drama vivido durante o ano inteiro, o final feliz estava guardado para Ischia e seus comandados. O Boca Juniors termina o ano conquistando o 23° título da era profissional, e que valerá a 49° estrela em sua camisa, já que no escudo elas não cabem mais.

O ano xeneize começou com a alegria da volta de Roman, mas com a desconfiança pela contratação do controverso Carlos Ischia. Um técnico que tinha a seu favor o passado campeão ao lado de Bianchi, mas pesava contra ele o fraco desempenho a frente do Rosário Central, lanterna do Apertura 2007.

Todos ficaram empolgados após a vitória sobre o River no tradicional Torneio de Verão. Alegria que durou pouco. Tropeços e mais tropeços na primeira fase da Libertadores trouxeram a preocupação pra Casa Amarilla. Só que mesmo com o empate contra o fraco Maracaibo e com as derrotas para Colo Colo e Atlas, o desempenho 100% na Bombonera salvou o Boca.

Na segunda fase o time reencontrou a boa forma. Grandes vitórias em cima do Cruzeiro e novamente sobre o Atlas. Mas no lugar aonde não nasce grama surgiu a sepultura xeneize. Migliore falha no jogo contra o Flu no Cilindro. E no Maracanã a defesa não soube se segurar após o gol de Palermo.

No Clausura a campanha não foi ruim. O Boca não chegou a abandonar o grupo da frente, e apesar de ganhar o Super, foi vice no título que acabava com o jejum do maior rival. A insatisfação da hinchada ficou ainda maior.

Pra acalmar os ânimos, veio na hora certa a Recopa Sul-Americana. O Arsenal foi presa fácil pro time que voltava a ser “El Rey de Copas”. E quase que o Boca chega a ultrapassar o Milan no número de títulos internacionais, mas perdeu a Copa Joan Gamper para o Barça nos últimos 2 minutos de jogo. Como prêmio de consolação, os vários jovens que se destacaram em pleno Camp Nou.

“Los pibes de la Casa Amarilla” voltaram a aparecer na Copa Sul-Americana. Impressionaram ao golear a LDU, campeã da Libertadores, por 4×0 em La Bombonera. Mas os erros de Ischia somados a inexperiência dos jogadores pesaram contra o melhor time da competição. Perderam até nos próprios domínios e tiveram que ouvir a torcida colorada gritar mais alto.

Restava o Apertura. Depois dos 6 primeiros jogos, o drama começaria. Lesão do artilheiro maior, Martín “El Loco” Palermo. 3 derrotas seguidas, sendo duas em casa (2×3 Tigre, 1×4 Godoy Cruz, 1×2 Estudiantes). 8 pontos de desvantagem pro líder San Lorenzo de Almagro. Os desentendimentos criados antes do Superclásico…

Ah, o Superclásico. Sorte do Boca que o rival estava numa fria ainda mais gelada. E a vitória em Nuñez trouxe de volta o time a disputa pelo título.

Mas pra manter o drama, veio a morte do saudoso presidente Pedro Pompillo. Uma motivação a mais para honrar a memória dele. E para que o time vencesse o Ciclón em casa, resultando assim no primeiro tríplice empate do campeonato.

E quem diria que 6 rodadas depois o empate entre Boca, San Lorenzo e Tigre voltaria a acontecer. Novamente pra preocupar o hincha xeneize, os favoritos claramente vinham de Almagro. Favoritismo esse que só cresceu com a vitória azulgrana em Liniers por 2×1. Mas os comandados de Russo cansaram, e apesar de terem Javier Garcia a seu lado, caíram diante da qualidade ofensiva do Boca Juniors. Um 3×1 incontestável.

O Tigre já parecia um gatinho inofensivo por causa da vantagem obtida. Mas ai o tal do drama seguiu o time da Bombonera até o Cilindro de Avellaneda. Riquelme não estava em campo, e Javier Garcia falha outra vez. 25 minutos de tensão para a torcida apreensiva, e de choro para o inconsolável goleiro atrapalhado. 25 minutos que pareceram 25 horas inclusive pra mim. Mas até o tempo teve que se curvar para os homens de azul e ouro. E ninguém mais seguraria o grito de campeão dessa torcida que tanto sofreu.

E daquele momento em diante sé é possível ao torcedor boquense se lembrar da garra de Morel Rodriguez. Dos gols decisivos de Viatri. Dos últimos jogos geniais de Palácio. Da categoria imprescindível de Dátolo. E claro, da liderança de Juan Roman Riquelme.

Porém aos dirigentes e ao próprio técnico salvo pelo gongo, nenhum dos erros pode ser esquecido. O privilégio de cair num grupo mais tranqüilo do que seria, caso o título não viesse, não pode ser desperdiçado. Parece que a grande promessa que seria Noir acabará mesmo dando frutos ao Inter de Porto Alegre.  Outros pibes podem também ser negociados na temida janela, mas que a saída dele seja prontamente substituída pra que o Boca não sinta o desfalque. E que venha um novo goleiro, ou mesmo que volte Caranta.

Quanto a Ischia. Seu 2009 só será feliz se, ao lado de Bianchi, rever os erros que cometeu em 2008 pra que a Libertadores volte ao museu da paixão boquense.

Mas por agora todos merecem parabéns.

Todos merecem Feliz Navidad y Año Nuevo.

Inclusive o hermano blogueiro, que pode desfrutar dos últimos momentos emocionantes do futebol 2008 na Argentina.

Feliz 2009 e… ¡DALE BOCA CAMPEÓN!

 

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